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Carro sem motorista do Google estará nas ruas até 2020

Por| 16 de Janeiro de 2015 às 08h26

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Além dos smartphones modulares do Project Ara, outra ideia do Google tem dado o que falar nos últimos meses: um carro que dispensa motoristas humanos. A empresa anunciou o veículo em meados do ano passado e desde então o projeto passou por poucas mudanças. Agora, a companhia revelou que deu início à construção das primeiras unidades do automóvel para colocá-lo à venda nos próximos cinco anos.

Em entrevista ao site Detroit Free Press, Chris Urmson, diretor da divisão de carros autônomos do Google, disse que o veículo está sendo fabricado no bairro de Livonia, região metropolitana da cidade americana de Detroit, em parceria com algumas fornecedoras. De acordo com o executivo da gigante das buscas, inicialmente serão produzidos 150 novos carros para uma nova rodada de testes em Detroit e na Califórnia, onde já acontecem experimentos.

Além das fornecedoras, o Google disse que está em negociações com as principais montadoras do mundo para acelerar o lançamento dos carros autônomos. Entre as fabricantes estão a General Motors, Ford, Toyota, Daimler e Volkswagen. "Seria negligente não falar com os maiores fabricantes de automóveis. Eles têm muito a oferecer. Para nós, chegar e dizer que podemos fazer melhor seria arrogante", explicou Urmson à agência Reuters.

No mês passado, o Google revelou que o protótipo de automóvel que dirige sozinho estava pronto para ser colocado nas ruas. O último modelo do carro é resultado da junção de inúmeros sensores espalhados pela máquina para garantir uma condução autônoma completa e totalmente segura. Os veículos estão sendo testados desde 2009 e já circularam mais de 1,1 milhão de quilômetros em vias públicas sem causar nenhum acidente – as infrações envolvendo o veículo foram todas causadas por batidas de outros motoristas ou de funcionários da companhia que tomaram o controle do carro autônomo.

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Essa é uma das questões mais levantadas pelo Google nos últimos seis anos em relação ao projeto. Segundo Urmson, a sociedade precisará aceitar, eventualmente, que veículos que se conduzem sozinhos são o futuro da indústria automobilística e que mesmo com as possibilidades de falhar (assim como qualquer outro computador), apresentam um nível maior de segurança aos pedestres, outros motoristas e aos próprios passageiros do que um automóvel que depende da ação humana para sair do lugar.

Outro ponto defendido pela empresa de Mountain View é a independência proporcionada pelo veículo. "Nós dirigimos por você", comenta Urmson. "Um homem cego, por exemplo, poderá buscar suas roupas na lavanderia por conta própria. Um ano atrás, o conceito de um carro no qual você aperta um botão e te leva para o seu destino era mais do que uma simples ideia. Hoje isso é sólido e real", disse.

O carro sem motorista do Google ainda não tem uma data oficial para chegar ao mercado. Segundo a companhia, o veículo possui sensores que ampliam o campo de visão das câmeras instaladas para ver o que está acontecendo até uma distância de dois campos de futebol. Além disso, o carro atinge velocidade máxima de 40 quilômetros por hora – a capacidade de locomoção deve ser ampliada para até 160 km/h quando o automóvel for equipado com todos os sistemas de segurança necessários.

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Mesmo autônomo, o veículo possui os principais componentes de um carro comum, incluindo um volante e pedais de freio e acelerador. O carro também possui dois sistemas distintos de travagem e de direção, o que significa que, se um dos mecanismos apresentar mau funcionamento, o outro entra em ação.

Todo o automóvel é montado usando componentes menos pesados que os de um carro comum - a parte dianteira, por exemplo, é construída com espuma e seu para-brisa é feito a partir de um material flexível. De acordo com o Google, isso reduz o dano que o carro pode causar caso atropele ciclistas, pedestres ou qualquer objeto na pista por acidente.

Também ainda não se sabe quanto custará o automóvel sem motorista do Google. Para efeito de comparação, o conjunto de sensores de radar e lasers que fica posicionado na parte superior do veículo custa cerca de US$ 75 mil, mas os preços cairiam drasticamente quando o carro for produzido em escala.