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Conselheiro de cibersegurança de Trump vai a Apple Store para desbloquear iPhone

Por| 31 de Outubro de 2019 às 19h30

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NBC News / Doug Mills / The New York Times via Redux
NBC News / Doug Mills / The New York Times via Redux

Atual advogado do presidente dos Estados Unidos, Rudy Giuliani é conhecido por suas polêmicas histórias envolvendo questões tecnológicas. Ele já brigou com o Twitter pela suposta alteração de um tweet seu na rede social e, agora, é descoberto um antigo caso igualmente inusitado.

Menos de um mês depois de ter sido nomeado consultor de segurança cibernética de Donald Trump, em 2017, Rudy Giuliani entrou em uma loja da Apple no centro de São Francisco. Ironicamente, Giuliani não estava procurando um novo gadget, mas sim buscando ajuda.

No dia 7 de fevereiro de 2017, Giuliani tinha bloqueado seu iPhone, depois de ter esquecido a senha e a ter digitado errado pelo menos 10 vezes, segundo duas fontes que estavam presentes e a foto de um memorando interno da Apple, obtido pela NBC News.

"Muito desleixado", disse uma das pessoas presentes no dia e ex-funcionário da loja da Apple. "Trump havia acabado de nomeá-lo como consultor [...] e, aqui, ele não podia nem dominar os princípios da segurança de seu próprio dispositivo".

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O memorando interno da loja da Apple detalha sua passagem pela loja. Após o cliente entrar com um iPhone 6 bloqueado, às 11h20, seu telefone foi restaurado a partir de um backup atual do iCloud. O nome do memorando é Rudolph Giuliani e o número de telefone estava conectado à sua empresa de consultoria Giuliani Partners.

Nem Giuliani e nem a Apple retornaram pedido da NBC para comentarem a situação.

Opinião de especialistas

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Uma senha esquecida está entre os erros mais comuns na era digital, mas o procedimento de Giuliani questiona completamente sua compreensão das medidas básicas de segurança. A atitude preocupa porque, como alguém do círculo íntimo do presidente, permite que seus dispositivos eletrônicos sejam vulneráveis ​​a hackers — de acordo com dois ex-especialistas em cibernética do FBI.

"Não há como ele ir a um local comercial pedir essa assistência", disse EJ Hilbert, ex-agente do FBI para crimes cibernéticos e terrorismo. Já Michael Anaya, um ex-agente especial de supervisão do FBI, reagiu com espanto ao saber da visita de Giuliani à loja da Apple. "Isso é loucura", disse sobre os riscos de permitir que uma pessoa desconhecida manuseie seu dispositivo.

Para Anaya, os funcionários da Casa Branca é que deveriam ajudar Giuliani a lidar com quaisquer problemas técnicos relacionados ao seu telefone e não os funcionários aleatórios da loja da Apple. "É irritante pensar que esse indivíduo tenha acesso à pessoa mais poderosa do mundo e que comunicações sensíveis possam ser divulgadas a pessoas que não deveriam ter acesso a elas", comenta Anaya.

O especialista disse que a possibilidade de Giuliani estar usando um telefone pessoal para comunicações confidenciais com o presidente e outros representantes do governo faria dele um alvo principal para hackers estrangeiros.

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Hilbert disse que também está preocupado com o fato de os dados de Giuliani serem copiados para o sistema iCloud da Apple, sujeito a ataques. "Todas as coisas dele estão literalmente nos sistemas da Apple", comenta Hilbert. "Isso o torna muito vulnerável."

Outras histórias

O episódio não revelado à época adiciona um novo capítulo às histórias tecnológicas e nonsense de Giuliani. A NBC News informou na semana passada que ele ligou duas vezes para um repórter da empresa em setembro de 2019, deixando longas mensagens de correio de voz nas quais ele é ouvido discutindo questões políticas e assuntos pessoais.

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As duas chamadas acidentais foram feitas nas horas seguintes à conversa de Giuliani com o repórter. Na primeira mensagem de correio de voz, deixada em 28 de setembro, Giuliani pode ser ouvido falando sobre Joe Biden e seu filho Hunter. A segunda gravação, realizada em 16 de outubro, capturou Giuliani conversando com um homem não identificado sobre o Bahrein, país do Golfo Pérsico.

Fonte: NBC News