Presidente da Xiaomi responde às acusações de Jony Ive
Por Felipe Demartini | 13 de Outubro de 2014 às 12h03
Jony Ive atacou a Xiaomi e agora é a hora da réplica. Depois de ser citada pelo designer da Apple como um símbolo de “preguiça e roubo de identidade”, o presidente da fabricante chinesa respondeu com classe e um toque de ironia, afirmando estar disposto a dar um smartphone da marca de presente para o rival e estar, inclusive, ansioso para ouvir os comentários dele após a experiência com o aparelho.
As informações foram publicadas pelo britânico The Register. Na declaração a um serviço de notícias chinês, Bin disse que a Xiaomi é uma empresa extremamente aberta e que, nesse sentido, não gosta de atuar na base da criação de necessidades, praticamente obrigando seus consumidores a terem um aparelho da marca. Por outro lado, afirma que só quem efetivamente utilizou um de seus dispositivos pode falar a respeito da experiência proporcionada por eles. Daí veio a proposta a Ive.
A Xiaomi é constantemente apontada como uma copiadora dos atributos visuais e físicos do iPhone. As semelhanças vão desde o design dos aparelhos até a aparência do sistema operacional, que realmente lembra bastante a do iOS. A companhia, porém, aposta em tecnologias próprias, baseadas no Android, e de código aberto, além de concentrar sua atuação única e exclusivamente no mercado asiático, em países como China, Taiwan e Hong Kong.
Para muitos, as semelhanças com a Apple assumem tom de brincadeira, mas não dá para negar que a empresa sabe o que está fazendo e, no mínimo, se inspira claramente na Maçã. Além da semelhança óbvia entre os aparelhos – um aspecto que também pode ser visto em diversas outras empresas do mercado mobile –, o CEO Lei Jun posa para fotos oficiais de formas semelhantes às mais clássicas de Steve Jobs, além de adotar um “uniforme” para suas apresentações de novos produtos – uma camisa polo preta, calça jeans e All Star.
Foi justamente esse tipo de coisa que levou às declarações de Ive na última semana. Em entrevista durante um evento promovido pela Vanity Fair, o designer taxou a “inspiração” das empresas, mais especificamente da Xiaomi, como “roubo e preguiça”. Para ele, não é nada agradável ter passado anos e anos desenvolvendo o iPhone para, então, vê-lo copiado por fabricantes chinesas.
É esse tipo de coisa que, por exemplo, leva a Apple a travar longas e custosas brigas judiciais por patentes com grandes concorrentes como Samsung e Google. Por outro lado, parece ser praticamente impossível conter o avanço e as semelhanças entre os modelos da Maçã e pequenas fabricantes chinesas, que acabam sendo mais conectadas com os anseios dos usuários e, pelo menos na aparência, oferecem soluções semelhantes, mas por um preço bem mais em conta.