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Análise: resultado financeiro da Apple silencia rumores contra Tim Cook

Por| 24 de Abril de 2013 às 12h56

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Análise: resultado financeiro da Apple silencia rumores contra Tim Cook
Análise: resultado financeiro da Apple silencia rumores contra Tim Cook
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Desde setembro do ano passado, as ações da Apple caíram de US$ 700 para US$ 400, o valor mais baixo desde 2011. Isso parece ter sido o suficiente para colocar em cheque a performance de Tim Cook como CEO da empresa. Na semana passada, analistas começaram a duvidar da Apple e até mesmo um artigo na Forbes, assinado pelo colunista Gene Marcial, alimentou rumores de que Cook estava com os dias contados à frente da Maçã.

As especulações tomaram proporções consideráveis, mas Tim Cook foi firme em relação aos rumores e a apresentação de resultados para os acionistas, referente ao último trimestre, conseguiu derrubar todas as dúvidas que ainda restavam em relação ao CEO, que foi indicado pelo próprio Steve Jobs, meses antes de sua morte.

Faturamento: não tão bom, mas suficiente

Na apresentação realizada nesta terça-feira (22), Tim Cook divulgou que o faturamento total da Apple no último trimestre foi de US$ 42,66 bilhões, com um lucro líquido de US$ 9,5 bilhões. O resultado foi compatível com o cenário deste mesmo período em 2012, quando a empresa atingiu um faturamento de US$ 39,2 bilhões e lucro de US$ 11,6 bilhões.

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Neste último trimestre, foram vendidos 37,04 milhões de iPhones (um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior) e 19,5 milhões de iPads ( 65% a mais do que no mesmo período do último ano). Por outro lado, a venda de Macs diminuiu (3,95 milhões contra 4 milhões deste período no ano anterior), bem como a venda de iPods (5,6 milhões contra os 7,7 milhões vendidos no mesmo período de 2012).

As previsões de faturamento total da Apple por Wall Street estavam em US$ 44,3 bilhões. Contudo, apesar do resultado superar o esperado, as vendas ainda são uma dúvida para os investidores. Enquanto que neste período em 2012 as vendas de iPhone haviam crescido 88% em relação ao ano anterior (2011), este ano o crescimento ficou em meros 7%. A Apple continua valendo muito como empresa, mas parece ter chegado ao seu limite – o que não tem agradado muito os investidores, que estavam empolgados para ver as ações chegarem aos US$ 1 mil.

Para o próximo trimestre, a Apple espera um faturamento um pouco menor, entre US$ 33,5 bilhões e US$ 35,5 bilhões. Em relação aos investidores, Cook também anunciou um plano para recompra de ações, para o qual a Apple irá desembolsar US$ 100 bilhões em um primeiro momento.

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O foco da Apple não são os investidores, mas o usuário

Apesar de toda a reclamação que tomou conta das editorias de tecnologia dos principais jornais e sites do mundo, não são todos os investidores e analistas que culpam Tim Cook pela queda no valor das ações.

“Ele assumiu o cargo de CEO quando as ações estavam na faixa de US$ 300, as ações estão mais altas do que estavam quando ele assumiu. Você tem que enxergar nessa perspectiva, a Apple não colocou as ações em US$ 700, investidores estúpidos colocaram as ações em US$ 700. Você não pode culpar o CEO por isso, eles ainda estão fazendo mais dinheiro do que antes”, afirmou Dan Niles, gerente de portfólio na AlphaOne Capital Markets.

Basta conhecer um pouco da história da Apple para saber que não são os investidores o foco da empresa, mas o usuário final. “A Apple geralmente não foca na bolsa, porque eles acreditam que se focarem em construir excelentes produtos, a bolsa vai se resolver sozinha”, disse Brian White, analista da Topeka Capital Markets, provando que conhece bem o histórico da empresa.

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Em 2008, quando as ações da Apple caíram de US$ 200 para US$ 117, o próprio Steve Jobs teve de explicar aos investidores que esse não era o fim da empresa. “Eu acho que nós temos feito muito bem para os nossos investidores na última década e eu gostaria apenas de encorajá-los a confiarem em nós. Talvez nós saibamos o que estamos fazendo”, disse Jobs a um repórter da CNBC, na época.

Tim Cook tem a solução

Subir e cair nas ações é uma situação perfeitamente comum, até mesmo para a segunda empresa mais valiosa do mundo – a Apple ainda briga pelo primeiro lugar com a Exxon Mobil. Como bem pontua Trip Chowdhry, da Global Equities Research, “a Apple é como o negócio de filmes. Basicamente, você tem que apresentar um hit atrás do outro”. E o que falta são novidades no catálogo. Sem grandes produtos inovadores nos últimos tempos, a Apple está caindo na mesmice e precisa provar que ainda sabe pensar em soluções inovadoras para problemas que, até então, não existiam – por exemplo, nós não sabíamos que precisávamos de um iPad até que ele fosse lançado.

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E se a dúvida é sobre produtos novos a caminho, o próprio Tim Cook já deu a dica durante a apresentação dos resultados do trimestre. Segundo ele, uma nova categoria de produto deve ser apresentada em breve, o que deve aquecer o mercado e causar o tão almejado aumento no valor das ações.

“A verdade é que nós trabalhamos duro para criar produtos inovadores. Eu posso garantir a vocês que nós estamos trabalhando bem de perto com nossos parceiros para conseguir um futuro bastante animador”, afirmou Cook.

Com resultados mais que suficientes e muito jogo de cintura, a Apple provou mais uma vez que o sucesso na bolsa é sim resultado de um bom trabalho com o consumidor. Não menos importante, Tim Cook deixou clara sua boa performance como CEO na Apple, gerenciando resultados financeiros satisfatórios e bons produtos. Os investidores e analistas podem ter certeza: colocar Cook à frente da Apple foi um dos últimos acertos de Jobs – e não há rumor que consiga invalidar isso.