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Crianças trabalham em regime ilegal na produção de aparelhos da Amazon na China

Por| 12 de Agosto de 2019 às 11h12

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Crianças estão sendo usadas em turnos extras e noturnos em linhas de produção chinesas da Amazon para dar conta da demanda de aparelhos com os alto-falantes inteligentes Echo. Uma reportagem do The Guardian revela informações e entrevistas com funcionários da Foxconn, empresa fabricante de eletrônicos com clientes como a gigante do varejo.

O veículo teve acesso a documentos mostrando que crianças, com idades entre 16 e 18 anos, são procuradas em escolas e colégios técnicos com a proposta de trabalho. A fábrica fica na cidade de Hengyang, no sudeste do país.

Apesar de a contratação por si só de menores de idade já ser obtusa, a lei da China permite que companhias as usem em fábricas. Contudo, não é permitido que elas fiquem nas fábricas em turnos noturnos, nem façam horas extras para não atrapalhar os estudos.

As crianças são apontadas como estagiárias e trabalham também de noite nas fábricas. Até mesmo os professores entram neste esquema, recebendo dinheiro para estimular os estudantes a pegarem o trabalho noturno.

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O motivo da contratação seria a alta demanda por aparelhos das linhas Echo e Echo Dot, além de algumas unidades do Kindle. De acordo com o The Guardian, cerca de mil crianças podem ter sido usadas nesta movimentação.

Procurada pelo periódico, a Foxconn admite que tais crianças foram contratadas em um regime ilegal e informou mudanças internas. “Nós dobramos a vigilância e monitoramento de programas de estágio com cada escola parceira para garantir que, sob nenhuma circunstância, seja permitido a estagiários trabalharem em tempo extra ou de noite”, disse a empresa em comunicado.

A companhia ainda adicionou que “houve instâncias no passado que a falta de supervisão por parte da gerência local permitiu que isso acontecesse”, referindo-se à contratação de menores em regime ilegal.

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Para a Foxconn, a contratação de adolescentes é uma oportunidade para que eles possam ter experiência antes de mesmo de terminar o colégio. Contudo, a companhia prometeu revisar as condições e salários de seus trabalhadores.

Também procurada pelo The Guardian, a Amazon disse que não vai “tolerar” ilegalidades na fábrica. “Estamos urgentemente investigando estas acusações e direcionando-as ao time mais sênior da Foxconn. Times de especialistas chegaram ao local para investigar e estamos iniciando auditorias semanais para esta questão”, informou a empresa via porta-voz.

Uma das crianças entrevistadas pelo jornal britânico, cujo nome não foi revelado, tem 17 anos. A ela foi prometido que trabalharia 8 horas em apenas cinco dias da semana. Contudo, seu horário real foi de 10 horas durante seis dias da semana. Ela era responsável por adicionar um filme em aparelhos Echo Dots, chegando a entregar até 3 mil por dia.

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Os documentos verificados pelo veículo mostram que a empresa contrata tais garotos para cumprir demandas de produção da Amazon. Eles são chamados pela empresa com promessas de cargas menores, como a do garoto entrevistado. Contudo, depois são forçados a trabalhar mais, sendo que a recusa significa a demissão.

Depois de investigar o cenário, a Amazon enviou outra nota ao The Guardian informando que as auditorias encontraram “áreas de preocupação” dentro da Foxconn e que a fabricante estava sendo pressionada a regularizar tais funcionários.

Fonte: The Guardian