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4 motivos para não usar Mac

Por| Editado por Bruno Salutes | 05 de Março de 2014 às 16h25

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Kari Shea/Unsplash
Kari Shea/Unsplash

Para finalizar a nossa série de motivos para não utilizar determinado sistema operacional, a qual começamos com o GNU/Linux e demos continuidade com o Windows, agora chega a vez do OS X, sistema operacional dos Macs e MacBooks da Apple. Assim como os outros dois sistemas, o OS X tem as suas qualidades e um público fiel, mas não é a prova de críticas – e este artigo apenas mostra suas principais desvantagens. Isso não faz dele um sistema pior do que o Windows e o Linux, mas sim um sistema bom que, como qualquer outro, possui lados negativos em relação a esses dois. Hora das críticas!

Como o OS X só pode ser utilizado em Macs e MacBooks, nossos argumentos incluem o hardware da Apple também. Afinal, tirando o legalmente questionável Hackintosh, o OS X não é um sistema que simplesmente pode ser baixado e instalado em qualquer máquina como o Windows e o Linux, tendo obrigatoriamente que vir com um Mac.

É caro... por quê?

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Processadores, memória RAM, HDs e praticamente quaisquer componentes internos de qualquer PC ou laptop seguem a regra de ouro da tecnologia: os processos de fabricação ficam mais avançados, o custo cai, ficando mais acessível para o consumidor, e eles ficam mais rápidos e confiáveis. E isso acontece desde que tecnologia é tecnologia. Lembra da primeira geração de MP3 players? Custavam cerca de R$ 400 e tinham a impressionante capacidade de 128 MB, mas hoje são vendidos com vários GB de armazenamento por valores bem mais acessíveis. É mais ou menos por aí.

Por que a Apple não segue essa regra? Tudo bem que ela desenha seus modelos, mas o processador não é ela quem faz (atualmente só há modelos com Intel), nem a memória RAM, nem o disco rígido, ou SSD, nem a placa de vídeo (com exceção do novo Mac Pro, que possui placas Radeon HD customizadas, mas ainda assim são desenhadas pela AMD). O MacBook Pro mais barato da Apple custa R$ 4.799 (na data de publicação deste artigo), um modelo com processador Intel Core i5 de terceira geração (já estamos na quarta geração) dual-core de 2,5 GHz, 4 GB de memória RAM e 500 GB de disco rígido.

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Estamos falando somente do hardware, que é exatamente o mesmo que equipa notebooks e PCs com Windows e Linux. Então o usuário paga o preço de uma excelente máquina com qualquer outro SO e leva para casa um hardware básico. É a mesma coisa que cobrar R$ 120.000 por um Fiat Uno e tentar justificar com "bom, é fabricado pela Apple...". Se isso não faz sentido com carros, porque faria com um computador? Aliás, já viu a tela desse modelo? Tem resolução de 1280x800, a mesma de um tablet médio de 7 polegadas de alguns anos atrás, sendo que mesmo os notebooks com Windows mais básicos já trazem 1366x768 por um quarto do preço.

"Ah, mas tem o MacBook Retina, com excelente configuração e uma das melhores telas entre os notebooks atuais". Sim, é uma máquina muito boa, mas só serve de preço de lastro. Provavelmente é possível contar nos dedos os usuários que compraram um no Brasil. E outra: o Retina de 13" mais básico custa R$ 5.999, com a mesma configuração do Macbook Pro mais básico e somente 128 GB de SSD. Máquina de verdade é o MacBook Retina de 15 polegadas, que começa por singelos R$ 9.999 (não é R$ 10.000, é R$ 9.999), mas nem placa de vídeo dedicada ele tem.

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Quer uma placa de vídeo para trabalhar com edição de imagens e vídeos com velocidade? Então a brincadeira começa em R$ 12.999. Detalhe, a configuração dele é tão boa quanto a de um notebook de R$ 3.000, mas pelo menos a tela é Retina. Então vale a pena agora? Outro argumento de resposta ao "custo-Apple" é que o Mac OS X é um sistema melhor e mais leve do que o Windows, mas isso é assunto para outro item.

Upgrade de fábrica? Tem algo errado nessa conta

Os preços que citamos acima são para as versões de referência, mas a Apple, como uma boa empresa que permite o conveniente upgrade de fábrica, deixa o usuário customizar a sua compra. Legal, né? Novamente vamos dar uma olhada mais crítica nisso. Cobrar um pouco mais por um upgrade de fábrica é natural, já que o usuário paga pela conveniência de receber a sua máquina com a configuração desejada, algo que a Dell costuma fazer há algum tempo com os seus modelos. Agora o que a Apple faz é praticamente punir o usuário pelo incoveniente de modificar a máquina. Vamos entender o motivo em três exemplos.

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O MacBook Pro comum ainda usa disco rígido e memória RAM convencional, não sendo soldados como no Retina ou Air. Então alguém tem alguma boa explicação para um disco de 1 TB custar R$ 450 mais caro do que um de 500 GB? Ou de um SSD de 128 GB custar R$ 700 mais caro do que um disco de 500 GB? Afinal, eles trocam um pelo outro, então esse é o valor da diferença (Preço médio de um disco rígido de 2,5 SATA II de 5400 rpm: R$ 400, SSD de 128 GB: também R$ 400).

Ou então o motivo de 2 pentes de 4 GB custarem R$ 350 a mais do que dois pentes de 2 GB (preço médio de um par de memória de 4 GB: R$ 380)?

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Vamos ao MacBook Retina. R$ 900 a mais por 300 MHz de clock? Que conta é essa? Não dava para ser mais atencioso com o consumidor que paga R$ 13.000 em um notebook? Sério, pessoal, é praticamente impossível perceber essa diferença no dia a dia, já que o ganho de performance está longe de ser proporcional. Mesmo se fosse, ainda assim seria mínimo.

Exemplos dentro da Apple Store não faltam. Desde cobrar R$ 4.999 por um Thunderbolt Display até R$ 159 por um cabo Thunderbolt de 2 metros. Mas, ei: pelo menos é um MacBook, certo? Roda o OS X e tem o nível de qualidade Apple, como se fabricantes de alto nível como Dell, Asus e Lenovo fossem diferentes. Por falar no OS X, vamos conversar um pouco sobre ele.

O que há de tão especial no OS X? Nada!

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Há um princípio muito bom para avaliar um sistema operacional: quanto melhor e mais avançado ele é, menos ele interfere no trabalho do profissional e mais ele automatiza tarefas para que o usuário faça o que tem que fazer sem se procupar com manutenções ou bugs. Nesse ponto é inegável que o OS X é um excelente sistema e realmente tira mais proveito do hardware, extraindo mais performance em relação a uma máquina com Windows. Outro ponto inegável é que ninguém liga um computador para ficar olhando para a tela inicial da máquina.

Para trabalho ou lazer, o usuário usa aplicativos. O computador é uma ferramenta onde navegadores, editores de imagem e vídeo, players de música e vídeo são utilizados, um gerenciador onde conteúdo é produzido e consumido, e não algo que por si só acrescenta algo na vida do usuário. O GNU/Linux também extrai mais performance do hardware do que o Windows, não sendo um mérito só do OS X. Mas vamos fazer uma conta: se o Mac extrai mais desempenho para um mesmo hardware, e esse hardware custa muito mais caro para justificar essa diferença, onde o consumidor sai ganhando?

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No caso do Pro Retina de 15 polegadas (aquele de R$ 13.000), é sim uma excelente máquina, mas há alternativas muito mais interessantes para quem precisa de performance. De computadores de altíssimo desempenho até workstations móveis, há opções bem melhores por aí. Alguns usuários preferem o OS X pela interface, com recursos bacanas e um visual com DNA Apple. Não podemos argumentar contra isso, já que preferência por interface é algo bem subjetivo (que diga o Windows 8 e 8.1, que ainda penam para cair no gosto do usuário). E outra: há interfaces para GNU/Linux e temas para Windows tão bonitas e funcionais quanto.

E os usuários pagam mesmo assim

A Apple divulga com frequência seus resultados financeiros, trazendo lucros impressionantes e deixando seus acionistas felizes. Possui um público bastante fiel à empresa que não considera mudar de plataforma, mas assim como o iPhone fez sucesso entre o público mais exigente enquanto o Android estava nos seus primeiros dias, é difícil justificar o preço de um Mac atualmente com opções consideravelmente superiores com Windows ou Linux, algumas delas bem mais baratas.

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Este artigo, por mais que tenha 4 itens, gira basicamente em torno de um ponto: o preço. Não há nada de luxuoso em um computador. Ele é apenas uma ferramenta de trabalho ou diversão, e comprar uma máquina de R$ 13.000 com recursos de uma de R$ 5.000 ou R$ 6.000 (preços já superfaturados, diga-se de passagem) mostra que... você pagou R$ 13.000 em uma máquina. Andar de carro de luxo não faz um motorista mais habilidoso, e o mesmo vale para computadores.

Enquanto usuários sustentarem margens de lucro exorbitantes, empresas farão pouco para serem competitivas. E isso afeta o setor como um todo, já que o famoso "preço de lastro" afeta todos os modelos mais baratos. O preço de lastro é bastante simples: há um modelo de R$ 13.000, então, de repente, um que custa R$ 4.000 parece um excelente negócio, já que é um valor cerca de 3 vezes menor. Mas ainda assim, quatro vezes mais caro do que um que custa R$ 1.000 – sem necessariamente ser 4 vezes melhor.