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Ex-CEO defende Google em processo antitruste: "excelência não é domínio"

Por| 22 de Outubro de 2020 às 12h00

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Reprodução:  Brett Jordan
Reprodução: Brett Jordan
Eric Schmidt

O ex-CEO do Google, Eric Schmidt, defendeu a gigante das acusações de monopólio levantadas nesta semana pelo governo dos Estados Unidos, afirmando existir "uma diferença entre domínio e excelência". Falando durante uma conferência promovida pelo jornal americano The Wall Street Journal, o executivo citou grandes nomes da tecnologia como competidoras da gigante, como Microsoft e Amazon, como exemplos de que os consumidores possuem, sim, poder de escolha.

Na visão dele, que trabalha como conselheiro do Departamento de Defesa dos Estados Unidos em um projeto de inovação que liga o governo às empresas de tecnologia, os argumentos sobre um suposto monopólio são exagerados. Ele concorda que podem existir alguns motivos para reclamações nesse sentido, mas nada ilegal ou que torne pertinente um processo antitruste. Schmidt aponta que as ações podem estar sendo usadas como instrumentos por rivais de peso, como forma de coibir a atuação da companhia.

Em sua fala, Schmidt remonta aos tempos em que estava à frente da gigante e diz ter trabalhado ativamente para que nenhuma atividade nesse sentido ocorresse durante seu período como CEO. Segundo ele, que ainda tem assento na diretoria e poder de voto, existem razões para acreditar que o mesmo também vale para a gestão atual, afirmando acreditar que o mesmo também vale para a gestão atual, principalmente no que tocam as alegações do governo americano.

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O processo aberto nesta semana pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos reúne 11 estados do país e acusa o Google de usar práticas anticompetitivas e de exclusão nos segmentos de busca e publicidade. Entre as alegações, estão evidências de que a empresa exibe os próprios anúncios acima de resultados reais (que poderiam indicar concorrentes) e firma acordos de longo prazo que colocam o motor como padrão em dispositivos móveis, bem como seus aplicativos, dificultando ou impossibilitando mudanças caso o usuário deseje.

Na visão de Schmidt, tais acordos são algo corriqueiro no mercado e trocar de plataforma de pesquisa é algo "extremamente fácil". Ele aponta como exemplo o Bing, da Microsoft, que sempre foi visto internamente como uma grande competidora; na prática, entretanto, a gigante concentra 92% do mercado global de buscas, com todos os outros concorrentes lutando pela ínfima fatia restante. É aí que entra a afirmação de que o Google possui a maior parte do mercado por ser bom no que faz.

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Para as redes sociais, é hora de mudar

Na mesma conferência, Schmidt usou palavras um tanto incomuns ao comentar os atuais problemas de discurso que plataformas como Facebook e Twitter enfrentam na atualidade. De acordo com o executivo, nunca foi a intenção das redes sociais dar plataforma e voz para “idiotas e malucos”, mas, agora, elas precisam lidar com isso.

Os “excessos” atuais, como ele os descreveu, deverão levar a uma inevitável regulação governamental, já que a ideia é que as próprias empresas não estão fazendo o bastante para conter os discursos nocivos. Para o executivo, as companhias precisam encontrar uma saída “inteligente” caso desejem evitar isso.

Em sua posição de representante do governo, mas ligado diretamente à iniciativa privada, Schmidt não deu sua opinião sobre esse tipo de autoridade. Mas uma fala desse tipo vinda de alguém ligado diretamente à administração federal deve ter peso adicional, afinal de contas, o escrutínio oficial ainda soa como um dos maiores pesadelos dos executivos de grandes redes sociais e empresas de tecnologia, com audiências, intimações e processos também atraindo grande atenção da imprensa.

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Fonte: Deadline, Business Insider