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Funcionários do Facebook descrevem ambiente racista em carta aberta

Por| 13 de Novembro de 2019 às 14h57

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Já faz quase um ano que Mark Luckie, ex-gerente de parcerias do Facebook, escreveu uma carta aberta criticando o ambiente de trabalho da empresa para os negros. De lá para cá, as coisas mudaram para pior, de acordo com uma nova carta, desta vez anônima, que descreve alguns episódios vividos no ambiente corporativo.

“Quando eu tomava o café da manhã, dois funcionários brancos me pediram para limpar a bagunça deles”, conta um dos funcionários. “Eu sou gerente de programa. Contei à minha gerente sobre o incidente. Ela me disse que eu preciso me vestir de maneira mais profissional”.

São 12 incidentes descritos na carta, publicada na semana passada na plataforma Medium. Foi a mesma semana em que o Facebook realizou a conferência anual ‘Black@’, na qual trata sobre assuntos de diversidade racial. Não apenas funcionários negros, mas latinos também contaram episódios de racismo vividos dentro da companhia.

“Meu gerente pediu diretamente a ao menos dois colegas que me dessem feedback negativo em minha avaliação de performance para influenciar minha classificação de desempenho, o que afetaria negativamente minha compensação total”, descreveu outro funcionário. “Meus colegas se recusaram e, em vez disso, relataram o incidente ao RH. O RH não tomou nenhuma ação”.

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Fora de controle

Os casos não são isolados. Há, inclusive, uma captura de tela de uma plataforma fechada na qual funcionários podem publicar experiências anônimas em que alguém questiona se “os negros realmente são mal tratados ou eles só gostam de reclamar?”, ao que outro funcionário respondeu:

“Quem lê as postagens virais da Black@ ou do Mark Lucky vê que essas pessoas fazem parecer que elas trabalham para a KKK. Elas deveriam se sentir privilegiadas por serem contratados pela diversidade e entrar na empresa depois que baixamos nossos padrões de contratação.”

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Os relatos mostram como funcionários negros e latinos são menosprezados e têm oportunidades de crescimento negadas. A carta ainda reclama da falta de ação quando algum incidente é relatado ao RH.

“Racismo, discriminação, viés e agressão não vêm dos grandes momentos. Estão nas pequenas ações que se juntam com o tempo e formam uma cultura em que somos vistos apenas como cota, mas nunca ouvidor, nunca notados, nunca reconhecidos, nunca aceitos”, dispara a carta.

A vice-presidente de comunicação corporativa do Facebook, Bertie Thomson, reconheceu, em nota ao Guardian, que os incidentes descritos na carta não estão dentro do esperado. “Ninguém no Facebook, ou em lugar nenhum, devia ter que aturar esse comportamento. Pedimos desculpa. Isso vai contra tudo aquilo que defendemos como companhia. Estamos ouvindo e trabalhando duro para melhorar”, prometeu.

No entanto, como apontado no início desta matéria, já tem ao menos um ano que o “tratamento diferenciado” a funcionários não-brancos no Facebook se tornou público. E, apesar das promessas de corrigir os problemas, a empresa permitiu que a situação piorasse, sem tomar nenhuma ação, de acordo com a nova carta aberta.

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Fonte: Medium, The Guardian