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Produção multimídia no Linux, parte 1: editores de imagens

Por| 21 de Janeiro de 2016 às 17h38

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Produção multimídia no Linux, parte 1: editores de imagens
Produção multimídia no Linux, parte 1: editores de imagens

Se há uma falácia sobre Linux que resiste bravamente ao tempo é o “fato” de que ele não é um sistema operacional para criação de conteúdo multimídia. Algo como “o Linux é ótimo, mas eu tenho que usar o Windows para editar imagens” ou “edição de vídeo no Linux? Até parece!”. Essa noção aparece pela falta de suporte de grandes fabricantes de software à plataforma, em especial Adobe, Autodesk e Corel (esta com uma pequena exceção), ao sistema do pinguim, dando a noção de que não é possível realizar esse tipo de trabalho nas distribuições Linux.

Pois bem, não é o caso. É possível sim realizar esse trabalho no Linux, usando programas que, além de excelentes, são totalmente gratuitos na maioria dos casos. Porém, não são tão conhecidos, principal motivo pelo qual muitos usuários acabam usando o OSX ou o Windows para essas tarefas. Pensando nisso, criamos uma série de artigos explorando quais são esses programas, descrevendo suas principais características, começando pelos programas de edição de imagens.

O principal ponto de crítica de muitos usuários aos softwares listados abaixo é que eles são mais difíceis de usar. Na verdade, o que acontece é que o posicionamento das ferramentas é diferente, não mais escondidos, já que muitos os comparam aos programas da Adobe, que trazem uma identidade visual e um layout de ferramentas bastante semelhantes em diversos programas.

GIMP (GNU Image Manipulation Software)

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Provavelmente o mais conhecido, em especial por ser uma das alternativas mais conhecidas ao Photoshop ou Paintshop Pro no Windows e no Linux. Na grande maioria dos casos, é difícil encontrar algo que os dois programas acima fazem que não seja possível no GIMP para a grande maioria dos usuários, que tem recursos o suficiente para realizar a maioria das tarefas que os usuários exigem de um editor de fotos, inclusive suportando uma boa quantidade de plugins e extensões próprias, além de pincéis extras.

Documentação é outro ponto fortíssimo a favor do GIMP, uma característica dos softwares livres, de uma forma geral. A quantidade de material disponível de forma gratuita chega a surpreender, uma forma bem organizada de aprender a usar todos os recursos do programa. Uma das dificuldades que muitos enfrentam na hora de usá-lo é o posicionamento diferente das ferramentas, em especial para quem já está acostumado com a organização do Photoshop. Nesses casos, é possível usar o GIMPshop, que não adiciona recursos, mas transforma a interface do GIMP, organizando-o de uma forma semelhante ao layout usado pela Adobe.

Sim, em alguns pontos ele não substitui o Photoshop, caso de edição não destrutiva e ausência de suporte completo a mesas de desenho digital (no caso, tivemos alguma dificuldade de usar a Intuos da Wacom). De qualquer forma, ele é uma alternativa para lá de poderosa para fotógrafos, com ferramentas completas para restauração de imagens, controle de exposição, saturação de cores e curvas, tanto para amadores quanto profissionais.

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Pinta

Não tão conhecido quanto o GIMP, mas igualmente versátil e multiplataforma, com versões para Windows, OSX, UNIX (BSD) e, claro, Linux. O Pinta pode ser interpretado como uma versão “light” do GIMP, oferecendo uma interface mais simples e intuitiva, ideal para aqueles trabalhos que precisam ser realizados de forma rápida e objetiva. Aliás, por falar em rápido, vale dizer que ele é um programa bem leve, comparado à exigência de recursos do GIMP, sendo uma opção excelente para dar vida àquele computador antigo encostado em algum canto.

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Mesmo sendo bastante simples de usar, o Pinta não deixa a desejar em recursos, oferecendo suporte pleno a múltiplas camadas, interface com docks (assim como o GIMP), ferramentas de ajustes, pincéis, ajustes de cor e aplicação de efeitos. Apesar de não estar incluído na maioria das distros por padrão, diferentemente do GIMP, ele pode ser baixado facilmente, já que quase todas as distros incluem o seu repositório, em especial as baseadas no Debian e distribuições derivadas. No OSX e Windows, basta baixar e instalar.

Inkscape

Saindo dos players mais famosos do mercado de edição de vetores, como o Illustrator da Adobe e o CorelDraw da Corel, temos o Inkscape, um programa gratuito e livre que ainda nem chegou na versão 1.0 desde 2003, mas nem por isso deixando de ser bastante completo. Disponível para Windows, OSX e Linux, ele é para vetores o que o GIMP é para edição de imagens: um substituto completo para quem realiza esse tipo de trabalho, além de ser extremamente leve e capaz de rodar em praticamente qualquer configuração.

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O “problema” do Inkscape é basicamente o mesmo do GIMP: seus menus e ferramentas estão localizados em lugares diferentes, o que não necessariamente quer dizer que certa função não está presente. Por exemplo, o recurso de vetorização de imagens bitmap funciona muito bem, alcançando resultados excelentes mesmo oferecendo menos opções de controle, comparando com o CorelDraw ou o Illustrator.

Shotwell e F-Spot

Hora de conhecer dois excelentes substitutos ao Bridge da Adobe, software de organização e catálogo de imagens. O PaintShop Pro também traz uma ferramenta parecida, inclusa dentro do próprio software, não usando um programa separado como o Photoshop, mas a função é a mesma. Muitos questionam a utilidade de um usar programa exclusivamente para organizar fotos em vez de usar uma organização em pastas, mas é algo que passa a ser necessário quando estamos falando de uma quantidade muito grande de imagens.

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O Shotwell cumpre exatamente esse papel, sendo um programa geralmente inclusos em distros que trazem o GNOME como interface gráfica, mas facilmente instalável em outras distribuições com interfaces diferentes, desde que as devidas dependências sejam instaladas. O mesmo vale para o F-Spot, com o diferencial que este permite uma ferramenta de controle de cores dentro do próprio programa (ao estilo Bridge), além de processamento batch de imagens.

Infelizmente, nenhum dos dois possuem versões para Windows ou Linux.

Opção comercial: Pixeluvo (US$ 34 + impostos)

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Vamos tentar, dentro do possível, incluir pelo menos um programa comercial em cada lista, já que o Linux não vive somente de software livre (ou gratuito). Nesse primeiro artigo, um dos melhores editores que tivemos a oportunidade de experimentar é o Pixeluvo, que tinha um preço até acessível antes de o dólar chegar no patamar atual. Para quem estiver disposto a investir em uma ferramenta para Linux, vale a pena conferir os recursos do Pixeluvo, que traz um nível considerável de intuitividade, estabilidade e filtros poderosos e um dos melhores gerenciamento de layers que experimentamos dentro do Linux, trabalhando de forma não-destrutiva.

Há uma versão para Windows também, e o usuário não precisa comprar o Pixeluvo para experimentar os seus recursos. W há uma versão de testes do programa, mas ela vem com a limitação de salvar fotos com resolução de 800x600.

Série completa:

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