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São Paulo terá usina que transforma água do mar em água potável

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Pvproductions/Freepik
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Se depender da Sabesp, o estado de São Paulo terá a sua primeira usina de dessalinização de água. Isso significa que será possível retirar a água do mar, salgada e imprópria para o consumo, e transformá-la em água doce e potável. A estrutura deverá ser construída em Ilhabela, cidade localizada num arquipélago no litoral norte.

Com a proposta de ser entregue em 2026, a usina de dessalinização de São Paulo poderá fornecer água potável para 8 mil habitantes de Ilhabela — embora o número seja pouco expressivo, equivale a um quarto da população local. Além disso, usar a água do mar, que está amplamente disponível independente de secas, dá maior autonomia ao município e garante resiliência hídrica ao sistema de distribuição de água. Este pode chegar próximo ao limite durante o período de férias e com o aumento dos turistas.

No entanto, a obra ainda precisa sair do papel e, para isso, a Sabesp publicou um edital com a licitação para a obra na última semana. Os interessados têm até o final de junho deste ano para apresentar propostas para a usina. Quando a empresa for escolhida, mais detalhes sobre a iniciativa pioneira devem ser divulgados, incluindo o impacto ambiental.

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Dessalinização da água

No mundo, a dessalinização da água do mar é adotada em regiões conhecidas por serem excessivamente áridas, como Dubai (Emirados Árabes Unidos), Califórnia (EUA) e Israel.

No Brasil, devido à frequência de chuvas e às águas subterrâneas, como o aquífero Guarani, a estratégia é restrita a pontos específicos. Entre os exemplos, está o uso da água dessalinizada em Fernando de Noronha, em Pernambuco. A medida garante cerca de 30% do abastecimento do arquipélago.

Outro projeto está em desenvolvimento na cidade de Fortaleza, no Ceará. Então, a usina de dessalinização de Ilhabela vem para somar neste cenário em expansão. 

Usina que transforma água do mar em potável em SP

A proposta é que a usina de dessalinização da água do mar seja construída nas margens do Ribeirão Água Branca, um curso d'água salobra próximo da balsa. No local, deve ser instalado o maquinário necessário para empregar a tecnologia de osmose reversa, precedida de pré-tratamento por ultrafiltração, para o tratamento da água salgada.

Por osmose reversa, entende-se como um processo de filtragem da água do mar. Através da alta pressão aplicada, a água atravessa uma membrana semipermeável, o que resulta em água limpa, sem partículas de sal.

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Após este processo, a água “filtrada” deve passar por um tratamento de remineralização, o que torna viável e seguro o seu consumo da "nova" água doce. Em paralelo, a salmoura filtrada é diluída e devolvida ao ponto de captação no mar. 

Projeto pioneiro em Ilhabela

“A usina vai captar água salgada e terá capacidade de processamento de até 30 litros por segundo, permitindo à Sabesp aumentar em 22% a oferta de água tratada e atender os clientes da cidade mesmo na alta temporada, quando a população cresce de forma exponencial”, completa a companhia, em nota.

Fonte: Sabesp