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Mark Zuckerberg teria sido extorquido por especulador imobiliário

Por| 11 de Fevereiro de 2015 às 08h49

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Mark Zuckerberg teria sido extorquido por especulador imobiliário
Mark Zuckerberg teria sido extorquido por especulador imobiliário

Para executivos de alto padrão e visibilidade, como é o caso de Mark Zuckerberg, a privacidade em casa e nos momentos com a família é algo extremamente importante. É justamente por isso que o fundador do Facebook já realizou, no passado, a compra de propriedades ao redor de sua residência em Palo Alto, no estado norte-americano da Califórnia, para que empreendimentos imobiliários não apareçam por ali, aproveitando-se do vizinho famoso. O problema é que, como parte de um processo relacionado a um desses casos, veio a informação de que ele foi extorquido durante uma das negociações.

Os documentos de um processo revelado pelo site Bloomberg colocam Mark Zuckerberg contra o especulador imobiliário Mircea Voskerician, que teria aberto uma ação em 2014 afirmando que Zuckerberg não teria cumprido acordos feitos em segredo, mas nunca por escrito. A oferta? Que o fundador do Facebook não apenas adquirisse um lote localizado diretamente atrás de sua casa, mas também apresentasse o proprietário a contatos do Vale do Silício ou trabalhasse junto com ele em projetos de tecnologia, um acordo que vem sendo encarado como extorsão.

A história teve início, na verdade, em 2012, quando Voskerician adquiriu os direitos sobre uma propriedade localizada logo atrás da casa de Zuckerberg. Ele, então, enviou comunicados para toda a vizinhança afirmando que construiria uma mansão de 891 m² no local. A casa teria visão direta para o quarto do fundador do Facebook, além do jardim e outros cômodos da residência. A ideia, claro, levou o executivo a negociar a compra do local.

Esse foi um dos terrenos que Zuckerberg adquiriu em 2013, em um negócio que custou mais de US$ 45 milhões e trouxe problemas para o fundador do Facebook. Numa troca de e-mails relacionada ao processo, Voskerician afirma que um dos motivos para ter aceitado o negócio foi a possibilidade de “construir um relacionamento” com o criador do Facebook. Na sequência, vem a proposta adicional, que envolve não apenas o dinheiro, mas também a indicação de contatos para trabalhar em um projeto de “moradia social sustentável”, seja lá o que isso signifique.

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Em correspondências adicionais, Zuckerberg até demonstra a intenção de auxiliar sua contraparte, mas apenas à distância. Além disso, o processo traz recomendações de Divesh Makan, conselheiro financeiro do milionário, sobre a “obscenidade da proposta” e comentários da esposa do criador do Facebook, Priscilla Chan, afirmando estar profundamente chateada e nervosa com toda a situação.

No final das contas, o dono da rede social mais usada do mundo pagou US$ 1,7 milhão a Voskerician pelos direitos de usufruir da propriedade, mais US$ 4,8 milhões para assumir propriedade sobre ela. É daí, inclusive, que vem o processo movido pelo especulador imobiliário, já que ele afirma ter feito um desconto na venda de sua participação contando com os acordos não-financeiros feitos com Zuckerberg, que não teriam sido cumpridos.

O problema é que, em nenhum momento, tais acertos foram realizados por escrito e, pelo menos de acordo com os documentos revelados pela Bloomberg, não existe qualquer indício concreto de que Zuckerberg teria aceitado tais condições. Muito pelo contrário, a ideia da defesa é que o fundador do Facebook teria, justamente, negado tais termos e que Voskerician teria ido adiante mesmo assim, vislumbrando a possibilidade de um processo judicial.

Apesar da revelação dos documentos, a ação continua correndo em segredo de justiça. Nem Mark Zuckerberg nem Mircea Voskerician comentaram publicamente sobre os documentos.