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Garoto-propaganda do YouTube recebe chuva de críticas em vídeo sobre estupro

Por| 27 de Maio de 2016 às 16h59

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Reprodução/Twitter
Reprodução/Twitter
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Com a crescente indignação nas redes sociais sobre o caso da adolescente que foi estuprada por 30 homens no Rio de Janeiro, opiniões controversas sobre a cultura do estupro não são perdoadas. Um depoimento que está dando o que falar não é necessariamente novo, mas sabe como é, uma vez na internet, nunca mais poderá ser retirado.

Whindersson Nunes, um dos youtubers mais famosos do Brasil e atual garoto-propagando da plataforma no país, está sendo amplamente criticado nas redes sociais por seu posicionamento em relação ao estupro. O vídeo que está recebendo críticas já foi retirado do ar. Intitulado "VEDA #6 COMO NÃO SER ESTUPRADA", o material gravado há pouco mais de dois anos, foi feito como repercussão da campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada, que tomou grandes proporções quando o resultado (errôneo, veio a se saber depois) de uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) registrou que 65% dos brasileiros concordam que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".

Em seu depoimento de cerca de 2 minutos e meio, Nunes questiona: "Quantas vezes uma hashtag salvou alguém?". O youtuber acredita ser uma besteira a campanha e que o esforço de conscientização não faz sentido e não traz resultados. "Ninguém vai olhar para essa tag e falar 'Ah, estou com uns projetos de estuprar alguém, mas sei lá, depois que vi essa tag, eu acho que não'", diz ele no vídeo.

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Na opinião do youtuber, a maneira mais efetiva para as mulheres evitarem um estupro é se oferecerem sexualmente para o agressor e não mostrar resistência. A tática "infalível" é finalizada quando, na opinião dele, a vítima arranca o órgão reprodutor do agressor com a boca. "É melhor que hashtag!", afirma o youtuber no vídeo.

É claro que a posição de Nunes não passou despercebida. Com a repercussão do caso dos 30 estupradores, o vídeo voltou à tona e Nunes está sendo muito criticado.

@whindersson uh, vai que é tua, lixo humano! — Bia. (@jauregz) 27 de maio de 2016
@whindersson resto de aborto, toma um chá de cala boquinha — gabriela hinnebusch (@GabiMH) 27 de maio de 2016
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@whindersson e ainda tem gente que gasta seu tempo pra enaltecer pessoas como você, parabéns sociedade — 27 (@zjmdetails) 27 de maio de 2016
@whindersson apaga enquanto é tempo — Blenda (@SrtaBlenda) 27 de maio de 2016
@whindersson tinha que ser youtuber pic.twitter.com/DOwAZ0mWRi — anthony (@fearlsswift) 27 de maio de 2016

Além disso, um tweet publicado pelo youtuber na mesma época do vídeo também está ganhando fama.

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Embora esse tweet já tenha sido deletado, os usuários ainda continuam criticando a posição de Nunes:

@whindersson que merda hein — Katharyne (@vittifalar) 27 de maio de 2016
@whindersson Que coisa mais abjeta. — VeraVulnerabilíssima (@verineas) 27 de maio de 2016
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@whindersson youtuber é uma palavra mt forte, prefiro chamar de imbecil — tinny (@tiwny) 27 de maio de 2016
As críticas sobraram até para o próprio YouTube:
@whindersson @YouTubeBrasil vcs tao divulgando o trabalho desse cara — (nat filezinho) (@heynathaliahi) 27 de maio de 2016
O youtuber se arrepende dos comentários. No Twitter, ele justifica que há dois anos atrás ele não enxergava com seriedade o assunto.
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Já fiz piada com estupro, a 2 anos atrás, quando minha mentalidade era outra, tinha uma mentalidade totalmente infantil. — Whindersson (@whindersson) 27 de maio de 2016
E me arrependo, pq eu tenho irmã, tenho mãe, e tenho medo, medo de acontecer com as pessoas que amo. — Whindersson (@whindersson) 27 de maio de 2016
A tendencia do ser humano é tentar achar algo nos famosos pra culpar, e os verdadeiros culpados estão por ai nas ruas. — Whindersson (@whindersson) 27 de maio de 2016
Por que em ve de printar meus tweets de 2014 vocês não printam a cara de um dos bandidos que aparecem na foto e espalham até acharem ele? — Whindersson (@whindersson) 27 de maio de 2016
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Se é pra ajudar, ajuda de verdade. #EstuproNaoÉCulpaDaVitima — Whindersson (@whindersson) 27 de maio de 2016
No final das contas, a lição que fica é que é preciso tomar muito cuidado com o que você fala na internet, e mais importante do que isso, apologia ao estupro ou culpabilização da vítima é inaceitável. Afinal, o #EstuproNaoÉCulpaDaVitima.