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Desenvolvedora Gameclub quer preservar jogos antigos de iPhone

Por| 28 de Junho de 2019 às 09h57

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(Imagem: Divulgação/Gameclub)
(Imagem: Divulgação/Gameclub)

No auge do ano de 2008, um jogo chamado Tap Tap Revenge era provavelmente o aplicativo mais baixado na App Store para o primeiro iPhone. Tanto quanto permitido pelo hardware da época, o título era simples: aproveitando-se da moda vigente graças a jogos como Guitar Hero e Rock Band, Tap Tap Revenge levou a mesma mecânica — notas musicais descendo do topo à base do display — ao recurso de toque do smartphone. Ele foi o jogo gratuito mais baixado daquele ano e alguma sequências foram feitas até a Disney comprar os direitos da marca e desligar os servidores, efetivamente matando a franquia.

Outros jogos tiveram o mesmo destino: por uma razão ou outra, sucessos de anos áureos sumiram dos marketplaces digitais e com o iOS não foi diferente. Entretanto, uma desenvolvedora de jogos chamada Gameclub decidiu reavivar a memória, preservando e, em alguns casos, relançando jogos antigos em firmwares e versões recentes do smartphone da Apple.

“Sempre me incomodou ver quantos dos jogos clássicos aos quais nós demos prêmios de ‘Jogo do Ano’ não mais existem ou não são mais jogáveis”, disse ao The Next Web o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Gameclub, Eli Hodapp, que tem experiência como jornalista de games pelo antigo site Touch Arcade.

Segundo o executivos, são diversas as razões pelas quais um jogo antigo deixa de funcionar: a primeira, e mais óbvia, reside no volume de atualizações de firmware da Apple para o iOS. Conforme novas medidas sistêmicas são implementadas, os jogos acabam ficando atrasados nas ofertas de suporte técnico, chegando ao ponto de não mais ser possível atualizá-los até que atendam as medidas mais contemporâneas.

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Isso afeta até mesmo grandes publishers, como foi o caso da Electronic Arts e títulos como Flight Control, Bejeweled 2 e Real Racing. Agora, leve essa mesma situação aos desenvolvedores independentes: manter a integridade técnica do software em si exigiria um profissional especificamente dedicado a este fim, algo que eles simplesmente não poderiam pagar.

Outro motivo é o fato de que jogos mobile eventualmente perdem a popularidade, face a novos e mais criativos lançamentos. Entretanto, as tarifas cobradas pela Apple para publicação de um app em sua loja virtual seguem perenes: chega-se ao ponto em que o jogo não gera mais a rentabilidade necessária para compensar a permanência no ar, então desenvolvedoras e publishers simplesmente o removem da loja de apps.

No caso da Gameclub, porém, a empresa busca os donos dos direitos de produção e publicação de um jogo, convencendo-os a abrir mão deles em caráter donativo ou, quando necessário, fazer a aquisição direta dessas propriedades. A partir daí, revisa-se o código para avaliar a compatibilidade dele a novos sistemas e quais serão as adaptações necessárias.

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Hodapp admite que isso é um processo bem trabalhoso:

“Quanto mais para trás no tempo nós vamos, mais complicado fica para descobrir onde está a pessoa que fez esses jogos. Muitos dos apps antigos da App Store foram feitos por algum moleque em seu quarto, e o lançamento feito com recursos próprios. Dava para fazer isso naquela época. É como se fosse uma escavação arqueológica, em que o objetivo é achar essas coisas… Eu junto toda a informação que posso, faço o contato e digo ‘O que podemos fazer para atualizar o seu jogo e tê-lo como parte da Gameclub?’”.

Outro desafio reside na atualização dos jogos em si: o iOS não oferece emulação ou qualquer outro tipo de retrocompatibilidade com suas versões anteriores, então jogos antigos, para rodarem em iPhones modernos, exigem que engenheiros atualizem o código-fonte original para torná-lo funcional. “O processo todo é uma tremenda dor de cabeça”, comenta Hodapp, exemplificando o caso de Hook Camp, lançado em 2009 para o iPhone 3G e iPod Touch. O jogo foi desenhado para resolução 320x480, sendo que o iPhone XR, por exemplo, traz 828x1792 pixels.

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Falando do modelo de negócios da Gameclub, ele não é muito diferente do Apple Arcade, o serviço de oferta de jogos da Apple: o usuário paga uma assinatura de período predeterminado e, em troca, ganha acesso a uma série de aplicativos separados. A diferença é que a Apple faz isso para títulos novos, enquanto a Gameclub se concentra na oferta de material antigo. Mais além, usuários podem fazer pedidos de jogos por meio do canal da Gameclub no Discord.

Para quem curte uma nostalgia e gostaria de reavivar os dedos em jogos da década passada, isso pode ser uma boa alternativa.

Fonte: The Next Web