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Resistência ao projeto Internet.org do Facebook cresce em todo mundo

Por| 22 de Maio de 2015 às 16h00

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Resistência ao projeto Internet.org do Facebook cresce em todo mundo
Resistência ao projeto Internet.org do Facebook cresce em todo mundo
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O projeto de internet gratuita do Facebook, o Internet.org, está sofrendo resistência por parte de alguns países por supostamente violar a neutralidade da rede. Apesar dos esforços de Mark Zuckerberg, em países como a Índia diversas empresas desistiram da iniciativa, questionando a ampliação e aplicação do projeto, cujo principal objetivo é levar acesso à internet para os dois terços da população mundial que ainda não se encontram conectados.

Em uma carta aberta para o CEO do Facebook, grupos críticos à iniciativa acusaram o Internet.org de criar uma internet "de duas camadas", "em que as pessoas mais pobres do mundo só vão ser capazes de acessar um conjunto limitado de sites inseguros e serviços". A carta vem na esteira dos protestos em massa na Índia, onde mais de 1 milhão de pessoas assinarão uma petição solicitando que o órgão regulador das telecomunicações no país proibisse o projeto. Vale lembrar que em abril um grupo de empresas de tecnologia no país desistiu de participar do projeto, pela rejeição da população e pela ameaça de "neutralidade de rede" que supostamente o projeto oferece.

Assim como acontece no Internet.org, a discussão da neutralidade da rede na Índia dizia respeito ao acesso gratuito a determinados sites que não consomem os planos de dados do usuário. No entanto, as pessoas acabam utilizando muito mais os sites que são oferecidos gratuitamente do que as outras páginas. Isso gera o que os críticos estão classificando como "concorrência desleal".

Zuckerberg defendeu o projeto alegando que o Facebook não escolhe sozinho quais os sites serão incluídos no projeto. O Internet.org trabalha com operadoras e governos locais para decidir quais aplicativos e serviços, se de cuidados básicos com a saúde, emprego, ou informações sobre a educação, por exemplo, fazem mais sentido em uma determinada região. Sendo assim, alguns sites acabam ficando de fora por não estarem entre as exigências de nenhumas das partes, segundo o CEO.

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Os ativistas se opõem ao projeto alegando que a escolha dos serviços que serão oferecidos, sem incorrer em taxas de dados, viola a neutralidade de rede. De acordo com eles essa prática é inerentemente discriminatória. "É por isso que tem sido proibido ou restringido em países como o Canadá, Países Baixos, Eslovênia e Chile", diz a carta. "Estes acordos podem pôr em perigo a liberdade de expressão e a igualdade de oportunidades, permitindo que os prestadores de serviços decidam quais os serviços de internet serão privilegiados em detrimento de outros, interferindo assim no livre fluxo de informação e no direito das pessoas vis-à-vis à rede."

Na semana passada, durante uma coletiva na sede do Facebook, Zuckerberg falou sobre a responsabilidade da rede social para "conectar todos no mundo". "Estamos tentando ajudar todas as pessoas do mundo a acessarem a internet", afirmou o executivo, lembrando que mais de 4 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm qualquer acesso à rede mundial. De acordo com ele, até o momento, o Internet.org já conectou 9 milhões de pessoas à rede mundial pela primeira vez.

Saman Asheer, porta-voz do Facebook, em comunicado por email, afirmou que a empresa e os críticos "compartilham uma visão comum que é ajudar mais pessoas a terem acesso ao maior número possível de experiências e serviços na internet". "Estamos convencidos de que à medida que mais e mais pessoas obtiverem acesso à internet, elas verão os benefícios e irão querer usar ainda mais serviços. Temos trabalhado com operadoras para oferecer serviços básicos para as pessoas, sem qualquer custo, convencidos de que os novos usuários desejam ir além dos serviços básicos e pagar por serviços mais diversificados", completou.