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Robert Taylor, um dos pioneiros na criação da internet, morre aos 85 anos

Por| 17 de Abril de 2017 às 11h52

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O mundo perdeu na última semana uma das mentes por trás da criação da internet: o cientista e pesquisador Robert Taylor, principal responsável pelo sistema pioneiro ARPAnet, que anos mais tarde ajudaria na origem da gigantesca rede de computadores que conhecemos hoje. Ele morreu aos 85 anos, vítima de mal de Parkinson, em sua casa em Woodside, na Califórnia (Estados Unidos).

Taylor começou a ganhar destaque em sua carreira na década de 1960, quando se tornou diretor da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA). Entre 1965 e 1970, ele desenvolveu o conceito de que uma única rede poderia compartilhar informações entre outras máquinas, mas percebeu se tratar de um processo altamente complexo fazer com que essa mesma rede, sozinha, permitisse que terminais de diferentes cidades dos EUA se comunicassem entre si a longas distâncias.

Foi então que o pesquisador e sua equipe criaram a ARPAnet, uma rede única que interligava vários computadores e que mais tarde evoluiria para a web dos tempos atuais. Inclusive, Taylor previu em uma dissertação escrita em 1968 que, um dia, a internet seria algo tão importante e necessário para a humanidade que permitiria às pessoas se comunicarem de forma mais efetiva através de uma máquina do que se estivessem falando cara a cara. No mesmo documento, ele argumentou que um futuro conectado deveria ser acessível, e não apenas para os mais ricos.

Esta não foi a única contribuição de Taylor. Em 1970, ele foi contratado pela Xerox, onde supervisionou a criação do Alto, um dos primeiros computadores pessoais do mundo. O Alto foi a primeira máquina com suporte a um sistema operacional baseado em interfaces visuais gráficas - um conceito copiado por todas as plataformas que foram lançadas posteriormente. Também foi na Xerox que Taylor desenvolveu a tecnologia Ethernet e o programa Bravo, que serviria de base para o popular Microsoft Word.

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Além disso, Taylor ajudou na criação do mouse de computador. Em 1961, enquanto atuava como diretor de projetos para a agência espacial norte-americana (NASA), ele soube sobre o trabalho de Douglas Engelbart, que na época explorava formas de interação homem-máquina. Taylor decidiu investir dinheiro nos estudos e, graças a esse auxílio financeiro, Engelbart conseguiu inventar o mouse, que mais tarde seria um dos itens de interação do Macintosh, da Apple, e de PCs com sistema Windows.

Por fim, Taylor fundou na década de 1980 o Laboratório de Pesquisa de Equipamentos Digitais (DEC Systems Research Center) em Palo Alto. Entre suas principais criações está o AltaVista, um buscador lançado em 1995 - dois anos antes do Google ser fundado.

Taylor se aposentou em 1996. Três anos depois, ele foi premiado com a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação dos EUA por sua contribuição no campo da tecnologia. "Por sua liderança visionária no desenvolvimento da tecnologia de computação moderna, incluindo rede de computadores, o computador pessoal e a interface visual gráfica", dizia a condecoração.

Fontes: The New York Times, Engadget, CNET