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Repórter entra na Foxconn da China e mostra condições deploráveis de trabalho

Por| 18 de Dezembro de 2012 às 16h55

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Repórter entra na Foxconn da China e mostra condições deploráveis de trabalho
Repórter entra na Foxconn da China e mostra condições deploráveis de trabalho
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Um repórter francês do programa 'Envoyé Spécial', da emissora 'France 2', conseguiu se infiltrar nas instalações da fábrica da Foxconn que fica em Zhengzhou (China) e mostrou - mais uma vez - as condições deploráveis que os funcionários enfrentam.

O jornalista relata que muitos trabalhadores ficam instalados em dormitórios que ainda estão em construção, e os prédios não possuem sequer energia elétrica, água corrente, e muito menos elevadores. Aparentemente, segundo ele, os responsáveis pela construção do local também estão se dedicando à linha de produção da fábrica.

A estadia do repórter no local foi gravada com uma câmera escondida, que chegou a flagrar o discurso de um gerente da Foxconn alertando os funcionários para que não conectassem aparelhos nas tomadas dos dormitórios (naqueles onde havia eletricidade), pois oito funcionários foram mortos durante um incêndio causado após uma sobrecarga nos circuitos.

A reportagem também mostra que ainda existem menores trabalhando ilegalmente - e por um "salário" irrisório - na fábrica. Eles alegam que são forçados pelos administradores das escolas em que estudam a trabalhar na Foxconn, caso contrário não teriam direito a receber seu diploma.

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Segundo a emissora de TV francesa responsável pela reportagem, tudo isso faz parte de uma tentativa da Foxconn de atender a demanda do iPhone 5, pois a chinesa é a responsável pela fabricação do produto. O pessoal do Engadget entrou em contato com a Apple para apurar sua opinião sobre o assunto, e recebeu a seguinte declaração:

"A Apple está comprometida com os mais altos padrões de responsabilidade social em toda a nossa cadeia de fornecimento mundial. Nós insistimos que todos os nossos fornecedores ofereçam condições seguras de trabalho, tratem os trabalhadores com dignidade e respeito, e utilizem processos de fabricação ambientalmente responsáveis onde quer que nossos produtos sejam feitos."

O Foxconn Technology Group também se manifestou em sua defesa, alegando estar trabalhando na melhoria de suas políticas e práticas de trabalho. Confira a nota enviada pela companhia para o Engadget.

"A Foxconn leva a responsabilidade para com seus funcionários muito a sério e nós trabalhamos duro para dar aos nossos 1,4 milhão de trabalhadores na China um ambiente seguro e de trabalho satisfatório. Estamos mandatados pelas nossas próprias políticas rígidas, leis do governo chinês, e nossos compromissos com nossos clientes para garantir que o maior nível de saúde e de segurança seja aplicado em nossas operações em todos os locais de toda a China.

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Como o maior empregador do setor privado da China, oferecemos remuneração e benefícios que são muito maiores do que os salários impostas pelo Governo e que são competitivos com todos os nossos colegas de setor em todos os locais onde atuamos.

Estamos comprometidos com o processo de melhoria contínua para as nossas políticas e práticas de trabalho e nós defendemos que, através de revisões regulares de nossas operações por nossas equipes internas, clientes e reguladores do governo e se alguma áres precisar de melhorias, elas serão imediatamente abordadas. Um exemplo do nosso compromisso com este processo é o Plano de Ação que estamos implementando em áreas ao longo de nossas operações na China após a revisão de algumas de nossas fábricas no início deste ano pela ONG norte-americana, a Fair Labor Association (FLA). Uma revisão acompanhada pela FLA mostrou que estamos implantando com sucesso o Plano de Ação e estamos à frente do cronograma para a conclusão do programa.

A Foxconn não é perfeita, mas estamos fazendo progressos todos os dias e continuamos levando nossa indústria para atender às necessidades da nova geração de trabalhadores na China. Que o progresso se reflita no nosso sucesso no recrutamento e retenção de profissionais e nos relatórios dos muitos membros dos meios de comunicação internacionais que visitaram nossas operações e que livremente, e de forma independente, falaram com os empregados. Nosso objetivo é continuar cumprindo as nossas responsabilidades para com os nossos clientes, funcionários e com as comunidades onde atuamos."

A reportagem da emissora francesa está disponível no YouTube, dividida em três partes. O áudio está em francês, mas é possível colocar legenda em português, basta seguir alguns passos simples que explicamos anteriormente no Canaltech.

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