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Google é acusado de pagar bilhões para ser buscador oficial de celulares e apps

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 12 de Setembro de 2022 às 16h58

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Solen Feyissa/Unsplash
Solen Feyissa/Unsplash
Tudo sobre Google

O Google está sendo processado por supostamente pagar bilhões de dólares a gigantes da tecnologia, como Apple e Samsung, para manter o seu mecanismo de busca como a escolha número um dos usuários. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), a prática é ilegal e seria enquadrada como monopólio no mercado.

A gigante das buscas não revela quanto paga para ser a solução de pesquisa padrão nos navegadores. O advogado do DOJ, Kenneth Dintzer, disse que as cifras rodam na casa dos bilhões por ano. "Eles estão comprando exclusividade do 'padrão' porque os [mecanismos] padrão são muito importantes para o negócio", justificou.

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O padrão ao qual o promotor se refere é o título de mecanismo de busca padrão, aquele para o qual você é automaticamente redirecionado quando pesquisa por uma palavra-chave no navegador. Hoje, é difícil achar um grande navegador que não usa a solução do Google como a principal, o que caracterizaria uma espécie de abuso do poder econômico na busca online.

Advogado do Google, John Schmidtlein disse na audiência que o mercado de buscadores vai muito além dos rivais Bing (Microsoft) e DuckDuckGo. A empresa diz que outros grandes conglomerados são concorrentes diretos: TikTok, Facebook e Instagram, Amazon, Grubhub e dezenas de outras páginas que as pessoas procuram diariamente para se informar, comprar ou contratar serviços.

"Você não precisa ir ao Google para comprar na Amazon. Você não precisa ir ao Google para comprar passagens aéreas na Expedia. O fato de o Google não enfrentar a mesma concorrência em todas as consultas não significa que a empresa não enfrente uma concorrência acirrada", disse Schmidtlein.

Processo antitruste

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Procuradores-gerais estaduais movem um grande processo antitruste contra a gigante das buscas pelo mesmo motivo. Uma audiência inaugural ocupou um dia inteiro na semana passada, na qual cada lado expôs suas alegações sobre os negócios do Google.

Esse processo antitruste foi aberto ainda durante o governo Trump, um reflexo do esforço do governo federal norte-americano contra o poder das gigantes da tecnologia, que impõem suas próprias regras no mercado. A Casa Branca, agora sob o comando de Joe Biden, tem realizado debates com diversos segmentos sociais para entender o potencial de dano causado à economia e à saúde das pessoas.

Além do domínio sobre as buscas, o Google também controla o navegador mais popular do mundo (Chrome) e o sistema móvel com maior participação do mercado (Android). Todo esse ecossistema seria usado para fortalecer o buscador e manter o domínio sobre qualquer concorrente, mesmo da rival Apple, que receberia para manter o serviço como o default.

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Contratos desproporcionais

O advogado do DOJ diz que os contratos bilionários são lucrativos para o Google porque escalonam os negócios e para as empresas devido ao montante envolvido. Estariam inclusos nos acordos desde fabricante de smartphones, como Samsung e Motorola, até operadoras de telecomunicações dos EUA — AT&T, Verizon e T-Mobile.

Essa movimentação imensa seria necessária para definir o Google como o mecanismo de busca padrão nos navegadores e pré-instalado em praticamente todos os telefones, seja Android ou iOS. Embora todos os envolvidos sejam beneficiados no negócio, a alegação seria que eventuais concorrentes são imediatamente sufocados pela competição injusta.

Para efeito de comparação, o maior rival seria o Bing, padrão apenas no navegador Edge, pré-instalado no Windows, e nos tablets Fire, da Amazon. Na avaliação do Departamento de Justiça, é um número muito pequeno de pessoas alcançadas se comparado à quantidade de usuários do Google.

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Concorrentes sem condições de brigar

Para Dintzer, a estratégia é propositalmente grande para impedir que os rivais ganhem a escala necessária para desafiar o buscador, ainda que ofereçam resultados melhores. Já o advogado do Google alega que os contratos existem desde o início dos anos 2000, englobando a Apple e navegadores como o Mozilla Firefox, portanto diz não entender porque só agora isso se tornou um problema.

Além disso, a defesa também diz que os acordos preveem o compartilhamento da receita do Google, algo que é fundamental para pequenas empresas ou fundações, como o caso da Mozilla. Os navegadores são produtos gratuitos, logo a única maneira de monetizar é com base nos anúncios ou em parcerias como essas.

O caso ainda está em fase inicial e o julgamento só deve começar mesmo em 2023. Até lá, mais representantes das empresas e do governo dos EUA devem se manifestar para apresentar seus argumentos favoráveis ou contrários.

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Fonte: TechXplore