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Homem transexual e com deficiência processa Google após demissão

Por| 22 de Fevereiro de 2018 às 15h30

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Em tempos de divisões tão nítidas entre direita e esquerda, é comum ver internautas brigando por ideologias políticas a ponto de deixar torcidas organizadas de futebol com inveja, mesmo quando o assunto é o convívio virtual. Quem é de direita acha que as empresas de tecnologia como a Google, o Facebook e o Twitter favorecem os usuários que se aliam à esquerda, enquanto os esquerdistas têm a opinião contrária e acusam essas companhias de favorecimentos aos usuários conservadores.

Para quem não acompanhou o caso, a Google demitiu James Damore de seu quadro de funcionários após ele escrever um manifesto de dez páginas defendendo que homens brancos heterossexuais são mais adequados ao trabalho em tecnologia por questões biológicas, entre outros posicionamentos que foram considerados machistas. Damore, após sua demissão, processou a Google por perseguição aos homens brancos heterossexuais.

Em resposta à demissão de Damore, outro funcionário da Google, Tim Chevalier, respondeu posts em suas redes sociais com memes e sarcasmo. Tim, que é um homem transexual e pessoa com deficiência, usava seus perfis em redes sociais para falar de opressões que o atacavam diretamente.

A Google não concordou com as críticas feitas por Chevalier e o demitiu também. Agora, o ex-desenvolvedor de softwares, que trabalhou para a empresa por dois anos, está processando a gigante por não concordar com sua demissão após ter feito denúncias de machismo, racismo, transfobia e capacitismo no mercado de trabalho em tecnologia.

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"É uma ironia cruel que a Google tenha justificado minha demissão por eu ter postado em minhas redes sociais contra meus agressores", disse Tim Chevalier, que chegou a ser citado no processo de James Damore como prova de que a Google favoreceria pessoas com alinhamento político de esquerda.

A ação judicial aberta por Chevalier alega que sua demissão foi uma espécie de punição por ele reclamar das opressões a minorias no ambiente de trabalho. "As leis anti-discriminação são feitas para proteger grupos marginalizados e com pouca representatividade, e não aqueles que agridem esses grupos", comentou Chevalier.

Em resposta, a Google disse que não promove caçadas nem à direita e nem à esquerda, muito pelo contrário. "Uma parte importante é a nossa cultura de manter debates. Mas como em qualquer outro local de trabalho, não significa que vale qualquer coisa. Todos os empregados conhecem nosso código de conduta e políticas de serviço, onde promover estereótipos danosos baseados em raça ou gênero é proibido", falou um porta-voz da empresa.

Apesar de ser irônico que a demissão de Tim Chevalier prove que a Google não favorece os esquerdistas, como havia argumentado Damore em sua ação judicial, Chevalier foi punido por falar sobre opressões reais que ele mesmo enfrenta todos os dias.

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Fonte: Techtimes