CFO da Huawei mostrou desejo de se demitir antes de prisão em dezembro de 2018
Por Rafael Arbulu | 15 de Março de 2019 às 16h45
Meng Wanzhou, CFO da Huawei que foi presa em dezembro de 2018 no aeroporto de Vancouver, no Canadá, estava se sentindo estressada com a posição que ocupava na fabricante chinesa, considerando inclusive renunciá-la para procurar emprego em outro lugar. A afirmação acima foi feita por Ren Zhengfei, fundador da Huawei e pai de Meng.
Segundo o executivo, a prisão sofrida por Wanzhou melhorou o relacionamento entre ela, o pai e a Huawei, e ela agora se sente mais confortável: “Ela não estava nada feliz trabalhando aqui mas, após ter sido presa, as coisas melhoraram e agora ela compreende o quão difícil a vida pode ser”, ele disse em entrevista à emissora canadense CTV, por telefone. Ele ainda reforça as afirmações passadas, de que a prisão da filha foi “politicamente motivada” e que ela “não cometeu nenhum crime”.
Wanzhou foi libertada do regime fechado após pagamento de fiança no valor de US$ 7,5 milhões no mesmo mês, mas é mantida em prisão domiciliar enquanto a corte americana, que fez o pedido de prisão original, decide se persegue o caso de extradição para julgamento fora da China, onde a Huawei mantém sede, no distrito de Shenzhen.
Meng é acusada de ter participado em negociações envolvendo a venda de equipamentos de telecomunicações da Huawei para o Irã, após o país sofrer sanções políticas e econômicas pedidas pelos Estados Unidos. Durante uma escala em uma viagem internacional, as autoridades canadenses apreenderam a executiva, executando uma ordem da justiça estadunidense.
Em 1º de março deste ano, o governo canadense alegou ter evidências suficientes contra a executiva e anunciou que continuará a perseguição do caso e buscar a extradição dela em conjunto com a justiça dos EUA, estremecendo ainda mais a relação dos dois países com a China.
Fonte: CNET