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Google desmonta rede de manipulação política ligada ao Irã

Por| 24 de Agosto de 2018 às 12h20

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A Google anunciou nesta quinta-feira (23) a retirada do ar de uma rede de manipulação e desinformação ligada ao governo iraniano, voltada não apenas para orquestrar atos políticos como também para roubar senhas de usuários. Ao todo, foram 39 canais no YouTube, 13 contas no Google+ e seis sites do Blogger retirados do ar por fazerem parte do esquema, que teria ligações à IRIB, a estatal de mídia do país no Oriente Médio.

Os temas políticos eram a porta de entrada para uma campanha de phishing. Por e-mail, vídeos e publicações em blogs, os agentes responsáveis pelos ataques tentavam roubar senhas de ativistas, jornalistas, políticos e outras figuras de destaque destes cenários, além de estudiosos e pesquisadores que trabalhem em temas relacionados aos direitos humanos e proteção da liberdade. A operação estaria funcionando desde janeiro do ano passado e vinha sendo alvo de investigação da Google já há alguns meses.

A ligação com a IRIB (Transmissões da República Islâmica do Irã, na sigla em inglês) veio a partir da análise de domínios e IPs utilizados nas tentativas de golpes. Eles estariam relacionados a informações pertencentes à empresa de mídia, bem como metadados e outras métricas permitiram a identificação de alguns dos responsáveis, que seriam os mesmos associados à estatal.

Com isso, a Google não apenas removeu os perfis identificados como também alertou as autoridades sobre o que está acontecendo. Além disso, os usuários do Gmail e outros serviços da gigante que tiveram contato com a campanha, tenham sido eles vítimas ou não, também foram notificados, com pedidos para que intensificassem a proteção de suas contas e os cuidados com links suspeitos e outras tentativas de aproximação.

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A responsável pelo trabalho foi a Jigsaw, subsidiária da Alphabet voltada para o uso da tecnologia na segurança dos usuários e garantia de liberdade de discurso na rede, contando também com o apoio da empresa de segurança FireEye. A companhia, inclusive, também estava trabalhando no tema, tendo descoberto mais indícios de manipulação ligada ao governo do Irã.

O relatório da empresa vai além e também cita contas no Twitter, Instagram e Facebook como artifícios usados pelos iranianos para obter senhas ou gerar discussões inflamadas. Tópicos de esquerda e de direita são abordados na tentativa de gerar empatia e aproximação com indivíduos de interesse, de forma que a campanha de phishing seja mais efetiva no ataque a tais personalidades, que estariam localizadas tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

Sobre estas, logicamente, a Google não pode fazer nada. Entretanto, a empresa se comprometeu a continuar lutando pela integridade de seus serviços, garantindo o banimento de contas e perfis que realizem esse tipo de atitude. Esta foi a segunda rede de desinformação desmantelada pela empresa por promover manipulação — no ano passado, 42 canais de YouTube foram removidos por estarem ligados a uma rede russa de fake news.

O governo iraniano não se pronunciou sobre o assunto. No passado, quando movimentos semelhantes foram feitos por nomes como Twitter e Facebook, o país do Oriente Médio negou qualquer ligação a campanhas de fake news ou manipulação política e, muito menos, aos ataques e tentativas de roubo de senhas.

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Fonte: CNBC