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Funcionário da Amazon é demitido após lutar por melhor proteção contra Covid-19

Por| 31 de Março de 2020 às 19h45

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Mais um item para a lista de críticas públicas à Amazon: de acordo com a agência de notícias Bloomberg, a empresa demitiu alguns funcionários do seu centro de fornecimento e estoque de produtos para o atacado (“fulfillment centers”) em Staten Island, no estado de Nova York, logo após estes se organizarem em protesto contra a companhia, exigindo que ela lhes fornecesse melhores condições e equipamentos de proteção contra a Covid-19, a doença que deriva do novo coronavírus.

Chris Smalls, um dos funcionários demitidos e que concedeu a entrevista à Bloomberg, atuava na empresa como gerente assistente do centro, afirma que os empregados do local não receberam equipamentos próprios de proteção sanitária, extremamente necessários para se evitar o contágio do vírus SARS-CoV-2, além de pedir em protesto que a empresa desligasse as atividades do centro temporariamente para a realização de limpeza. Ele, junto de outros 60 colegas, foram mandados embora.

Smalls também disse que “algumas” pessoas no centro estavam, de forma confirmada, acometidas pela Covid-19. Essa mesma razão foi, de acordo com o posicionamento da Amazon, o motivo de sua demissão. Um porta-voz da empresa disse que Smalls teve seu contrato terminado por “violação de normas de segurança”, já que ele supostamente teria sido exposto à pessoa infectada pela doença e recusou-se a se isolar dos demais colegas.

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"O Sr. Smalls recebeu diversos avisos de violação dos parâmetros de distanciamento social e por colocar a segurança de outros em risco”, disse a Amazon. “[Ele] recebeu o pedido de que permanecesse em casa por 14 dias, com remuneração, o que é uma medida que tomamos em nossas estruturas ao redor do mundo. Apesar dessa instrução de manter-se em casa com pagamentos, ele veio ao centro hoje, 30 de março, colocando as equipes em ainda maior risco”.

A Amazon também afirma que os números de manifestantes foi exagerado (sem indicar por quem), e que os protestos em questão contaram com “apenas” 15 pessoas. Smalls, por sua vez, disse que a posição da empresa é “ridícula”, ressaltando que seguirá com suas reclamações: “Porque eu tentei lutar pela coisa certa, a empresa decidiu retaliar contra mim. Eu ainda vou batalhar por aquelas pessoas dentro do prédio”. Smalls, em sua entrevista, não confirmou ou negou se havia contraído a Covid-19 ou mesmo estado em proximidade de alguém infectado por ela.

A promotora do estado de Nova York, Letitia James, emitiu um comunicado culpabilizando a Amazon pela situação, dizendo: “É uma desgraça que a Amazon tenha demitido um empregado que corajosamente lutou para proteger a si mesmo e aos seus colegas. No alto de uma pandemia globalizada, Chris Smalls e seus colegas protestaram de forma pública contra a falta de precauções que a Amazon apresentou para defendê-los da Covid-19”. Ela ainda pediu que as entidades laborais e sindicatos intervissem no caso, chamando a ação da Amazon de “imoral” e “desumana”, além de ressaltar que o direito ao protesto é garantido pela lei norte-americana. Finalmente, Letitia Jones disse que a promotoria estuda tomar ações legais contra a Amazon.

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Fonte: Bloomberg