Tropa de robôs estuda possibilidade de oceanos engolirem cidades litorâneas
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA desenvolvem uma tropa de robôs subaquáticos para monitorar o derretimento do gelo na Antártida. Os dados obtidos pela frota serão usados para projetar a elevação do nível do mar e a possibilidade eventual dos oceanos engolirem cidades litorâneas. O projeto que mede o impacto do aquecimento global é conhecido como IceNode.
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Em março deste ano, a equipe de cientistas da NASA enviou um protótipo desses robôs, que se parecem mais com enormes cilindros, em um teste no Mar de Beaufort, localizado na região norte do Alasca. O equipamento pode coletar dados a mais de 30 metros de profundidade.
Se tudo der certo, uma frota desses robôs da NASA serão enviados para monitorar ativamente as plataformas de gelo. A vantagem é que, segundo os desenvolvedores, são baratos e têm uma logística simples, o que facilitará as medições em locais inacessíveis aos humanos.
Hoje, o consenso é que o gelo derrete mais rápido do que apontam as projeções tradicionais. A partir dessa nova fonte de informações, novos cálculos poderão ser feitos para estimar o risco em áreas costeiras.
Tropa de robôs subaquáticos da NASA
Os robôs subaquáticos cilíndricos da NASA têm 2,4 m de comprimento e possuem três espécies de ganchos para se fixarem na parte inferior das plataformas de gelo, enquanto captam informações sobre a taxa de degelo com o uso de sensores específicos.
Esses robôs de monitoramento vão se posicionar na “zona de aterramento” das plataformas de gelo. Basicamente, é uma “parede” subaquática, que divide o gelo do fundo do mar e do continente. Todo o processo utiliza Inteligência Artificial (IA), especialmente na hora de determinar o melhor posicionamento de fixação.
A expectativa é que cada robô colete informações por até um ano, de forma contínua. Em seguida, eles se “desgrudariam” do gelo e retornariam para águas de mar aberto, compartilhando todos os dados via satélite.
Derretimento do gelo na Antártida
Com os últimos dados sobre o aquecimento médio dos oceanos e da taxa de derretimento do gelo da Antártida, é fundamental encontrar maneiras mais precisas de medir o avanço desse problema, que ameaça cidades litorâneas.
Afinal, se todas as plataformas de gelo da Antártida derretessem, o nível do mar poderia subir em mais de 50 metros. Entretanto, este cenário limite ainda não está previsto.
Por outro lado, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) já apontam para o problema enfrentado por países e ilhas no Oceano Pacífico devido à elevação do mar. Mesmo que em menor escala, algumas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e Atafona, devem ser afetadas.