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Após privatização, como a Dell voltará a ser competitiva? Michael Dell responde

Por| 06 de Janeiro de 2014 às 12h45

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Após privatização, como a Dell voltará a ser competitiva? Michael Dell responde
Após privatização, como a Dell voltará a ser competitiva? Michael Dell responde
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Após registrar queda de lucro líquido de 72%, perder cerca de US$ 205 milhões no segundo trimestre de 2013, sair da bolsa de valores e, finalmente, ser readquirida por seu co-fundador, Michael Dell, a Dell começa a dar seus primeiros passos rumo à recuperação.

O repórter Rob Enderie, da CIO, teve a oportunidade de conversar com Dell no fim do mês passado e soube do agora dono da companhia quais são os planos e coisas que distinguirão a "nova Dell" da "antiga Dell" e a tornarão uma companhia melhor.

Inovação no futuro

Em um mercado em que o Google investe cada vez mais em robôs, a HP em impressoras 3D e a IBM em sistemas computacionais inteligentes, a Dell irá precisar se reinventar e inovar. Perguntado sobre o assunto, Dell desconversou e afirmou que, agora que a companhia foi privatizada, terá mais de US$ 1 bilhão em dinheiro extra todo ano. Quantia mais que suficiente para pagar dívidas e investir em tecnologias que vão além das que a concorrência está focada.

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Os planos incluem ainda aquisições de direitos autorais, patentes e até mesmo companhias estabelecidas para garantir que a inovação partirá da Dell.

Manter os consumidores felizes é mais fácil sem acionistas

Talvez não seja um assunto totalmente claro, mas CEOs de grandes companhias de capital aberto precisam lidar e balancear uma série de interesses dos seus acionistas majoritários, além, claro, de satisfazer as expectativas dos consumidores. Uma das principais preocupações é o valor das ações, que todos apenas querem que suba, independente da satisfação dos clientes ou empregados.

Agora, com a privatização, Dell acredita que deve se preocupar somente com seus usuários e revendedores. Apesar de existir uma tensão entre esses dois grupos de consumidores, ela é bem menor do que a criada pelos acionistas e pode ser resolvida facilmente: basta focar na satisfação deles.

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Parcerias como vantagem competitiva

Para Dell, um dos maiores pecados que as outras companhias cometem é querer aproveitar toda oportunidade que surge. A nova Dell será cautelosa e, ao invés de competir agressivamente, escolherá as melhores oportunidades que surgirem. A ideia é fazer com que cada novo parceiro seja tratado como um consumidor, conquistando seu respeito e fazendo do relacionamento uma vantagem competitiva.

Um bom exemplo são as companhias que antes forneciam peças para os computadores da Dell e que agora estão abrindo suas próprias linhas de produção de computadores. Enxergá-las como competidores não ajuda e Dell prefere oferecer-lhes a experiência e serviços que ainda não possuem para ajudá-las a crescer.

O trabalho dos CEOs de companhias privadas é mais simples

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Há três coisas que CEOs de companhias de capital aberto tendem a fazer: trabalhar demais (Steve Jobs), focar demais no desempenho das ações a ponto de prejudicar a empresa e recusar regalias e salários em gratidão à posição (Carly Fiorina da HP).

São exemplos extremos que Michael Dell quis evitar ao readquirir a Dell e transformá-la numa companhia privada novamente. Para ele, dessa forma é possível refletir sobre os caminhos que precisam ser tomados para o crescimento e montar uma melhor administração. Os efeitos colaterais são sentidos, principalmente, pelos consumidores e os parceiros, que veem a relação crescer com o surgimento de novos produtos.

O resultado final será um CEO muito mais forte e saudável que, inevitavelmente, se refletirá numa Dell muito mais robusta e competitiva.