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Grupos de família são os principais multiplicadores de fake news no WhatsApp

Por| 20 de Abril de 2018 às 13h55

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Uma pesquisa inédita do Monitor de Debate Político no Meio Digital, órgão da Universidade de São Paulo (USP), revelou um triste fato que todos nós já imaginávamos — grupos de família costumam ser o principal vetor para a multiplicação de notícias falsas dentro do WhatsApp. Para chegar a essa conclusão, o grupo distribuiu um formulário online e analisou as respostas de 1.145 de internautas que haviam recebido fake news a respeito da vereadora Marielle Franco (PSOL), que foi assassinada no dia 14 de março.

O boato dominante afirma que a professora e socióloga era ex-namorada do traficante Marcinho VP, tendo engravidado do próprio aos 16 anos de idade. Das 916 pessoas que receberam tal informação incorreta, 51% afirmaram que o texto foi recebido em grupos compostos apenas por membros de sua própria família. Logo em seguida, representando 32% dos entrevistados, vieram aqueles que receberam a fake new em grupos de amigos; 9% receberam em grupos de trabalho e mais 9% receberam em mensagens privadas.

Além disso, 229 dos participantes teriam recebido não apenas o texto em questão, mas também uma foto que supostamente retrata a deputada e o criminoso juntos — obviamente, a imagem é falsa. Desse grupo, 41% das pessoas receberam o arquivo em grupos familiares. De acordo com Pablo Ortellado, um dos autores da pesquisa, essas estatísticas podem ter sido influenciadas pelo fato de que existem mais grupos de família do que de amigos/trabalho no aplicativo de comunicação.

“Agora, caso, de fato, os boatos tenham circulado mais nos grupos de família do que nos outros grupos, temos um dado interessante. Pode ser que grupos de família sejam ambientes mais ‘íntimos’ que permitam compartilhar seguramente conteúdos mais especulativos sem que quem compartilha seja alvo de julgamento”, explica Ortellado, que é professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP. O estudo se inspirou em um trabalho semelhante feito em 2014 por um pesquisador israelense.

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Fonte: BBC