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Os primeiros passos para apostar nas Bitcoins

Por| 04 de Dezembro de 2013 às 17h53

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Os primeiros passos para apostar nas Bitcoins
Os primeiros passos para apostar nas Bitcoins

Em 2009, a ideia de descentralização e liberdade financeira do misterioso Satoshi Nakamoto entrou em funcionamento. O que começou como um artigo científico e discussões na web, ganhou força e se tornou um dos principais assuntos da internet mundial. E por um simples motivo: em 2010, uma pizza custava 10 mil Bitcoins. Hoje, dá para comprar quase uma centena delas com uma única moedinha.

Sendo assim, aquele conceito que antes parecia renegado a transações ilegais na Deep Web ou a um papo geek extremamente conceitual começou a ganhar traços de oportunidade para ganhar dinheiro. Afinal de contas, temos aqui uma moeda independente, que pode ser minerada em casa, pelo próprio computador. Por outro lado, trata-se de algo pouco regulamentado e sem nenhum tipo de garantia de valia por parte de instituições financeiras.

Na web, é possível encontrar as mais diversas visões, desde defesas ferrenhas ao sistema até críticas igualmente potentes. Para quem está chegando agora, a valorização parece uma alternativa bastante atrativa, mas como todo investimento, exige cuidados. Começar, porém, é sempre o mais difícil, principalmente quando se trata de um assunto que divide opiniões dessa forma.

Legitimidade e adoção

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Em novembro, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos considerou legítima a utilização das Bitcoins como meio de pagamento. Na sessão, o procurador-geral Mythili Raman afirmou que o dinheiro virtual tem potencial para promover um comércio global mais eficiente, segundo reportagem do The Wall Street Journal. Na Alemanha, a situação é parecida, com o governo classificando-a como uma moeda privada válida.

Enquanto isso, comércios e instituições já começam a aderir à novidade. No Chipre, a Universidade de Nicósia já aceita o pagamento de mensalidades em Bitcoins, enquanto em Vancouver já está em operação o primeiro caixa eletrônico da moeda. Grandes empresas, como o Burger King e Subway, por exemplo, também já recebem o dinheiro virtual como pagamento em lojas da Rússia e Estados Unidos.

No Brasil, porém, a adoção ainda é tímida, mas aos poucos, algumas instituições e estabelecimentos já começam a aceitar a moeda. O país já tem seu próprio câmbio local, o Mercado Bitcoin, onde é possível acompanhar a cotação em reais, verificar um gráfico com a variação de valores e fazer a troca de dinheiro. Lá fora, a principal casa do tipo é o MtGox.

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A segunda opção é minerar pessoalmente as Bitcoins. O processo, porém, não é fácil e envolve muito poder de processamento e uma série de algoritmos matemáticos, que são rodados constantemente para efetuar transações ou melhorar a segurança de todo o processo. Em troca, o usuário recebe frações de moedas de acordo com o total realizado.

Virtualmente, qualquer computador é capaz de criar Bitcoins. O total obtido, porém, depende da velocidade da máquina e tem gente criando grandes estruturas com o único intuito de ganhar dinheiro. Para os usuários domésticos, o ideal é a inscrição nas chamadas pools, que combinam o potencial de diversos mineradores para obter frações maiores, que são divididas entre todos.

Segurança na mão do usuário

Ao falar sobre os perigos de se trabalhar com Bitcoins, o analista de segurança da informação e cofundador da PontoSec, Vinícius “K-Max” Camacho, lembra que nenhum sistema é 100% seguro. Mesmo cartões de crédito ou notas de papel podem ser clonados ou falsificados. Aqui, porém, a arquitetura de código aberto garante uma maior proteção.

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“Qualquer matemático, criptógrafo ou analista de segurança pode estudar [a documentação] em busca de possíveis fragilidades. Com a quantidade gigantesca de entusiastas independentes, podemos considerar o Bitcoin como [algo] seguro o suficiente para qualquer investimento sério”, explica ele. Mesmo assim, K-Max lembra que boa parte da segurança envolvida é de responsabilidade do próprio utilizador.

O firewall Comodo é uma das indicações do especialista Vinícius K-Max (Foto: Reprodução/Ultradownloads)

Ter sistemas operacionais atualizados, bons antivírus e firewalls potentes – ele recomenda o Comodo, para Windows, e Little Snitch, para OS X – são o começo para proteger suas moedas. “Para mitigar os problemas mais comuns e reduzir ao máximo a chance de perda ou roubo, não é preciso ser paranoico ou especialista em segurança. Com 20% de esforço, qualquer um pode estar protegido contra 80% das vulnerabilidades”, diz.

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Além disso, é importante conhecer os tipos de carteiras que armazenam Bitcoins. Para pequenos valores, dá para usar uma opção online, acessível via navegador. Estas são mais fáceis de usar, mas ao mesmo tempo, a segurança dos valores é delegada às operadoras dos serviços.

Já quem pretende investir quantias maiores deve escolher uma opção instalada localmente, indica K-Max. “É importante preferir softwares de código aberto e populares, pois são bem estabelecidos e recebem validação da comunidade”, explica, indicando opções como o BitcoinQT, Multibit, Armory ou Electrum. “É bom lembrar que uma carteira local só será a opção mais segura caso o computador também esteja seguro”, completa.

Junto com as opções acima, o analista indica como essenciais a utilização de senhas únicas robustas – com 12 ou mais caracteres e contendo números e símbolos – e backups constantes da carteira local, já que em caso de perda, o usuário também ficará sem seus Bitcoins. Para os serviços online, prefira a autenticação em dois fatores e evite acessar a carteira de computadores públicos ou redes desconhecidas.

Dinheiro na mão

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O administrador de sistemas Dâniel Fraga é um dos principais defensores brasileiros das moedas virtuais. Por meio de vídeos no YouTube, ele explica o funcionamento do mercado e incentiva outros entusiastas a entrarem neste meio, onde está desde 2012 e já obteve bastante sucesso. “Tenho cerca de 95% da minha renda em Bitcoins e já multipliquei em 30 vezes o que possuía no início”, conta ele, sem comentar valores.

Na opinião dele, essa é a forma mais segura de se investir e armazenar renda, principalmente após a subida de cotação e aumento de interesse registrados em 2013. Fraga cita a autorregulação como o principal fator para isso. “A qualquer momento, o governo pode decidir confiscar seu dinheiro, como ocorreu recentemente no Chipre. Além disso, deixar reais no banco significa perder seu poder de compra, já que a moeda está cada vez mais desvalorizada e corroída pela inflação.”

Já K-Max criou sua carteira em 2011, para entender a tecnologia. Também sem falar em valores, o analista em segurança conta que utilizou a maior parte de seu lucro na contratação de serviços online ou doações para desenvolvedores de softwares freeware de sua preferência.

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No mesmo ano, decidiu experimentar o outro lado do processo e adquiriu uma placa de vídeo potente para começar a minerar algumas Bitcoins, mas acabou desmotivado pelo constante calor e barulho gerados pelo trabalho. “Foi importante para entender o processo e sentir o gosto de gerar valor em troca de esforço computacional. Mas hoje, com a supervalorização recente da moeda, claro que me arrependo de não ter investido mais”, lembra.

Em resumo

Após ler tudo isso, você com certeza já está pensando nos lucros e em quando vai começar a colocar suas mãos nas Bitcoins. Para facilitar a sua vida, siga os passos a seguir e comece a trabalhar com essa nova tecnologia financeira:

  • A compra de Bitcoins ou frações pode ser feita pelos sites Mercado Bitcoin, em reais, ou MtGox, em dólares. No momento de produção desse texto, cada unidade da moeda valia R$ 3.018. No mês de novembro de 2013, a valorização se aproximou dos US$ 100, apesar da flutuação.
  • Já se você preferir minerar, pode passar a fazer parte de uma pool como a TripleMining.
  • O passo seguinte é criar uma carteira. O site oficial do Bitcoin Project conta com algumas outras opções além das citadas nesse texto.
  • Caso você deseje usar as Bitcoins para adquirir produtos, o blog Loja Bitcoin, administrado por Dâniel Fraga, reúne estabelecimentos nacionais e internacionais que aceitam a moeda como pagamento.