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Canaltech conversa com um dos 'Doodlers' responsáveis pelos desenhos do Google

Por| 11 de Julho de 2014 às 00h15

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Pela primeira vez desde que o Google começou a criar seus logos customizados para comemorar datas especiais, parte da equipe responsável pela criação e design dos doodles deixou a sede da empresa, em San Francisco, para trabalhar diretamente do Brasil durante a Copa do Mundo.

"Foi um processo muito orgânico, algo que nós nunca tinhamos feito antes, tudo foi um experimento e nós gostamos do desafio", afirmou o "Doodler" Matthew Cruickshank, em entrevista ao Canaltech.

Cruickshank, que participou na tarde de hoje de uma oficina de Doodles com crianças no Museu do Futebol, em São Paulo, foi um dos quatro membros do time de ilustradores do Google que vieram para o escritório brasileiro do Google para desenvolver os mais de 60 doodles comemorativos do campeonato. No total, dez doodlers e outros cinco engenheiros são os responsáveis por todos os logos customizados utilizados globalmente pelo Google.

Mais: Veja a galeria de todos os doodles já criados pelos 'Doodlers'

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A viagem, na verdade, foi dividida em duas partes: a primeira, há pouco mais de três meses, trouxe os ilustradores Matthew, Sophie Diao, Leon Hong, e o líder do time, Ryan Germick, para um passeio de férias por São Paulo, Rio de Janeiro e outras regiões turísticas do país, como Bonito, no Mato Grosso do Sul, para um reconhecimento da cultura, fauna, flora e influências locais. Já durante a Copa, o time voltou para valer, e começou uma maratona intensa de design de novos doodles comemorativos - que acaba só nesse domingo, após a final.

Matthew Cruickshank (em pé) participou na tarde de hoje (10) de uma oficina de doodles com crianças no Museu do Futebol, em São Paulo (foto: divulgação)

A rotina do time doodler, aliás, mudou bastante por aqui. Essa foi a primeira vez que o time teve que se empenhar para produzir doodles em tempo real, além de ter se dedicado mais à criação de Doodles animados, ao invés de focar em imagens fixas, o que exigiu um tempo extra de design das animações. Para garantir que tudo fosse entregue a tempo, o ilustrador afirmou que o time focou em animações simples, com um loop que fizesse sentido, e sem favorecer nenhuma equipe específica da Copa. "Nós tivemos que confiar nos nossos instintos", diz.

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Nesse trabalho da Copa, a média de tempo para ter uma ideia, rascunhar, fazer o design e entregar o produto final foi de quatro horas. Em San Francisco, um novo doodle pode levar até seis semanas para ser criado. Em casos especiais, como o doodle-jogo do aniversário de 50 anos da série Dr. Who, criado por Matt, o processo por levar até três meses.

Para isso, os criadores se valeram não só de referências pessoais, mas também de sugestões que vêm de próprios funcionários do Google ou de pessoas aleatórias de fora da empresa. Os doodlers também sempre ficam ligados em redes sociais e na própria ferramenta de buscas da empresa para ficarem por dentro de eventos ou datas importantes.

"[Os Doodles podem ser sobre] pessoas que já ouvimos falar, ou nunca ouvimos falar, que tenham criado uma grande invenção, ou uma celebração de uma realização da humanidade", explica. "E uma vez que decidimos que vamos celebrar essa pessoa, começamos o processo de pensar, pesquisar e rascunhar". Toda semana, o grupo também se reúne para trocar ideias ou feedbacks, assim como conversam com times do Google de outros paises para criação de Doodles focados em países específicos.

Dentro do Google, o time tem total liberdade para criar os Doodles que quiser e não passa por nenhum tipo de censura da empresa. "Nós nunca colocaríamos nada que não pudesse ser visto online, mas ao mesmo tempo nós gostamos do fato de ser uma responsabilidade individual. Uma vez que mostramos para o time e sentimos que é uma boa ideia, há muita confiança do Google", explica Matt.

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Algumas vezes, no entanto, essa liberdade cria algumas situações complicadas, mas que são rapidamente modificadas com o feedback em tempo real da internet e redes sociais. Nessa Copa, por exemplo, o time chegou a inverter a ordem das cores de uma das bandeiras nacionais de uma equipe participante.

Em um dos doodles mais populares do campeonato, que simulava um chefe chegando no escritório enquanto os funcionários assistiam a um jogo de futebol, houve quem pensasse que a letra "B" do doodle se referisse ao buscador concorrente Bing, da Microsoft, e não à palava "boss" (chefe, em inglês).

No próximo domingo, a experiência de produzir Doodles em outro país chega ao fim para Matt e os outros membros do time, com o jogo final que será disputado entre Alemanha e Argentina, no Maracanã, no Rio de Janeiro.

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Questionado pelo Canaltech, o ilustrador conta que não pode revelar como será o último dos desenhos comemorativos da Copa, mas deu uma dica: "Nós vamos tentar celebrar todo o evento", revelou. "Foi ótimo ver todas essas pessoas diferentes, os fãs comemorando e todo mundo aproveitou tanto a festa aqui que precisamos falar mais sobre essa atmosfera".

Na avaliação dele, o test-drive dos doodles da Copa foram uma experiência bem enriquecedora para o time e deve ser repetida no futuro. "Uma coisa que aprendemos é que podemos ficar longe do escritório, viajar e trabalhar de forma móvel, e aprender com novas culturas", conta. "Nós não sabemos em que formato ou para qual tema, mas eu acho que podemos ir além e fazermos mais doodles que são relevantes, rápidos e que trazem mais do momento, ao invés de nos focarmos sempre no planejamento".