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Deep web e dark web: o que é, diferenças e riscos de acessar

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 07 de Novembro de 2021 às 20h00

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Reprodução: Andrea Spallanzani/Pixabay
Reprodução: Andrea Spallanzani/Pixabay

Por muitas vezes, os nomes Deep Web e Dark Web são vistos como sinônimos, fazendo referência às redes anônimas onde se reúnem criminosos, sites dos piores conteúdos possíveis, marketplaces de drogas e muita coisa que uma pessoa "de ficha limpa" não teria vontade de cutucar. Mas será que a deep web e dark web se resumem a isso mesmo? O que são essas “camadas” da internete quais os perigos de acessá-las?

Embora sejam por vezes tratadas como a mesma coisa, deep web e dark web são fundamentalmente diferentes — e os nomes sugerem isso. A perspectiva parte sobre suas utilidades, mas ambas fazem parte daquilo que buscadores comuns, tipo o Google, não consegue encontrar. Isso implica em uma série de vantagens para usos, inclusive alguns legais e justificáveis.

A analogia do iceberg

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Para explicar a composição da internet, a analogia do iceberg é a mais frequente e precisa. Seguindo esse caminho, dá para dividir a internet em três partes:

  • Surface Web: parte que fica acima do nível da água
  • Deep Web: o corpo do iceberg, já submerso
  • Dark Web: parte mais inferior da estrutura, nas profundezas

A superfície é a parte em que a esmagadora maioria dos usuários normalmente navegam. É nela que estão os domínios mais populares, como “.com”, “.org”, “.net” e vários outros.

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Motores de busca populares, como Google, Bing e DuckDuckGo, atuam normalmente nessa região, encontrando e indexando todo tipo de link possível e com um nome facilmente identificável. É nessa região, também, que estão situados os serviços de streaming, redes sociais, o Canaltech e várias das plataformas que todo mundo usa todos os dias.

Só que a superfície da internet é apenas a ponta do iceberg da vastidão da internet.

O que tem na deep web?

Apesar de o uso exagerado da expressão ter dado uma má impressão sobre a deep web, ela não é exclusivamente usada para veicular conteúdo ilegal, reunir criminosos e viabilizar negócios ilícitos. Na verdade, boa parte dessa seção é utilizada para fins totalmente legais, mas que precisam de discrição.

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Nessa área se encontram bancos de dados sigilosos, redes internas de computadores (usadas por universidades, empresas e instituições públicas) e sites, páginas e projetos que precisam ser guardados de forma mais segura — e neste bolo também se incluem arquivos jurídicos, contas e mensagens de redes sociais, e-mails e dados bancários.

Cerca de 90% dos sites da web estão aí, então existem sim sites controversos nessa área — e quanto mais fundo você for, maior a chance de esbarrar num deles. Contudo, é pouco provável que um usuário comum os alcance, já que eles devem ser bem protegidos para evitar o acesso de pessoas não autorizadas e autoridades, bem como fazem as instituições para proteger redes internas.

Vale dizer que quem passeia pela deep web não necessariamente coloca a própria segurança em risco. Além disso, navegadores comuns — Firefox, Edge e Chrome, por exemplo — conseguem acessar essa área sem grandes dificuldades, já que as páginas têm componentes suportados por eles.

Diferença entre deep web e dark web

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O que o mundo conhece como perigoso, ilícito e problemático tende a se concentrar na dark web. Essa profundidade do iceberg já não é acessível pelos navegadores comuns, tampouco tem conteúdo indexado pelos buscadores tradicionais. Os sites nem mesmo carregam nomes nas URLs, mas endereços alfanuméricos sem sentido, já que carecem de um Sistema de Nomes de Domínio (DNS) público.

É nessa região da internet que circulam dados vazados de usuários, comércio de drogas, tráfico humano, pornografia ilegal e tudo de ruim que dá para colocar no computador, incluindo grupos políticos extremistas e ciberterroristas. Ou seja, não é um lugar legal onde uma pessoa comum gostaria de passear.

Além disso, obviamente, na dark web circulam os mais nefastos malwares por todo canto. Keyloggers, trojans e ransomware podem acabar na sua máquina com facilidade — e claro, o phishing também é um problema bem comum.

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Um dos navegadores mais populares para se transitar por essa região do mundo digital é o Tor. O programa é reforçado com criptografia e compatibilidade com as páginas da rede .onion (nem sempre ilegais, vale ressaltar).

O Tor não é um software ilegal e há quem o utilize como navegador principal para passear pela superfície da internet com segurança, além de poder transitar para a deep ou dark web sem muitos passos extras. O app utiliza caminhos aleatórios de servidores criptografados, os “nós”, que proporcionam navegação anônima e irrastreável de verdade, diferente do que as “guias anônimas” de navegadores populares garantem.

É ilegal acessar a dark web?

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A pergunta que não cala, principalmente entre os mais curiosos: é ilegal acessar a dark web? Ilegal, de fato, não é, mas a reputação da rede não favorece em nada aqueles que confessam passear pelo ambiente digital. No mínimo, a ideia passada ao afirmar o uso da dark web é que o usuário precisa fazer algo pela internet que outros não deveriam ver — e isso não pega bem em alguns contextos, certo?

Fato, porém, é que esse tipo de atividade também pode ser justificado. Às vezes, para evitar perseguições de governos ou contornar os inúmeros rastreamentos pela web, o uso da deep web e da dark web é uma solução em determinadas regiões do mundo. Além disso, passear pela dark web não é tão fácil quanto pela superfície — endereços nem sempre são acessíveis e, lógico, a recomendação não é clicar em tudo que aparece na tela.

Ainda assim, no fim das contas, navegar pela dark web é como passar ao lado de atividades ilegais com as quais você não gostaria de se envolver. Então, é compreensível que muitas pessoas tenham uma ideia negativa sobre quem é adepto da navegação na dark web, por mais nobres que possam ser suas razões para esse "passeio" sombrio.