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Google vai apostar ainda mais nos games para fazer Play Store crescer

Por| 17 de Dezembro de 2019 às 11h20

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2019 deve chegar ao final com uma base instalada de 273 milhões de smartphones com Android, um total que será de 287 milhões em 2020. Para o Google, mais do que uma oportunidade de continuar a garantir a soberania de seu sistema operacional, o momento é de garantir que seus sistemas de distribuição sejam igualmente dominantes, principalmente no cada vez mais promissor mercado de jogos eletrônicos.

Os territórios da Ásia Pacífico e da América Latina estão no centro das atenções neste momento. Por meio de programas de fomento como o Indie Games Acelerator a empresa garante oportunidades não apenas para os desenvolvedores de jogos independentes, mas também para expandir seu próprio negócio enquanto plataforma de publicação de software e centro de entretenimento para um setor em expansão franca.

Afinal de contas, estamos falando de uma indústria que movimentou US$ 2,2 bilhões em 2019 e deve quase dobrar este total até 2022, chegando a US$ 3,5 bilhões. O dinheiro é grande, as empresas e as ambições em mercados nos quais esse segmento já está estabelecido também. Para o Google, porém, não se trata apenas disso, mas também de acelerar setores locais e mercados regionais que apresentam demanda represada nem sempre atendida pelas principais propostas internacionais.

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“Em alguns lugares, a indústria dos games não existe como a conhecemos. Apenas os próprios produtores tiveram contato com as grandes obras e viram o crescimento de empresas como a Nintendo, por exemplo”, afirma Sami Kizilbash, diretor de relações com desenvolvedores do Google. “Com o Google Play, nós podemos criar essa nova geração de produtores, que em muitos locais pode até mesmo ser a primeira”, completa.

Para a gigante, isso passa não apenas pela qualificação de quem produz os jogos, mas também por seus próprios processos de distribuição e indicação de títulos. Afinal de contas, de nada adianta ensinar desenvolvedores independentes a gerirem uma empresa e formá-los por meio do Indie Games Accelerator se seus títulos não puderem ser encontrados e jogados pelos usuários. É esse um dos principais focos de mudança da plataforma no momento, com os jogos sendo um ponto central.

“Não estamos mais na época em que os jogos eram uma caixa fechada entregue aos usuários. Hoje, temos plataformas conectadas e telemetrias que nos ajudam a encontrar tendências e também auxiliam os próprios desenvolvedores a melhorarem em seus trabalhos”, explica Vineet Tanwar, gerente de desenvolvimento de produtos do Google Play Apps. Junto com Kizilbash, ele é um dos três principais pontos de apoio da nova estratégia da companhia para o mercado de jogos independentes e, logicamente, para que a empresa possa tirar sua fatia desse lucrativo segmento.

Novos caminhos

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A terceira perna deste tripé é Kunal Soni, diretor de desenvolvimento de negócios do Google Play. De acordo com ele, ao enxergar essa oportunidade de trabalhar como parceira de distribuição, a empresa começou a pensar em formas de remodelar o negócio para aproveitar essa oportunidade, deixando de ser uma mera loja onde aplicativos são listados para downloads. Hoje, recursos e elementos são pensados com esse objetivo em mente.

Um exemplo disso, segundo Soni, é a possibilidade de criação de diferentes páginas para um mesmo produto de acordo com a região de cada usuário. Ao identificarem algo que funciona bem em um território, mas nem tanto nos outros, os desenvolvedores podem enaltecer tais forças para criar uma listagem mais atrativa que, claro, gera conversão.

“Os números de instalações são as métricas mais importantes para os desenvolvedores na atualidade, mas é sempre importante lembrar que ela não é a única, e nem mesmo é absoluta”, explica o executivo. Segundo ele, na mesma medida em que listagens melhores convertem mais downloads, isso não serve de nada caso o produto não seja bom. 42% das resenhas públicas na Google Play Store mencionam a estabilidade das aplicações, e quando esse comentário tem esse aspecto como negativo, qualquer tipo de atratividade gerada por uma página de app bem feita deixa de existir.

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É por isso que o Google também investe em programas de capacitação para que os produtores de apps consigam ler e entender as métricas geradas por seus softwares. Um sistema do tipo é o Android Vitals, com telemetria voltada especificamente para a estabilidade e desempenho dos softwares, de forma que os criadores possam reduzir o tamanho dos programas, garantir que eles rodem melhor e gerem uma experiência de qualidade.

Além disso, entra em jogo aqui um vício que permanece desde os primeiros anos do Android, com usuários baixando soluções que nem sempre cumpriam o que prometiam. Hoje, afirma Soni, muita gente não quer baixar aplicativos que não conhecem, e é por isso que o Google está implementando um sistema chamado Play Instant, que permite aos utilizadores uma espécie de degustação dos softwares disponíveis no marketplace, que rodam a partir de uma plataforma web e podem ser experimentados antes de instalados.

“O que estamos vendo é uma maior conversão após a utilização do recurso, com as pessoas gostando dos softwares e fazendo o download”, completa. Um bom destaque na página inicial a lançamentos e um cuidado com os algoritmos para mostrar aquilo que interessa completa esse caldo, juntamente com sistemas de pré-registro, que permitem aos usuários cadastrarem seu interesse em um programa vindouro, sendo notificados quando ele estiver disponível para instalação.

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Ao mesmo tempo, o Google trabalha em sistemas para proteger seus usuários de fraudes e malwares, com uma série de iniciativas de segurança, mas também os próprios criadores. Sistemas de detecção automática servem para prevenir a disponibilização de aplicativos fraudulentos e também indicam aos desenvolvedores possíveis violações de copyright, para que eles possam tomar atitudes caso isso seja necessário.

Por fim, e mais uma vez com foco específico na América Latina, a companhia trabalha com plataformas diferentes de pagamento. No Brasil, por exemplo, uma das mais populares é o boleto bancário, que atinge uma população sem cartão de crédito, mas que, mesmo assim, quer estar na vanguarda da tecnologia. “Parcerias e escritórios locais nos ajudam a entender as necessidades de cada mercado, para que a gente possa agir e criar oportunidades específicas”, completa Soni.

O jornalista viajou para Singapura a convite do Google.