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Executivo da Amazon confirma que problema do Fire Phone é o preço

Por| 31 de Outubro de 2014 às 12h00

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Executivo da Amazon confirma que problema do Fire Phone é o preço
Executivo da Amazon confirma que problema do Fire Phone é o preço

Em julho deste ano, Jeff Bezos colocava a Amazon definitivamente no mercado de smartphones com o lançamento do Fire Phone e com a promessa de que ele era tão surpreendente que seria um sucesso de vendas. No entanto, pouco mais de três meses depois, o novo aparelho da Amazon ainda não decolou e, segundo informações, está muito longe disso.

Na semana passada, Tom Szkutak, CTO da Amazon, afirmou que as unidades do Fire Phone estocadas equivalem a US$ 170 milhões, envolvendo os custos com parceiros e fornecedores. Considerando o preço dos aparelhos, é possível dizer que existam quase 830 mil dispositivos armazenados sem nenhum dono nos armazéns da varejista, tornando o dispositivo um fracasso praticamente absoluto de vendas.

Ainda que a norte-americana tenha escolhido comercializar o aparelho limitadamente pela AT&T, a expectativa era que o sucesso do smartphone fosse ao menos razoável, mas não foi isso o que acontece até aqui. Em entrevista à Fortune, o vice-presidente da Amazon, David Limp, coloca a culpa do insucesso nas vendas no preço.

Segundo Limp, a Amazon costuma enfraquecer o valor do hardware para poder vender os produtos a preços mais baixos ou similares ao da concorrência, mas com qualidade e recursos mais sólidos. No entanto, com o Fire Phone, isso não aconteceu. O padrão de materiais e componentes comercializados pelas indústrias e pelos fornecedores forçaram a Amazon a cobrar US$ 199 por cada modelo com 32 GB e US$ 299 pelos aparelhos com 64 GB. De acordo com Limp, essa tática foi um erro.

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"Nós não conseguimos acertar no preço. Eu acho que as pessoas esperavam um bom valor e nós não atingimos as expectativas. Pensamos que tínhamos acertado. Mas também estamos dispostos a dizer: 'perdemos'", explicou Limp.

Somente a título de comparação, na AT&T o Fire Phone poderia ser adquirido em contrato por US$ 200, o mesmo valor praticado com o Droid Turbo na Verizon. Isso mostra que o executivo tem razão ao afirmar que o preço tem sido um empecilho para que o aparelho da Amazon possa deslanchar. Outro motivo que comprova isso aconteceu um mês após o lançamento do aparelho. A Amazon, diante das poucas unidades vendidas do dispositivo, diminui o preço para US$ 100, o que fez com que a empresa melhorasse um pouco as vendas, ainda que não tenha sido um aumento considerável e não evitasse o prejuízo até aqui.

Para piorar as coisas, alguns consumidores parecem não estar satisfeitos com a experiência do smartphone da varejista. Na própria página do dispositivo no site da varejista é possível visualizar várias avaliações de 2 estrelas, com consumidores reclamando dos poucos aplicativos que o aparelho oferece, do fato dele esquentar demais na mão, além de várias outras queixas.

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Limp destacou, no entanto, que duas atualizações de software foram disponibilizadas recentemente e resolvem alguns dos problemas que os usuários estavam enfrentando.

Alguns analistas como Mark Mahaney, diretor da RBC Capital Markets, afirmam que é "tarde demais" para a Amazon salvar o Fire Phone. Limp, por outro lado, não mostrou nenhum sinal de que a Amazon pensa em desistir de seus smartphones. O executivo citou o tablet Fire e o Fire TV streaming box como exemplos de lançamentos "muito bem sucedidos", ainda que tenha se limitado a não comentar sobre os números de vendas.

Jeff Bezos, CEO e fundador da norte-americana, por outro lado, gosta de ressaltar que o primeiro Kindle, lançado em 2007, evoluiu para o que é hoje uma ampla variedade de produtos altamente rentáveis. Porém, a Amazon parece dividida em confiar que o Fire Phone terá o mesmo sucesso a longo prazo do Kindle, visto que o mercado de smartphones é mais competitivo e dinâmico.