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Relatório de diversidade de empregados da Apple: maioria é de homens brancos

Por| 13 de Agosto de 2014 às 15h30

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A Apple divulgou nesta terça-feira (12) o seu primeiro relatório de diversidade que, sem grandes surpresas, constatou que a empresa é composta em sua maioria por funcionários do sexo masculino. De acordo com o documento, 70% dos quase 98 mil profissionais que trabalham na companhia são homens e apenas 30% são mulheres. Além disso, da porcentagem total, 15% são asiáticos, 11% são hispânicos e só 7% são negros, o que significa que 55% dos empregados da Maçã são considerados brancos.

Nas áreas ligadas à tecnologia, 54% dos funcionários são brancos, 23% são asiáticos, 7% são de origem hispânica e 6% são negros - o documento se concentra principalmente na força de trabalho dos Estados Unidos, onde moram a maioria dos empregados da Apple. Embora a quantidade de negros e hispânicos seja menor quando comparada aos brancos, os números são maiores do que qualquer outra grande empresa do Vale do Silício que já divulgou seu relatório de diversidade.

Junto do relatório, a Apple enviou uma carta escrita pelo CEO da companhia, Tim Cook, na qual ele se mostrou insatisfeito com esses resultados. Aliás, a empresa lançou uma página especial - ainda não disponível no idioma português - com o objetivo de priorizar e aumentar a diversidade das pessoas que integram o time de funcionários da gigante de Cupertino. Veja abaixo, na íntegra, a tradução da carta enviada pelo executivo:

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Uma mensagem de Tim Cook.

Na Apple, os nossos 98 mil empregados compartilham uma paixão por produtos que mudam a vida das pessoas, e desde os primeiros dias sabemos que a diversidade é fundamental para o nosso sucesso. Nós acreditamos profundamente que inclusão inspira inovação.

Nossa definição de diversidade vai muito além das tradicionais categorias de raça, gênero e etnia. Ela inclui qualidades pessoais que normalmente não são levadas em conta, como orientação sexual, condição de veterano e deficiência. Quem somos, de onde viemos e o que temos experimentado influencia a maneira como percebemos e resolvemos problemas. Acreditamos na celebração dessa diversidade e investimos nela.

A Apple está comprometida com a transparência, e é por isso que estamos publicando estatísticas sobre raça e gênero da nossa empresa. Deixe-me dizer de início: como CEO, eu não estou satisfeito com os números nesta página. Eles não são novos para nós e estamos trabalhando duro há um bom tempo para melhorá-los. Estamos fazendo progressos, e estamos empenhados em ser tão inovadores no avanço da diversidade como somos no desenvolvimento de nossos produtos.

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Inclusão e diversidade têm sido um foco para mim durante todo o meu tempo na Apple, e estão entre minhas prioridades como CEO. Tenho orgulho de trabalhar ao lado de muitos executivos que contratamos e promovemos nos últimos anos, incluindo Eddy Cue e Angela Ahrendts, Lisa Jackson e Denise Young-Smith. Os talentosos líderes da minha equipe vêm de todo o mundo e que cada um trouxe um ponto de vista único com base em sua experiência e histórico. E o nosso conselho de administração está mais forte do que nunca com a adição de Sue Wagner, que foi eleita em julho.

Eu recebo e-mails de clientes de todo o mundo, e um nome que surge muitas vezes é Kim Paulk. Ela é uma especialista na Apple Store na West 14th Street, em Manhattan. Kim tem uma condição médica que dificulta sua visão e audição desde quando ela era uma criança. Nossos clientes adoram o atendimento de Kim e dizem que ela incorpora as melhores características de Apple. Seu cão-guia, Gemma, é carinhosamente conhecida na loja como o "iDog".

Quando pensamos em diversidade, pensamos em pessoas como a Kim. Ela inspira seus colegas, assim como seus clientes.

Nós também pensamos em Walter Freeman, que lidera uma equipe de contratações aqui em Cupertino e foi recentemente reconhecido pelo National Minority Supplier Development Council. No ano passado, a equipe de Walter forneceu mais de US$3 bilhões em oportunidades de negócios com a Apple para mais de 7.000 empresas de pequeno porte no oeste dos Estados Unidos.

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Tanto Walter quanto Kim exemplificam o que valorizamos na diversidade. Eles não apenas enriquecem a experiência de seus colegas de trabalho e fazem o nosso negócio mais forte, como também estendem os benefícios da diversidade da Apple para os nossos clientes, em nossa cadeia de suprimentos e na economia em geral. E há muitas outras pessoas na Apple fazendo o mesmo.

Acima de tudo, quando pensamos na diversidade da nossa equipe, pensamos nos valores e nas ideias que eles trazem como indivíduos. Ideias conduzem a inovação única que a Apple promove e elas entregam o nível de excelência que os nossos clientes esperam.

Além do trabalho que fazemos criando ferramentas inovadoras para nossos clientes, melhorar a educação é uma das melhores maneiras que a Apple tem para impactar de forma significativa a sociedade. Recentemente nós nos comprometemos em dar US$100 milhões para a iniciativa ConnectED, do presidente Barack Obama, para levar tecnologias de ponta para as escolas economicamente desfavorecidas. 80% da população estudantil nas escolas que iremos equipar são de grupos sub-representados atualmente em nossa indústria.

A Apple é também uma patrocinadora da Campanha de Direitos Humanos, a maior organização de direitos LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis] do país, bem como o Centro Nacional para Mulheres & Tecnologia da Informação, que está incentivando jovens a se envolver com tecnologias e ciências. O trabalho que fazemos com esses grupos é significativo e inspirador. Sabemos que podemos fazer mais, e nós faremos.

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Este verão marca o aniversário da Lei dos Direitos Civis dos Estados Unidos de 1964 — uma oportunidade para refletir sobre o progresso da metade do século passado e reconhecer o trabalho que ainda precisa ser feito. Quando apresentou o projeto em junho de 1963, o presidente Kennedy pediu ao Congresso para aprová-lo "pela qualidade simples, orgulhosa e inestimável que nos une como americanos: o senso de justiça."

Em todo o mundo, a nossa equipe na Apple está unida na crença de que ser diferente nos faz melhores. Sabemos que cada geração tem a responsabilidade de construir sobre os ganhos do passado, ampliando os direitos e as liberdades que desfrutamos de muitos que ainda estão lutando por justiça.

Juntos, estamos comprometidos com a diversidade dentro da nossa empresa e do avanço da igualdade e dos direitos humanos em todos os lugares.

Tim