Prestigiada mas sem grandes vendas, HTC busca mudanças
Por Claudio Yuge | 28 de Abril de 2014 às 08h19
O HTC One (M7) foi considerado o melhor smartphone do Mobile World Congress 2014, evento especializado em dispositivos móveis. O reconhecimento dos esforços da empresa taiuanesa, no entanto, não vêm sendo traduzidos em vendas.
De acordo com o The Next Web, a HTC registrou perdas no valor de US$ 98 milhões no primeiro trimestre de 2013, a primeira desde 2002, quando apareceu na lista da bolsa de valores. Após uma ligeira alta no início de 2014, a empresa voltou a contabilizar prejuízo, com US$ 62 milhões perdidos no primeiro trimestre deste ano.
Para saber mais a respeito dessa discrepância entre a qualidade do hardware oferecido e as baixas vendas, o pessoal do site levou essa questão diretamente ao presidente da HTC no sul da Ásia, Jack Yang.
Yang anteriormente era responsável pelo departamento comercial da Apple no sudeste da Ásia e juntou-se à HTC em junho de 2013. Atualmente, é ele quem dirige as vendas, as operações e o desenvolvimento de marketing da HTC no sudeste da Ásia, Índia, Austrália e Nova Zelândia, assim como em países emergentes, como Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka.
A campanha para o HTC One (M7), que teve participação do ator Robert Downey Jr. no oriente, foi considerada um tanto quanto estranha porque deixava as funções do aparelho em segundo plano. A estratégia inicial de Yang para o One (M8) é a de tirar o foco de um "embaixador" para investir nas redes sociais e nos "blogueiros celebridades".
"Se você estiver imaginando por que esse aparelho venderá melhor que seu antecessor, eu diria que é porque ouvimos mais de nossos consumidores em nossas próprias pesquisas. Sabemos o que eles estão procurando: tela maior, então temos tela maior agora. E a câmera também é outro destaque", adianta Yang, que está bastante interessado em avalições feitas por blogueiros considerados referências entre os entusiastas de tecnologia.
Além disso, a HTC está em busca de novos talentos e de nomes consagrados do mercado para seu departamento de marketing. Paul Golden, que anteriormente trabalhou como chefe de marketing para dispositivos móveis da Samsung nos Estados Unidos, é um deles. Outra importante manobra de Yang será a de controlar mais de perto as vendas no varejo, já que há diferença no cuidado com a comercialização de acordo com o tipo de distribuidor.
Por fim, Yang também acredita que as vendas podem mudar com uma linha mais cuidadosa com seu design, tanto na parte externa quanto na interface. Além das cores e de um visual mais "cool", há até a possibilidade do lançamento de um modelo de plástico.
As perdas também fizeram com que o executivo buscasse maneiras de controlar adequadamente a demanda para evitar prejuízos. Com essas mudanças, a empresa espera, após este ciclo do One (M8), superar o "sucesso silencioso" que ronda seus aparelhos.