Facebook é alvo de processo por não pagar horas extras
Por Felipe Demartini | 31 de Outubro de 2017 às 12h42
Uma ex-funcionária do Facebook iniciou um processo contra a companhia no estado americano de Illinois alegando que a companhia classificou funcionários de forma errônea para não pagar horas extras uma vez que a carga de 40 horas semanais fosse ultrapassada. Caso aprovado pelo judiciário dos EUA, o caso pode se tornar uma ação de classe, aumentando significativamente o total de beneficiados e também as compensações a serem pagas.
O processo foi movido por Susie Bigger, que trabalhava como gerente de soluções para clientes e era responsável pelo relacionamento da empresa com anunciantes, além de auxiliar em planejamento e estratégias de marketing. No documento, ela alega não apenas ter horas extras a receber, como também relata um acúmulo de funções.
Em declarações, Bigger afirmou que é uma prática comum do Facebook classificar de forma errada funcionários sem funções gerenciais ou com responsabilidades de tomada de decisão. Ela conta que, apesar do nome, o cargo é voltado diretamente para o relacionamento com os clientes, constituindo a linha de frente da estratégia de publicidade da plataforma.
A falta de pagamentos de horas extras, na visão dela, também seria fruto de outra dinâmica da empresa: o pagamento de comissões. Entretanto, essa possibilidade só estaria disponível parcialmente, em alguns clientes, e com porcentagens menores, que geravam valores inferiores ao que seria pago caso os funcionários tivessem direito às horas extras.
No processo, Bigger cita que 200 outros empregados, em diferentes posições, teriam sido classificados erroneamente e por motivo semelhante. Essa informação ainda depende de confirmação e é um dos pontos a serem levados em conta pelos juízes na transformação ou não da disputa em uma ação de classe, que poderia beneficiar os colaboradores em tal situação.
Seja como for, a ex-funcionária do Facebook afirma que a ultrapassagem do limite das 40 horas semanais era constante devido à pressão do trabalho. Por isso, exige não apenas o pagamento das horas extras devidas, com correção, como também indenizações por danos morais e o acerto total dos gastos que teve com advogados para o processo.
Em comunicado oficial, o Facebook categorizou a ação como “sem o devido mérito” e disse que vai se defender “vigorosamente” das acusações de sua ex-funcionária. Não há prazo para a justiça dos Estados Unidos avaliar o processo e seu caráter.
Fonte: Quartz