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O que há de novo no Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus)? (Parte 1)

Por| 16 de Maio de 2016 às 23h40

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O que há de novo no Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus)? (Parte 1)
O que há de novo no Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus)? (Parte 1)

Seguindo o calendário previsto pela Canonical, o Ubuntu 16.04 já pode ser baixado e instalado por qualquer usuário, e brincamos com ele durante alguns dias para tirarmos as nossas conclusões sobre essa nova versão, de codinome Xenial Xerus. Uma versão bastante aguardada, por sinal, já que se trata de uma versão LTS (Long-Term Support), liberada a cada 2 anos e com suporte garantido por 5 anos, uma boa notícia para quem preza por estabilidade e realiza ciclos maiores de atualização e adequação de software. Hora de contarmos as nossas conclusões!

Configuração utilizada

Samsung Series 5 ULTRA

  • Processador Intel Core i3-3217U (dual-core com 1,8 GHz - Sem Turbo Boost);
  • Memória: 10 GB de memória RAM DDR3 1600 MHz (2 GB onboard+ 8 GB);
  • Gráficos integrados Intel HD 4000;
  • Armazenamento: SSD Kingston 60 GB SATA III + Samsung SSD 24 GB;
  • Resolução: ligado a um monitor externo de 29 polegadas com resolução de 2560x1080.
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A CPU fica abaixo da recomendada pela Canonical, que sugere um modelo dual-core de 2,0 GHz. Não se preocupe com isso, já que é uma recomendação bastante genérica, não especificando nem a fabricante do processador. Uma coisa é ter um processador Atom dual-core de 2,0 GHz, que é bastante inferior até mesmo ao Cote i3 ULV utilizado nos testes; outra é ter uma configuração mais antiga com mais poder de fogo, mais capaz de realizar operações por ciclo de clock.

Instalação

O processo de instalação, desconsideradas algumas pequenas mudanças visuais, é praticamente idêntico aos das versões anteriores, sendo um dos melhores instaladores disponíveis entre todas as distros Linux. São etapas bastante simplificadas, com a escolha de idioma, layout do teclado e fuso horário, com a parte mais difícil sendo reservada para o particionamento do disco. A ISO agora tem 1,4 GB, então é necessário usar uma mídia de DVD ou um pendrive de pelo menos 2 GB.

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Essencialmente, são apenas duas partições necessárias: uma do tipo ext4 formatado como raiz ("/") para os arquivos de sistema e pessoais, e a partição SWAP, que pode variar em tamanho dependendo da quantidade de memória RAM. Caso você tenha um computador mais novo, é necessário criar uma partição EFI para que o sistema inicialize, e se você pretende manter seus arquivos em uma partição separada, não perdendo-os quando trocar de distro, basta dimensionar uma outra partição tipo ext4 como Home ("/home").

Todo o processo durou cerca de 15 minutos, já contando o tempo de atualizações e downloads durante a instalação. Terminado o processo, basta reiniciar e remover a mídia (seja um DVD ou o pendrive).

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Desktop rápido e livre de spywares!

Um dos grandes "problemas" das versões anteriores do Ubuntu era a exigência gráfica por parte do Unity, interface gráfica padrão da distro. Processadores raramente são insuficientes para rodar a maioria das distros, mas a coisa pegava ao renderizar componentes 3D e transparências, em especial em máquinas com gráficos integrados mais básicos. No nosso caso, mesmo com o Intel HD 4000 e uma resolução padrão até bastante alta, percebemos um polimento e "corte de gordura" nessa versão, se mostrando um sistema muito mais responsivo do que a versão anterior.

Dizemos isso apesar de utilizarmos um SSD até bastante competente, já que utilizamos um SSD em praticamente todas as análises que fizemos do Ubuntu. Notamos também uma abordagem mais "chapada" em todo o sistema de uma forma geral, desde o gerenciador de arquivos até a loja de aplicativos do Ubuntu (Ubuntu Software Center), que ficou muito mais espartano, o que certamente alivia a exigência gráfica para uma boa experiência de uso.

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Pesquisas on-line desativadas por padrão (finalmente!)

Outro fator que contribuiu para isso foi a pesquisa on-line desativada por padrão, o que certamente agradou Richard Stallman, fundador da Free Software Foundation, que classificou esse recurso como um "spyware" quando implementado na versão 12.10, que enviava informações para a Canonical e seus parceiros. Não somente ele, aliás, mas uma boa parte dos fãs do sistema da Canonical, já que só retornava resultados depois de consultar diversos sites e mecanismos de buscas.

Ainda é possível utilizar a pesquisa, mas agora ela é menos invasiva.

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A desativação por padrão fez com que o dash ficasse muito mais rápido, além de não oferecer resultados de suas buscas para sites previamente configurados, muitas vezes à toa. Independentemente de alguns verem esse recurso como um "spyware", é bom que ele fique desativado por padrão, oferecendo a escolha para os usuários se querem utilizá-lo ou não (Configurações -- Segurança e Privacidade -- Aba "Pesquisa"), algo extremamente bem vindo para marinheiros de primeiras viagem, que não conseguem detectar rapidamente o motivo da lentidão da máquina, culpando o sistema operacional.

O visual foi bastante simplificado, sendo muito mais prático para quem já conhece a função de cada programa, mas não oferecendo uma descrição simplificada do que cada um faz, sendo um problema para iniciantes.

Voltando ao visual, o Ubuntu Software Center, agora sem o "Center", sofreu uma bela remodelação visual. Basicamente, é apenas uma página com fundo cinza e os ícones dos programas com uma pequena descrição, divididos em categorias gerais ao final. Ao clicar no programa, a janela que abre apenas oferece uma breve descrição sobre o que o programa faz, bem como sua versão, tamanho e avaliações. Estranhamente, não há mais screenshots dos programas, o que é um problema para usuários mais básicos que querem conhecer novos aplicativos.

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Por algum motivo, as screenshots foram retiradas, o que por um lado faz com que a página carregue mais rápido, mas não dá dicas de como o programa funciona.

O gerenciador de arquivos está mais integrado com o dash e as pesquisas de arquivos pelo nome, agora adotando a barra de rolagem flutuante (aparece somente quando você passa o ponteiro do mouse por cima), e um visual mais próximo do gerenciador de arquivos da interface gráfica GNOME. Os ícones são os mesmos utilizados há várias versões do Ubuntu, uma boa notícia para quem vai fazer o upgrade a partir da versão 14.04 LTS (provavelmente o principal alvo dessa nova versão) e não quer perder a sensação de familiaridade.

Pacotes Snap

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Um dos maiores updates do Ubuntu 16.04 LTS é, digamos, invisível. Trata-se da adoção dos pacotes Snap para instalar e manter arquivos, mas é importante entender como esse gerenciamento funciona atualmente para ver como essa mudança é importante. O gerenciador com que todos estão acostumados é o APT, que faz um bom trabalho instalando e mantendo os aplicativos. Tanto no terminal quanto na interface gráfica, quando optamos por instalar um programa e ele precisa de pacotes adicionais, você precisa permitir a instalação deles para que ele funcione.

Até aí, sem problemas. Alguns aplicativos exigem somente um ou dois pacotes extras, enquanto outros exigem dezenas ou mesmo centenas, que são prontamente instalados e, normalmente, não geram conflitos. Os problemas acontecem quando os pacotes de base compartilhados entram em conflito, o que não chega a ser um problema em módulos mais simples, como o compilador do Python, mas passa a causar danos quando ele é utilizado em todo o sistema, caso do Xorg.

O comando "snap find" lista os aplicativos suportados.

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O Snap resolve isso instalando programas dentro de containers, impedindo que dois pacotes de versões diferentes interfiram no funcionamento um do outro, ou mesmo do sistema de uma forma geral. Ao mesmo tempo, ele instala esses pacotes apenas uma vez, de forma que dois programas que exijam o mesmo pacote base não tenham ele instalado duas vezes. Não é algo restrito ao Ubuntu, já que várias distros estão migrando para os pacotes Snap, e o APT não deixa de existir a princípio, já que é necessário que os aplicativos também passem a usá-lo.

Ou seja, ele está lá, mas ainda não é o padrão. Isso não tira a sua importância, já que se trata de uma versão LTS, e muita coisa vai acontecer dentro de 5 anos até que a versão 16.04 pare de ser suportada. Basta considerar que a versão 12.04 LTS ainda é suportada pela Canonical, suportando muita coisa que não era previsa inicialmente sem oferecer o risco de quebrar compatibilidade.

Vamos continuar a nossa análise do Ubuntu 16.04 LTS em uma segunda parte, onde exploraremos o Kernel 4.4, base para outras distros, problema com as GPUs da AMD, recursos avançados e a conclusão geral do que achamos.