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Intel mostra tecnologias do hoje e do amanhã na exibição Future Showcase

Por| 24 de Setembro de 2014 às 10h21

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Rafael Romer/Canaltech
Rafael Romer/Canaltech
Tudo sobre Intel

A Intel realiza nesta semana, em São Paulo, o Intel Future Showcase. Nele, a empresa norte-amaricana exibe suas principais inovações com tecnologias que já estão ou que estarão no mercado nos próximos anos. Comparecemos à mostra na tarde desta terça-feira (23) para conferir as novidades e, acreditem, temos algumas boas novidades para contar.

Edison

A primeira delas, que não chega a ser tanto uma novidade assim, já que publicamos bastante conteúdo sobre ele, é o system-on-a-chip Edison. Apresentado durante a CES deste ano, em janeiro, o Edison é um computador extremamente pequeno desenvolvido para a tendência da "Internet das Coisas".

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O system-on-a-chip Edison comparado à uma moeda de um centavo de dólar (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

A ideia é a seguinte: em um futuro próximo poderemos controlar nossa geladeira, televisão, ar-condicionado e até mesmo a iluminação da casa através de nossos smartphones e laptops. Para isso, será necessário um pequeno chip que consuma pouca energia e que possa ser programável. Aí que entra o Edison.

Ele é praticamente um computador completo em uma placa do tamanho de um cartão SD - menor do que a utilizada em smartphones. Além disso, por ser aberto, o Edison pode entender e processar qualquer tipo de comando, desde que o hardware suporte o comando e o código funcione corretamente. A Intel nos informou que ele já está pronto para ser lançado até o final deste ano pelo preço de US$ 50, mas ainda não há previsão de chegada no Brasil.

Galileo

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Uma ideia parecida com o Edison, mas que possui uma implementação diferente, é o Galileo. A melhor forma de explicá-la é a seguinte: sabe o Arduino? O Galileo tem basicamente a mesma função, com capacidade de se comunicar com componentes e dispositivos externos da mesma forma.

A Intel mostrou dois exemplos de aplicações para o sistema. Na primeira, bastava fazer uma postagem qualquer no Twitter com a hashtag "#IntelFutureShowcase" que um robozinho exposto começava a soltar bolhas de sabão durante alguns segundos. Isso sem estar conectado nem à rede do evento, nem com qualquer tipo de conexão ao dispositivo.

Ativamento do sistema com o Galileo pode ser feito através de uma hashtag no Twitter (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

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Outra implementação foi feita em uma fita de LEDs ligada ao Galileo. Através de um aplicativo, era possível controlar as cores, intensidade do brilho e até fazer com que elas acendessem e apagassem de acordo com um tempo determinado ou padrão específico. O sistema utiliza um pareamento com a fita de LEDs através de um sistema de nuvem e também pode ser controlado remotamente.

Imagine as possibilidades no mundo real: controlar a luminosidade de casa, o ar condicionado e até mesmo ligar ou desligar a televisão, tudo através do smartphone. E o melhor, com um pouco de conhecimento de hardware e software, qualquer um pode comprar o um kit Galileo e montar seu próprio sistema e aplicá-lo da forma que lhe for mais conveniente.

Fita de LEDs controlada por aplicação customizada no smartphone (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

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Em uma conversa com a Intel, a empresa nos contou que isso não está tão longe da realidade, já que o Galileo pode "conversar" com o Edison para tornar isso possível.

Etiquetas inteligentes e pedágio

O plano da Intel é simples: fazer com que os pedágios automatizados e leituras de informações de carros sejam mais eficientes e abertos. Para isso, ela desenvolveu um hardware com uma antena capaz de ler informações de uma etiqueta RFID que poderá ser instalada em carros e, assim, resolver os problemas dos diferentes protocolos utilizados atualmente.

A Intel afirma que o sistema é capaz de fazer até 20 leituras de um mesmo carro que passa por uma antena com o sistema a uma velocidade de até 160 km/h. Com o alcance de cerca de 30 metros de raio, seria possível ler até 200 carros que passassem por dentro dessa área ao mesmo tempo.

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Sistema para leitura de tags RFID em carros (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

Mais do que isso, a companhia pretende expandir a ideia para onde ela possa ser útil, como estacionamentos de shopping centers e rodovias. Além de pedágios e mensuração de velocidade média, o sistema poderá ser utilizado, por exemplo, para checar carros roubados na estrada, pagar o abastecimento de combustível instantaneamente ou receber informações sobre IPVA de um carro.

O padrão utilizado será aberto, de forma que cada empresa poderá criar a sua própria implementação.

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Intel Core M

A quinta geração de processadores da Intel diminui ainda mais a necessidade energética dos chips, em especial do recém-lançado Core M, que ficaria posicionado entre as linhas Pentium e Core i3. A placa-mãe do modelo de referência que vimos no evento era do tamanho da que equipa um smartphone convencional e mesmo assim ficamos surpresos com o potencial dela.

Ela foi capaz de rodar o Windows 8.1 em um laptop com tela Quad-HD (2.560 x 1.440 pixels) com excelente fluidez. Segundo a Intel, o consumo energético é tão baixo (insistimos várias vezes, mas não nos informaram qual a necessidade de energia) que com uma bateria típica de um tablet de 10,1 polegadas é possível obter até 8 horas de reprodução de um Blu-Ray.

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Design de referência de um tablet montado com o chip Intel Core M (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

RealSense

Já tivemos a oportunidade de conhecer o RealSense em um evento anterior da Intel. Basicamente, a Intel pretende transformar a webcam de seu computador uma versão melhorada do Kinect 2.0, com reconhecimento de gestos 3D e profundidade.

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Sistema RealSense integrada em tablets (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

A novidade aqui fica por conta de uma versão menor e um pouco mais simples do RealSense, que poderá ser utilizada em tablets mais finos e com menor capacidade de bateria. Nas demonstrações da exibição, foi possível dar uma de Tony Stark em alguns jogos, controlando personagens na tela com movimentos das mãos e até fazer um escaneamento em 3D do corpo inteiro de uma pessoa.

Com o modelo escaneado, é possível jogar a imagem 3D para ser manipulada em um sistema de modelagem em programas CAD, como o AutoCAD, ou até imprimi-la em uma impressora em 3D.

Pelas demonstrações, o sistema parece ter uma precisão impressionante. A ideia também é que a plataforma seja completamente aberta, o que permitirá a desenvolvedores criarem seus próprios apps.

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"Holograma"

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Por falar de Tony Stark, a Intel está trabalhando em um dos grandes sonhos dos fãs de ficção científica que ainda não veio para o mundo real: os hologramas. Projeções interativas como as vista em cenas do Homem de Ferro e outros filmes gênero como, Star Trek e Minority Report, estão cada vez mais próximas.

O sistema utiliza um laptop comum, um jogo de espelhos e as câmeras RealSense para detectar a profundidade e orientação dos movimentos do usuário para interagir com a imagem "projetada" no ar.

Nós chegamos a brincar um pouco com ele para tirar nossas conclusões e ainda há bastante a ser melhorado. Apesar do efeito de um holograma ser bem bacana, mesmo com alguns minutos de uso, saímos do evento com uma considerável dor de cabeça, já que a imagem parece desfocada. A experiência é semelhante à de assistir filmes 3D sem óculos.

De qualquer forma, o reconhecimento das mãos e a precisão dos toques é digna de nota e acreditamos que não vai demorar muito para vermos novidades por aí.

Sistema de hologramas só pode ser visto pelo usuário que estiver alinhado de frente para o dispositivo (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

Soluções para educação

A Intel tem um bom histórico na criação de produtos acessíveis para regiões carentes de conectividade e dispositivos eletrônicos, como regiões rurais em países da África e Ásia. No passado, a empresa já desenvolveu máquinas que rodam uma versão modificada do chip Intel Atom para essas regiões, com uma autonomia de bateria maior, proteção contra impactos e outras características importantes para que eles façam sucesso por lá.

Não é propriamente novidade, mas agora essa iniciativa vai receber uma inovação importante: a empresa desenvolveu uma nova plataforma de carga através de energia solar para tablets e notebooks conversíveis que permite um uso mais inteligente dessas fontes de energia.

Por ser mais intermitente que o carregamento pela tomada, o gerenciamento do fluxo de energia solar é importante para garantir que a quantidade de energia consumida em uma carga seja o suficiente para manter o dispositivo funcionando constantemente e não funcionando em picos de carga.

Sistema para carregamento de tablets otimizado para energia solar (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

De acordo com a empresa, o preço do equipamento deverá ser de US$ 150 e a expectativa é que painéis cada vez mais baratos e leves - a Intel trouxe até um modelo dobrável para a exposição - poucos apareçam no mercado.

A empresa ainda expôs alguns tablets voltados para ambientes escolares, com aplicações desenvolvidas com parceiros e que permite um ensino mais interativo dentro de sala de aula. Entre as soluções está um sensor de temperatura que pode ser conectado à entrada P2 do tablet. Entre suas funcionalidades, o sensor permite medir distâncias e ângulos dentro de imagens feitas com a câmera do equipamento.

Jimmy, o Robô open source

A norte-americana também trouxe um modelo da carcaça do robô open source Jimmy, apresentado pela primeira vez no final do ano passado pelo futurólogo da Intel, Brian David Johnson.

A ideia do robô é ser um gadget completamente customizável e criado em arquivos de código aberto - o modelo do corpo, por exemplo, pode ser baixado na internet, modificado e impressso em um impressora 3D. Os sistemas eletrônicos para a movimentação do robô também serão abertos e comercializados por parceiros da Intel que poderão criar suas próprias versões. Por fim, o sistema operacional também é aberto e baseado em Linux, o que permitirá que qualquer um crie suas próprias aplicações de formas simples para operar o Jimmy.

A expectativa é que a fabricante de tecnologia ofereça plataformas para desenvolvedores e kits de construção do Jimmy para consumidores com valor estimado de US$ 1,6 mil.

Modelo do robô open-source Jimmy (foto: Rafael Romer/Canaltech)

Intel e carros

Para finalizar, também conferimos os projetos da Intel para entrar no mundo dos carros inteligentes. As funções são as mesmas previstas pela iniciativa da Apple e da Nvidia, com o Tegra K1, com controles de distância e automatização de funções.

O destaque ficou para o sistema de bloqueio remoto de sistemas eletrônicos em caso de tentativa de hackeamento do carro - uma das principais preocupações no futuro próximo, no qual carros terão cada vez mais autonomia e independência do condutor.

Simulação de sistema de segurança embarcado para impedir hackeamento de carros inteligentes (Foto: Rafael Romer/Canaltech)

*com Rafael Romer