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Ex-funcionários do eBay são presos por acusação de perseguição a casal nos EUA

Por| 16 de Junho de 2020 às 22h40

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Pixabay
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos prendeu seis ex-funcionários da gigante varejista online eBay sob acusação de perseguição digital e ameaças, segundo um comunicado do órgão governamental divulgado na última segunda-feira (15). As acusações afirmam que os presos engajaram em campanha contra um casal que editava uma newsletter que trazia críticas variadas à empresa.

Dentre as ações do grupo, o Departamento de Justiça destaca o envio de mensagens ameaçadoras online e o despacho, via correio, de uma caixa com centenas de baratas vivas e até uma máscara de porco ensanguentada. Outros itens incluíam um coroa funerária de flores e um livro de autoajuda que ensinava “como superar a morte de um esposo/a”.

“Eles não estavam apenas infelizes [com as críticas], eles estavam com raiva”, disse no comunicado Andrew E. Lelling, promotor de justiça do estado de Massachusetts, onde ocorreu o caso, ao descrever como um dos acusados, em mensagem de texto, falava sobre como queria “esmagar” a esposa. “O resultado disso foi uma campanha sistemática, alavancada pelos recursos de uma empresa listada na lista de 500 maiores da Fortune, para emocionalmente e psicologicamente aterrorizar este casal de meia-idade, com o objetivo de impedí-los de escreverem críticas negativas à eBay”.

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Os acusados foram identificados como James Baugh (ex-diretor senior de Segurança e Confiabilidade), David Harville (ex-diretor de resiliência global), Stephanie Popp (ex-gerente senior de inteligência global), Stephanie Stockwell (ex-gerente do centro global de inteligência), Veronica Zea (ex-analista terceirizada de inteligência) e Brian Gilbert (ex-gerente senior de operações especiais para a equipe de segurança).

Todos os seis foram formalmente acusados de conspiração para cometer perseguição cibernética e conspiração para influenciar testemunhas. As prisões ocorreram em Boston, Massachusetts, na zona suburbana de Nattick, e os acusados devem aparecer diante de um juiz federal em data ainda a ser definida pelas autoridades.

Estopim foi newsletter sobre competição entre eBay e Amazon

As vítimas, cujos nomes foram mantidos em segredo, consistem de um casal que atua como editor-chefe e publisher de uma newsletter noticiosa que cobre o mercado de e-commerce norte-americano. Em agosto de 2019, uma edição do periódico incluía um artigo sobre um processo judicial no qual o eBay estava envolvido. Após a divulgação do conteúdo, dois executivos da empresa varejista supostamente enviaram mensagens de texto aos outros funcionários, dizendo que “era hora de derrubar o editor da newsletter”.

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O Departamento de Justiça não mencionou qual seria esse processo, mas uma busca rápida pelo Google nos indica tratar-se de uma briga entre a eBay e a Amazon, no qual a primeira acusou a segunda de ilegalmente perseguir seus funcionários, no intuito de “roubá-los” para si. Em um processo movido pela eBay em corte na Califórnia, a empresa afirmou que a Amazon orientou seus gestores a usarem o sistema de mensagens privadas do eBay para seduzir funcionários da empresa com oportunidades de troca de emprego, o que teoricamente viola os preceitos legais do Ato de Organizações Corruptas e Formação de Quadrilha, popularmente chamado de “RICO”.

A eBay respondeu ao caso, dizendo que todos os acusados haviam sido demitidos ao final de 2019 e não mais trabalham com a empresa. Mais além, na mesma leva de demissões, também foi desligado da companhia o CCO (Chief Communications Officer) e uma investigação interna foi conduzida para determinar se o CEO da empresa na época, Devin Wenig, teve algum envolvimento na situação. A empresa afirmou que não há qualquer prova disso.

“A nossa investigação interna descobriu que, embora as comunicações do Sr. Wenig tenham sido inapropriadas, não há qualquer evidência de que ele soubesse de antemão sobre ou tenha autorizado as ações que posteriormente foram direcionadas à blogueira e seu esposo”, disse a eBay em um comunicado. “Entretanto, conforme a empresa já anunciou anteriormente tivemos uma série de considerações que levaram à sua partida”.

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O próprio Wenig respondeu ao caso, enviando um comunicado próprio ao New York Times: “Conforme já confirmada pela investigação minuciosa e independente conduzida pela empresa, eu não direcionei nem tampouco sabia de qualquer um dos atos dos que foram acusados em Boston. Eu dediquei a minha carreira à defesa dos direitos de liberdade de imprensa. O que essas acusações alegam são algo totalmente sem consciência”.

Os advogados dos acusados não responderam aos pedidos de comentários da imprensa norte-americana.

Fonte: New York Times