Foxconn começa a apresentar sinais de mudanças nas condições de trabalho
Por Joyce Macedo | 31 de Dezembro de 2012 às 07h15
A Foxconn está na mira da justiça trabalhista chinesa devido às horas extras excessivas e más condições de trabalho nas instalações de produção de sua fábrica no país.
Segundo informações do The New York Times, a empresa está fazendo mudanças que vão melhorar o local de trabalho para os seus 1,4 milhão de colaboradores na China. Essas melhorias incluem menos horas extras, aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
O relatório do jornal norte-americano narra a história de Pu Xiaolan, um trabalhador migrante da província de Sichuan, que se beneficiou com as políticas trabalhistas mais amigáveis da Foxconn. Ele conta que, quando foi contratado, ganhou um pequeno banquinho de plástico verde, que mal o deixava dormir à noite devido às dores nas costas causadas durante seu trabalho, que era o de inspecionar iPads no processo de fabricação.
Porém, recentemente se surpreendeu quando chegou e se deparou com uma nova cadeira de madeira, alta e confortável para que pudesse trabalhar melhor. Ele também diz que já ouviu falar de alguns funcionários que ganharam cadeiras com almofadas. Esse é um dos sinais das mudanças da fabricante em relação a seus empregados.
Os relatos de condições deploráveis de trabalho na Foxconn chinesa correram o mundo por meio de reportagens, o que resultou em uma pressão grande em cima da Apple, afinal a fabricante é uma de suas maiores parceiras. Grupos de direitos humanos esperam que a empresa de Cupertino continue focando na melhoria das condições para os trabalhadores das fábricas no exterior.
Muitos acreditam que a Apple tem a estatura pública de introduzir grandes mudanças na forma como os trabalhadores da montagem são tratados em seus locais de trabalho. Essas melhorias não estariam limitadas à Foxconn, mas poderiam também mudar toda a indústria de fabricação de produtos eletrônicos.
Apesar dos aparentes esforços da Foxconn para melhorar as condições de trabalho e se adequar às normas da justiça trabalhista chinesa, a fabricante está enfrentando algumas dificuldades para convencer alguns de seus funcionários a reduzir a carga horária, principalmente devido ao pagamento das horas extras.