Grupo de direito digital critica empresas que bloquearam serviços a neonazistas
Por Ricardo Ballarine | 18 de Agosto de 2017 às 14h58
A reação das empresas de tecnologia contra grupos neonazistas, desencadeada após os protestos que aconteceram em Charlottesville, na Virgínia (EUA), provocou um contra-ataque de uma entidade defensora de direitos digitais.
Após a violência cometida por grupos supremacistas, que levou à morte de três pessoas, empresas como GoDaddy, Google, Cloudfare, PayPal, AirBnB, entre outras, bloquearam seus serviços para páginas que disseminam o discurso de ódio.
Agora, a Electronic Frontier Foundation, que defende os direitos digitais e tem sede em São Francisco, na Califórnia (EUA), se manifestou contra essa decisão. O argumento defendido é que as medidas de bloqueio são "perigosas" e ameaçam a livre expressão na internet.
Em uma postagem no blog da entidade, Cindy Cohn, diretora-executiva da Electronic Frontier, escreveu: "Nós acreditamos firmemente que o que GoDaddy, Google e Cloudflare fizeram aqui foi perigoso (...) Proteger a liberdade de expressão não é algo que fazemos porque concordamos com todo o discurso que é protegido (...) Nós fazemos isso porque o poder de decidir quem fala e quem não é perigoso demais para qualquer empresa ou qualquer governo".
Tensão no Vale do Silício
O texto reflete a tensão que envolve as empresas de tecnologia diante desse caso. Ao mesmo tempo que elas querem manter distância de grupos extremistas, mostram preocupação com a questão da livre expressão.
Os executivos temem que decisões como a de bloquear acesso aos seus serviços poderia abrir uma brecha para possíveis intervenções por parte do governo.
Na tentativa de contornar o conflito instalado no Vale do Silício, o grupo de direitos digitais pediu para as companhias que fornecem domínio na rede sejam mais rigorosas com suas políticas e não suspendam o serviço com base no conteúdo postado.
Com informações do CNET