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Como a fórmula 1 transforma tecnologia em esporte

Por| 23 de Novembro de 2013 às 13h51

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O que faz pessoas recorrerem à engenharia e tecnologia é normalmente a vontade de criar o melhor produto possível quando se tem uma série de empecilhos físicos e técnicos. Essa mesma vontade é o que guia a tecnologia por trás da Fórmula 1. Como é uma série de corrida, tudo acontece instantaneamente, as decisões tem que ser tomadas muito rápido. Não há tempo para experimentos, tentativas e erros.

A cada duas semanas, ou às vezes semanalmente, a equipe Lotus vai para a pista testar suas novas combinações, depois de horas de testes no computador. Então, no final de semana, o que foi testado é colocado em prática na corrida. Todo o eforço junta tecnologias bem diversas, como dinâmica dos fluidos computacional e impressão em 3D. Com uma infinidade de sensores eletrônicos, até o Big Data entra na história. Porém, um dos lamentos constantes é a baixa qualidade da banda da conexão entre o carro e os engenheiros.

Enquanto os carros podem atingir até 320 km/h, a velocidade de transmissão dos dados é de apenas 10 Mbps (mais baixa do que a maioria das bandas largas domésticas!). Uma empresa de consultoria da Microsoft chamada Avanade fornece cerca de 20 funcionários, que trabalham com a Lotus o tempo inteiro.

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Aqui vão alguns fatos sobre a equipe Lotus:

  • Cada carro tem mais de 300 sensores
  • A cada volta, esses sensores geram e enviam 25 MB de dados
  • As corridas têm entre 50 e 70 voltas
  • A Lotus usa um protocolo wireless proprietário de envio de dados do carro para os engenheiros

Esses engenheiros estão rodando, junto com a corrida, simulações que levam em conta os dados do carro (enviados pelos sensores), a posição dos outros carros na pista, o tempo (chuva, sol), e uma variedade de outros fatores para montarem a melhor estratégia. E cada segundo importa.

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Esse é um ciclo de geração de informações e reações que tenta se aproximar do tempo real o máximo possível. Os engenheiros colhem dados meteorológicos o tempo inteiro, analisam a performance dos outros pilotos para cada tipo de tempo (chuva, sol, etc), e utilizam esses dados para decidir o melhor momento para seus pilotos trocarem os pneus ou reabastecer.

Cada simulação leva aproximadamente 90 segundos (mais ou menos a duração de uma volta), mas eles querem reduzir o tempo para 60 segundos, para ter uma vantagem.

Aproximadamente 60% dos dados coletados são usados na própria corrida, com os 40% restantes sendo usados posteriormente.

Mas isso não é tudo. Além das decisões técnicas na corrida, a Lotus analisa esses dados e os recursos de computação para construir o carro. E utilizando os recursos de impressão em 3D e melhor hardware, os carros podem gerar muito mais dados.

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Por exemplo, a direção da Fórmula 1 coloca um limite de 40 teraflops semanais por equipe, para processamento de dados de alta performance. Antes a equipe tinha então que escolher entre simulações em túneis de vento e testando as partes físicas, e passar um tempo simulando elas no computador. Mas no ano passado conseguiram utilizar somente 25 teraflops, graças a melhores softwares e novos chips da Intel (antes eram da AMD).

Com isso, a Lotus pode agora utilizar o tunel de vento o tempo inteiro, o que significa coletar mais dados aerodinâmicos. E também com o uso de impressão 3D, mais partes podem ser fabricadas para os testes. Antes de adotar a impressão 3D em larga escala, a equipe tinha que fabricar manualmente cerca de 600 partes do carro por semana, e claro, tinha que esperar que elas ficassem prontas.

Esse sistema de fabricar peças rapidamente não é usado apenas para as partes de testes. Algumas delas são para o próprio carro da corrida do final de semana, como a barra de proteção da cabeça, que é feita de pó de titânio e suporta até 14 toneladas.