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YouTube ativa recurso que afeta criadores de vídeos sobre jogos e brinquedos

Por| 06 de Janeiro de 2020 às 18h32

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Desde setembro, o YouTube vem alertando os criadores de conteúdo sobre a necessidade de se adequar a uma lei federal americana que trata da privacidade de crianças na internet. Já tem algum tempo que todo vídeo, antes de ser publicado, deve avisar se o conteúdo é voltado para crianças ou não. Em caso positivo, vários recursos serão desabilitados da publicação, seguindo mais ou menos o app YouTube Kids, lançado em 2015.

A medida tem como objetivo obedecer à Lei de Proteção da Privacidade On-line das Crianças (COPPA, na sigla em inglês) e outras leis, dependendo da localização do usuário. O conteúdo que for voltado para menores de 13 anos não vai mais ter comentários e outros recursos de comunidade e, segundo a própria plataforma, canais com foco nas crianças terão “impacto significativo nos negócios”, especialmente com redução de receita de anúncios.

O problema, no entanto, é que não está claro até agora onde os canais sobre jogos se encaixam. A legislação é razoavelmente clara na questão de que, se há crianças ou personagens infantis no vídeo, ou se o conteúdo é claramente voltado a elas, como vídeos sobre brinquedos, temática infantil e jogos, entre outros. A questão é que muito conteúdo que pode de cara parecer voltado para crianças é, na verdade, consideravelmente adulto.

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Pegue por exemplo a parte que fala de jogos. Há muitos jogos que têm público-alvo em jogadores maiores de idade, mesmo que não tenham temática adulta em si. Há outros que são igualmente jogados por adultos e crianças, como, por exemplo Minecraft. Como o criador de conteúdo desse tipo de canal vai classificar seus vídeos?

Se optar por direcioná-lo a crianças, vai perder consideravelmente a receita em anúncios, uma vez que mesmo uma conta de adulto será considerada menor de 13 anos ao acessá-lo. E aí não terá comentários, notificações e nem propaganda direcionada. A questão fica ainda pior porque o próprio YouTube prefere se isentar da questão, sugerindo que cada criador peça conselhos jurídicos a um profissional de confiança.

E isso apesar de dizer que está “comprometido a ajudar os criadores a navegar nesse novo cenário e suportar nosso ecossistema de conteúdo para a família”. Uma postagem no blog oficial da plataforma, de onde foi tirado o trecho citado, também avisa que o YouTube usa aprendizado de máquina para ajudar a identificar conteúdo voltado para crianças.

“Criadores podem atualizar a designação feita por nossos sistemas se achar que está incorreta”, segue a postagem, dizendo que se o criador não fizer a classificação, esta será feita automaticamente pela plataforma. “Só vamos substituir a designação de um criador se for detectado abuso ou erro”, garante a empresa.

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Regra confusa

Até agora não está muito claro como será feita a distinção entre conteúdo voltado para crianças e conteúdo atrativo para crianças. Não apenas canais de jogos, mas canais de brinquedos entram nessa dança, uma vez que muito adulto colecionador se interessa e produz conteúdo sobre esses produtos.

Em setembro, já havia essa preocupação. O Canaltech falou sobre o assunto, depois que o youtuber Imaginago criou a hashtag #YoutubeEuNãoSouCriança.

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Mesmo naquele momento, o YouTube explicou que a classificação não seria totalmente feita por inteligência artificial. Mas há outro fator aí: o criador que não classificar corretamente o seu conteúdo poderá ser multado pela Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

“Os criadores são considerados diretamente responsáveis pela FTC”, disse Pixel Dan, que tem um canal sobre brinquedos colecionáveis, ao site The Verge. “Então se a FTC decidir que estamos de fato mirando as crianças, seremos multados. Isso é assustador, especialmente porque a distinção entre ‘direcionado para crianças’ e ‘atrativo para crianças’ não está muito clara. É difícil saber se estamos violando ou não”, completou.

O YouTube promete atualizações para deixar mais claro o tipo de conteúdo que deve ser especificado como voltado para crianças ou não em breve. Até lá, a plataforma recomenda que os criadores entrem em contato com a FTC para mais esclarecimentos.

Fonte: YouTubeThe Verge