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Microsoft se une a veículos jornalísticos em conflito com o Google

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 15 de Março de 2021 às 16h40

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Montagem/Canaltech
Montagem/Canaltech
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Microsoft e Google podem estar à beira de mais um conflito jurídico por causa do acesso à informação. Isso porque a empresa criada por Bill Gates teria se juntado aos veículos jornalísticos na guerra contra a dominância da gigante das buscas no setor, conforme relata a rede CNN.

Os conflitos entre a imprensa e o Google existem há mais de uma década, mas atingiram seu ápice nos últimos anos. Os jornais acreditam que as empresas de tecnologia monopolizam a publicidade online e estão influenciando o fluxo de notícias. Diante disso, até mesmo uma audiência pública foi realizada no Congresso dos Estados Unidos, na última sexta-feira (12), para debater o impacto do Google e do Facebook no trabalho jornalístico.

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Um projeto de lei estaria sendo elaborado por parlamentares norte-americanos para obrigar as empresas de tecnologia a oferecer ferramentas que permitam à mídia monitorar a distribuição do conteúdo online. A minuta está sendo chamada de Journalism Competition and Preservation Act of 2021 (em tradução livre, Lei de Concorrência e Preservação do Jornalismo de 2021).

Entre outros pontos, as críticas se baseiam no fato de que o Google controla o buscador, a exibição de conteúdo e o sistema de publicidade. Além disso, todo esse aparato ainda poderia oferecer vantagens em negociações com companhias de celulares e computadores que utilizam seus serviços.

Crescimento do conflito com a Microsoft

A proposta teria causado a tensão porque a Microsoft supostamente estaria apoiando os jornais. A empresa já criticou algumas vezes o que considera como “monopólio de publicidade online” do Google.

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Em um depoimento escrito enviado ao subcomitê antitruste da Câmara dos Deputados dos EUA, o presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que os problemas que afligem o jornalismo hoje são causados em parte por uma falta fundamental de concorrência nos mercados de pesquisa e tecnologia de anúncios controlados pelo Google.

Smith explicou que isso não significa que o Google esteja agindo de má fé, buscando prejudicar os jornais deliberadamente, mas que isso tem ocorrido como efeito colateral. “O sucesso de uma empresa está causando um impacto negativo no mercado e na sociedade. Portanto, o governo precisa fazer algo a respeito”, declarou o executivo da companhia criadora do Windows.

Google se defende das acusações

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A gigante das buscas foi rápida ao responder às declarações da Microsoft. A empresa classificou a fala como "reivindicações egoístas" e atribuiu as críticas a uma política anti-Google que vêm sendo adotada pela rival.

"Não é coincidência que o novo interesse da Microsoft em nos atacar venha logo após o caso da SolarWinds e em um momento em que eles permitiram que dezenas de milhares de seus clientes fossem hackeados por meio de grandes vulnerabilidades do software. Então, talvez não seja surpreendente vê-los tirando a poeira do velho e divertido manual Scroogled", observou Kent Walker, vice-presidente sênior de Assuntos Globais do Google, em uma postagem no seu blog.

Scroogled foi uma campanha publicitária criada pela Microsoft para criticar uma suposta invasão de privacidade contra usuários do Gmail. Lá pelos anos de 2013, foi lançado um site, livros e uma linha de produtos fazendo referências bem humoradas ao episódio.

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Confusão ganhou novo capítulo na Austrália

A Austrália aprovou, em fevereiro de 2021, uma lei exigindo que as empresas de tecnologia que operam no país paguem aos editores pelo conteúdo autoral. O aparato legal provocou uma reação imediata do Google e do Facebook, com a empresa de buscas até ameaçando sair do mercado australiano. Do outro lado, a Microsoft declarou publicamente o apoio à nova lei e que, ao contrário de outras, não representaria uma ameaça para o mercado australiano.

Esta não foi a primeira vez que o Google enfrenta conflitos com conglomerados de mídia. Normativo aprovado na França recentemente obrigou a empresa a fechar acordo com jornais locais, repassando parte do valor de publicidade para os criadores de conteúdo.

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Muitos desses acordos com veículos de mídia estão sendo fechados dentro do programa Google News Showcase, um serviço lançado para tentar amenizar as críticas e atender as legislações dos países. Anunciado em 2020, teria foco inicial na Austrália, Alemanha e Brasil, justamente em razão dos debates que ocorrem nesses locais.

Por aqui, há a Lei das Fake News e um inquérito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que investiga a gigante norte-americana por lucrar em cima dos conteúdos noticiosos sem repassar parte da verba aos respectivos produtores.

Quem tem razão nesta história: Google ou Microsoft? Comente.

Fonte: CNN