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Com sistema de PvP, Pokémon GO quer se tornar ainda mais social

Por| 04 de Dezembro de 2018 às 12h00

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Com sistema de PvP, Pokémon GO quer se tornar ainda mais social
Com sistema de PvP, Pokémon GO quer se tornar ainda mais social
Tudo sobre Niantic

Os games de Pokémon sempre foram baseados em dois pilares, captura e batalha, enquanto GO, o primeiro título da franquia para smartphones, apostou forte apenas no primeiro quesito, incluindo também um elemento de exploração e descoberta. A ideia da desenvolvedora Niantic sempre foi a de criar um jogo mais social do que competitivo e é justamente por isso que os tão pedidos e aguardados combates demoraram tanto para chegar, com a empresa buscando uma forma de manter essa mesma pegada também neles.

Agora, dois anos e meio depois do lançamento original do jogo, a produtora parece ter chegado à fórmula que equilibra esse aspecto com os anseios dos fãs. O modo jogador contra jogador (ou PvP, para usarmos a sigla e o jargão do meio) chega ainda neste mês de dezembro e planeja investir ainda mais no caráter social do game, incentivando a comunicação entre os jogadores e a competitividade amistosa entre eles, sem traços de rivalidade ou rankings de melhores treinadores. Pelo contrário, a ideia, como em tudo no game, é abraçar o máximo de jogadores possível.

“Nossa ideia foi incluir o velho espírito de Pokémon, com seus combates estratégicos e ágeis, mas criando um sistema amigável que leve à criação de comunidades”, explicou Matt Slemon, gerente de produtos da Niantic e um dos principais nomes por trás de Pokémon GO, durante uma exibição exclusiva do modo PvP para a imprensa. A notícia é boa para os fanáticos pelos games mobile e, talvez, ruim para os tradicionalistas, uma vez que os combates contra jogadores se comportam de forma bastante similar às raids ou ataques a ginásios.

Assim como no restante do game mobile, os combates em turnos do original foram substituídos por uma batalha direta, com os jogadores pressionando a tela rapidamente para realizar ataques. Na medida em que causam dano nos oponentes, uma barra se enche e permite a realização de um ataque especial, mais forte, poderoso e, principalmente, capaz de aproveitar melhor as capacidades elementais de cada Pokémon e também as vulnerabilidades do oponente. Nada disso muda no PvP, só todo o restante.

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Ao contrário do que acontece nos ginásios, a luta aqui acontece com grupos de três Pokémon, apenas. É uma medida, afirmam os representantes da Niantic, que aumenta o calor dos combates e também faz com que eles não se alonguem demais. Como a ideia é ser social, explica Slemon, o objetivo é que o jogador realize diversos combates em um mesmo dia, pois recompensas diárias estão em jogo. Ele não taxou o método atual como arrastado, mas disse que a agilidade é palavra de ordem no desenvolvimento do PvP.

“Ao contrário dos ginásios e raids, que exigem deslocamento e até cooperação entre jogadores de diferentes equipes, o modo PvP foi criado para ser rápido. O ideal, para nós, é que os jogadores travem diversos combates por dia, durante o descanso no trabalho ou enquanto esperam um ônibus. A criação de uma comunidade em torno disso é nosso principal ponto de atenção.”

Com apenas três monstrinhos, o andamento das lutas em si também muda, com o PC (poder geral dos personagens) importando menos, enquanto um time bem criado, que use ataques elementais contra vulnerabilidades do oponente, pode levar à vitória mesmo que seja numericamente mais fraco. “Ao desenvolvermos o PvP, perguntamos a nós mesmos sobre ‘o que significa ser bom em Pokémon?’ É mais do que ser apenas uma enciclopédia de personagens, é sobre conhecer as próprias capturas e, no caso de GO, explorar a cidade para buscar o que está faltando”, explica Matt Ein, designer líder do modo.

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Entram em jogo, então, dois outros elementos estratégicos, sendo que um representa uma mudança em mecânicas já existentes. Os Pokémon, agora, podem contar com dois ataques carregados, que devem ser selecionados pelo jogador durante os combates. Nesse momento, o game assume ares de título rítmico, com um minigame secundário permitindo ampliar o poder dos ataques de acordo com toques ritmados na tela.

Do outro lado, o oponente pode utilizar escudos protetores para repelir os golpes mais fortes e tem três segundos para tomar uma decisão, o mesmo tempo usado pelo outro jogador para potencializar seu golpe. Os dois aspectos, afirmam os representantes da Niantic, adicionam um elemento de estratégia que envolve o conhecimento sobre os monstros que estão sendo enfrentados, a previsão do que vem pela frente e o conhecimento sobre o oponente e seus estilos preferidos de combate.

Slemon cita os diversos cenários possíveis a partir dessa interação. Um jogador pode, por exemplo, ter um ataque carregado mais fraco e genérico para levar seu oponente a gastar seus escudos, desferindo apenas os mais potentes na sequência. O rival, por outro lado, pode inferir que há uma carta na manga do combatente e, assim, aceitar os danos de um especial pois, logo na sequência, pode bloquear ataques mais potentes e desferir um golpe próprio e devastador. O objetivo da equipe de desenvolvimento é que, como nos consoles portáteis, cada batalha seja diferente da anterior e que as pessoas joguem diversas delas, em sequência e contra usuários diferentes.

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Finalmente online

Outra grande mudança em relação às mecânicas usuais de Pokémon GO é o fato de que as batalhas PvP podem ser travadas pela internet. O game, com seu aspecto de realidade aumentada, sempre privilegiou interações de proximidade, com o jogador tendo de estar no raio de um ginásio para batalhar nele ou a menos de 100 metros de um amigo para trocar monstrinhos. O modo PvP amplia isso e, assim como na troca de presentes, permite a conexão entre jogadores de todo o mundo.

Existem, claro, incentivos para a luta presencial, com o sistema tornando o método mais intuitivo. Com o lançamento das novas mecânicas, cada treinador terá um QR Code, que poderá ser escaneado pelo celular do rival para dar início aos combates. Além disso, recompensas especiais serão dadas aos combates realizados com oponentes próximos, enquanto Dias de Comunidade e outros eventos podem garantir regalias ainda mais interessantes para os participantes — os olhos dos presentes brilharam quando a Sinnoh Stone, que permite fortalecer e modificar Pokémon de quarta geração, foi exibida como um dos possíveis brindes, pois, até agora, ela somente está disponível nas longas pesquisas do game e, ainda assim, depende da sorte para ser obtida.

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Mesmo as batalhas via internet exigirão “contato” entre os jogadores. Conforme explica Slemon, a ideia é que os combates aconteçam com amigos e familiares, por exemplo. Pokémon GO exige que ambos estejam online para batalhar, mas não terá um indicador de que um usuário está ativo nem um sistema de chats. O ideal é que os usuários se comuniquem entre si, da maneira que desejarem, e se convidem para as batalhas. “Não queremos transformar a mecânica em um matchmaking genérico, mas sim criar novas possibilidades de conexão entre as pessoas”, explicou o executivo.

Da mesma forma, a Niantic também está preparada para lidar com engraçadinhos que queiram burlar o sistema de recompensas especiais enviando screenshots de seus QR Codes para oponentes à distância. “Isso não vai funcionar”, riu Slemon, sem revelar detalhes sobre o porquê. Provavelmente, o GPS será levado em conta para confirmar a proximidade dos oponentes e os mesmos mecanismos de segurança que impedem o uso de aplicativos que burlem a localização devem estar em vigor aqui.

Seja presencialmente ou online, as batalhas garantirão pontos de experiência e Poeira Estelar, com ambos sendo recebidos em todos os combates pelos dois jogadores — quem vencer, obviamente, recebe mais. Nas três primeiras lutas de cada dia, ainda, os usuários ganharão recompensas e itens especiais, que podem variar e incluir itens exclusivos de eventos em andamento.

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Preparando-se para o ringue (e o que vem por aí)

Pokémon GO ainda terá um sistema de combates “solo”, contra os líderes das três equipes que lutam pelo domínio dos pontos de interesse do game. Os jogadores, em uma espécie de tutorial, poderão enfrentar os chefes dos times Valor, Mystic e Instinct como forma de entender as mecânicas e perceber quais Pokémon são mais eficazes contra diferentes tipos de elementos. As batalhas, aqui, devem ser fáceis e servem apenas como introdução ao PvP; apesar de também garantirem pequenas recompensas.

A ideia da Niantic é que elas, nem de longe, sejam encaradas como uma espécie de modo single player. Em vez disso, o objetivo, além de apresentar as mecânicas, é propiciar a criação de times prévios de Pokémon, de forma a facilitar o início das batalhas. Claro, é possível escolher times personalizados antes de cada combate, mas o jogador também pode criar suas próprias equipes de olho em diferentes perfis, não precisando passar pelo processo a cada vez.

Em mais um recurso voltado para a interatividade e a comunidade, restringir as batalhas a apenas os jogadores com modelos mais avançados não faria sentido, assim como criar uma mecânica que privilegie apenas aos mais fortes. Então nasceu o sistema de Ligas, pelo qual, também de comum acordo, os jogadores podem escolher o nível máximo de PC dos Pokémon a serem utilizados.

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Assim, aponta Slemon, até mesmo os novatos de Pokémon GO poderão participar dos combates e receber as recompensas como qualquer outro jogador. São três Ligas disponíveis, com limites máximos de 1.500 ou 2.500 pontos, ou, então, uma terceira em que não existem restrições. “Os jogadores devem conversar entre si para definirem a escolha, de acordo com os próprios níveis e personagens”, explica Ein. “É um sistema fácil para jogadores casuais e que pode ser avançado para os veteranos, mas que está aberto a todos igualmente.”

A Niantic também não exibe preocupações quanto a diferenças de performance entre aparelhos de diferentes categorias e sistemas operacionais. Para Slemon, por mais que os combates tenham a ver com tocar a tela repetidas vezes, tanto os golpes rápidos quanto os carregados possuem seu próprio ritmo que independe da quantidade de pressionamentos. “Usuários de smartphones mais antigos podem perceber falhas gráficas ou na velocidade dos menus, mas, em nossos testes, até mesmo os modelos mais básicos se comportaram bem”, afirmou.

Além disso, estamos falando aqui de um sistema em evolução, criado para ser maior do que seu status atual. O gerente de produtos admite que a oferta inicial do modo PvP é simples, mas o próprio Pokémon GO também era básico em sua forma inicial. Assim como o game, a mecânica de combates também está sendo desenvolvida para ganhar novos recursos e opções mais avançadas, que serão adicionadas ao longo do ano que vem e além.

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Mais do que tudo isso, a adição constante de recursos é uma forma de manter os jogadores atuais ligados ao game, bem como atrair novos, como é o caso dos combates. De acordo com números citados rapidamente pela produtora, o tempo de jogo dos usuários mais do que dobrou desde a adição das pesquisas de campo, que dão objetivos específicos para a exploração das cidades em troca de recompensas e Pokémon especiais, enquanto a adição da Sincroaventura, que acompanha os passos do jogador mesmo quando ele não está executando o game, aumentou em 53% o total “caminhado” entre os usuários.

Os combates PvP devem chegar “em breve” a Pokémon GO. A Niantic não revela uma data específica, mas confirma que as batalhas poderão ser travadas ainda neste ano, entregando, como presente de Natal aos jogadores, um dos recursos mais pedidos por eles desde 2016. E, ao que parece, esse é só o começo de um novo ciclo para um título que, por mais que não seja mais a febre de seus primeiros dias, ainda é um dos mais jogados da indústria mobile.