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Análise | O belo pôr do sol de ESO Summerset e suas intrigas políticas e sociais

Por| 21 de Junho de 2018 às 09h59

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Bethesda
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Como uma fã de títulos eletrônicos do gênero RPG em geral (tanto nipônicos quanto ocidentais e outras variantes), é um tanto quanto difícil conseguir enxergar uma tradução, por assim dizer, da experiência real de role playing game para os games. Isso quer dizer que, para mim, é um pouco raro conseguir enxergar o que se vive no jogo de interpretação, atuação e lançamento de dados transportado para os videogames com maestria.

Obviamente há elementos reconhecíveis, adaptados para facilitar a interação do jogador com o mundo de fantasia, agora digitalizado. Ainda assim, poucas foram as vezes em que me senti propriamente suprida nos videogames com uma experiência real de RPG de mesa. Mais raro ainda foram as vezes em que me peguei viciada em um MMO, uma vez que títulos desse subgênero costumam realmente exigir certa dedicação.

O pior de tudo é quando você até decide se engajar em um game do tipo, mas muito tempo depois que a febre do lançamento já passou, e assim, acaba perdendo as novidades, as experiências compartilhadas, ou ainda nem consegue se adaptar uma vez que o jogo pode ter envelhecido mal ou até mesmo criado uma comunidade tóxica, que torna inviável qualquer tipo de aproximação.

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E qual não foi minha surpresa ao perceber que a mais recente expansão (e bota expansão nisso) de The Elder Scrolls Online, intitulada de Summerset, superou minhas expectativas em todos esses aspectos? A princípio, confesso que não esperava gostar tanto, pois minha experiência com a franquia se resume ao quinto título, Skyrim, que por sinal é um game que gosto bastante.

E, em vista do disse-que-me-disse de que a versão online da série era bastante precária em mecânicas e gráficos — isso na época em que foi lançada, em 2014, claro — a experiência real acabou sendo mais gratificante do que se imaginava, afinal, mesmo tendo sido lançado há quatro anos, o jogo ainda continua se atualizando e agora traz um novo capítulo repleto de emoção.

Um RPG de mesa no videogame

Com a experiência previamente adquirida em Skyrim, os comandos não foram uma etapa estranha, muito embora eu precise elogiar como o game é acessível para quem está começando a se aventurar na franquia. Há um tutorial no início que não se pode pular caso você esteja jogando pela primeira vez, e, sinceramente? Isso é ótimo, uma vez que há inúmeras dicas de como jogar, tanto para iniciantes quanto para veteranos. O objetivo é que os jogadores se habituem ao gameplay e às mecânicas das novas habilidades em minutos — e isso funciona, acredite!

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Como comentado anteriormente, por sinal, Summerset continua trazendo uma das características que a franquia The Elder Scrolls Online executa de melhor: a adaptação primorosa de elementos de RPG de mesa para os videogames. É quase como se um Mestre (invisível) estivesse narrando sua aventura, aguardando suas ações – no caso, os comandos.

Visual e sons que dão gosto 

Embora o visual num geral não seja exatamente impressionante se comparado com games recentemente lançados (como Detroit: Become Human, por exemplo), as paisagens de Summerset são belíssimas, dignas de admiração no mínimo. A iluminação, por sinal, merece algum destaque, já que cumpre muito bem o seu papel nesta expansão. Vale lembrar que este aspecto também pode variar drasticamente dependendo da configuração da sua máquina. Se o seu computador aguentar bem o tranco, então há mais chances de você babar com os gráficos e cenários, tanto internos quanto externos.

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As músicas de Summerset, por sua vez, não são das mais memoráveis, mas cumprem com excelência o seu papel na hora de empolgar o jogador em momentos específicos; repassando calma e leveza em cenas que pedem exploração e interação com personagens, além de transmitir animação e ferocidade em partes mais épicas da aventura.

Quase um Game of Thrones, mas só quase

A premissa é bem básica, mas significativa para o lore como um todo, uma vez que o game se passa na ilha lendária que dá nome à expansão: Summerset, onde vivem os Altos Elfos; os quais acreditam ter trazido a magia para o mundo. A história começa com a rainha Ayrenn decretando que as fronteiras do local fantástico sejam abertas a visitantes — o que também dá margem para que sejam atacados, e é exatamente o que irá acontecer em breve, caso o jogador não faça nada para deter essa iminente ameaça.

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Um dos aspectos que mais agrada na trama é o político envolvendo as figuras mais poderosas desse cenário. A rainha, os seguidores de Daedric, o jogador e seu grupo de aventureiros... Todas são peças de xadrez em um esquema muito bem tramado e desenrolado (isso somado ao fato de que o ritmo do game é gostoso de jogar). Os dramas sociais também chamam a atenção por amarrarem algumas pontas da narrativa e acrescentarem pontos de vista interessantes à aventura.

A ilha de Summerset possui um ecossistema vivo e belo, com diversos tipos de localidades que podem ser visitados. No meio de toda essa riqueza cultural e natural, há ainda a Ordem Psijic, que acreditava-se ter desaparecido para sempre. No novo capítulo, porém, o jogador pode se tornar um integrante desse grupo de anciões. Ao fazer isso, você poderá usufruir de algumas habilidades mágicas novas, as quais envolvem até mesmo viagem no tempo.

Como complemento desta grande aventura extra, há ainda um Trial para até 12 jogadores em que é preciso ajudar a cidade de Cloudrest, que está sob ameaça de uma poderosa força sombria. No fim das contas, o que se tem é uma jornada principal que pede muitas horas para ser concluída, e missões paralelas aqui e acolá, além do Trial em questão, que serve como um recheio extra.

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Um belíssimo pôr do sol à vista

Summerset é uma expansão, com todas as letras da palavra. Com mais de 30 horas de jogatina, o pacote traz um mundo totalmente novo e, até então, inexplorável que vai encantar tanto jogadores novatos quanto veteranos. Além do mais, ele é bastante fácil de dominar, contando com uma curva de aprendizado que foi dosada na medida certa. O ritmo do desenvolvimento da narrativa torna tudo ainda mais prazeroso, e a história traz temáticas pertinentemente abordadas.

Os gráficos certamente prendem sua atenção com as belas paisagens da ilha (algo que, infelizmente, dependente também da sua máquina). E, apesar da história exigir certa atenção (especialmente se você for uma pessoa que começou a se aprofundar no lore da série agora), ainda assim é bastante divertido de se jogar online, seja sozinho ou ao lado de outras pessoas em missões específicas — tais como a Trial de Cloudrest.

*The Elder Scrolls: Summerset já está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC. No Canaltech, ele foi analisado em cópia gentilmente cedida pela Bethesda.