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Confuso! Nem engenheiros do Google entendiam políticas de privacidade da empresa

Por| 31 de Agosto de 2020 às 12h13

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Reprodução/Reuters
Reprodução/Reuters
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Documentos relacionados a um inquérito do governo dos Estados Unidos contra o Google revelaram um pouco mais das práticas abusivas de coleta de dados e desrespeito à privacidade que são alvo dos legisladores americanos. Os papeis revelam a confusão, até mesmo, entre os engenheiros da própria empresa ao notarem que opções de desligamento dos serviços de localização não fariam isso de forma geral ou tinham comportamento limitado.

Em uma das mensagens, por exemplo, um funcionário do Google demonstra insatisfação quanto a isso, afirmando que, se o sistema operacional Android diz que a geolocalização está desligada, não deveria haver exceções. Em outro, um segundo colaborador questiona os termos de uso e privacidade das aplicações da companhia, que imagina o desconhecimento dos usuários, uma vez que os termos utilizado nas políticas confundem até mesmo os próprios engenheiros.

Outro segmento, antes suprimido a pedido da empresa pela possibilidade de conter segredos intelectuais, revela que o Android pode realizar uma utilização cruzada dos dados de localização, com um aplicativo próprio que não teve essa permissão dada pelo usuário podendo usar as informações de outro, em que isso foi concedido. Nas palavras de mais um funcionário não identificado, a ideia é que “não há nada que impeça um produto do Google de usar a [informação] obtida por outro”.

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O inquérito foi iniciado pelo estado americano do Arizona em 2018, para apurar se a empresa feriu termos de leis locais relacionadas à proteção do consumidor. O estopim foi um artigo publicado meses antes pela agência Associated Press, que revelou como os aplicativos usavam a geolocalização de forma irregular e mesmo contra a vontade dos usuários. No Google, a publicação também fez com que políticas fossem alteradas rapidamente, antes mesmo de uma investigação oficial ser aberta — os executivos da empresa sabiam que ela, provavelmente, estaria a caminho após o escrutínio da imprensa.

Entre as mudanças propostas aos engenheiros estava a unificação dos controles dos serviços de localização, “de forma que os usuários pudessem desligá-los em um único local, em vez de três”. Além disso, a empresa demonstrou preocupação quanto à cobertura negativa da mídia e os pedidos de usuários e partidários da privacidade para que órgãos federais iniciassem uma investigação.

O governo está de olho

O caso do Arizona não é o único. Em 2019, o procurador-geral do estado, Mark Brnovich, também capitaneou a abertura de um inquérito antitruste contra a empresa, junto com outros 48 estados, que deve resultar em um processo contra o Google por monopólio, com previsão de início dos trabalhos para as próximas semanas.

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Das 270 evidências que estão sendo utilizadas no inquérito, 33 foram abertas publicamente, resultando nas revelações citadas. O Google afirmou que o pedido de sigilo foi feito para proteger segredos intelectuais da empresa de rivais como a Oracle, por exemplo, enquanto outros não poderão ser divulgados devido a privilégios entre a empresa e sua defesa. A companhia, porém, não se pronunciou sobre as afirmações em si.

Fonte: AZMirror