Fake news aumentaram 43% no último ano, aponta Relatório de Segurança Digital

O Relatório da Segurança Digital no Brasil, do dfndr lab, aponta que houve mais de 4,8 milhões de detecções de notícias falsas, as chamadas fake news, no terceiro trimestre de 2018. Os números significam um aumento de 43% em relação ao que foi observado no mesmo período de 2017. A detecção de links maliciosos ficou em 43,8 milhões, sendo que 11% deles estão relacionados de alguma forma às notícias falsas — a média para o período de julho a setembro de 2017 não passou de 5%.

Como já era esperado, as eleições presidenciais tiveram um impacto severo nas fake news, já que 46,3% do total de notícias falsas apontados pelo levantamento se relacionam com política, totalizando 2,2 milhões de detecções.

“A cada trimestre, o número e a sofisticação das fake news crescem consideravelmente. As eleições foram o principal gancho desse trimestre, mas qualquer tema que gere grande volume de cliques para ganho com publicidade ou que possa influenciar a opinião pública são utilizados como chamariz. A principal questão é que notícias falsas são um risco real à segurança das pessoas. Considere, por exemplo, o dano que fake news sobre medicamentos ou vacinas podem causar à população. Por isso, é necessário e urgente intensificarmos a discussão sobre o tema e a conscientização sobre como se proteger”, afirmou Emilio Simoni, diretor do dfndr lab.

Não é só a produção de notícias falsas que esquentou nesse período. A propagação desse tipo de conteúdo nas plataformas de convívio social virtual usadas pelos brasileiros também cresceu. O dfndr lab entrevistou mais de 35 mil pessoas em diversas regiões do país e descobriu que 65% delas já receberam algum tipo de notícias falsas em redes sociais. Alguns elementos contribuem para a rápida disseminação: o conteúdo alarmante, que mobiliza opiniões ou gera indignação coletiva, além dos pedidos de compartilhamento com a rede de contatos que geralmente seguem os links.