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China amplia censura na web após morte de ativista político

Por| 19 de Julho de 2017 às 12h22

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China amplia censura na web após morte de ativista político
China amplia censura na web após morte de ativista político

A morte de Liu Xiaobo, um dos mais notórios ativistas em prol dos direitos humanos na China, levou o Governo do país a intensificar seus mecanismos de censura. De acordo com informações de pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, houve um aumento no número de bloqueios em mecanismos de pesquisa, além de impedimentos no envio de mensagens e comentários que contenham o nome do dissidente.

Preso em 2008, após a publicação de um manifesto sobre os flagrantes desrespeitos aos direitos humanos na China, Xiaobo morreu na última semana vítima de um câncer de fígado. A notícia, claro, correu o mundo e levou o governo chinês a agir rapidamente para conter a disseminação da informação dentro do país.

De acordo com os estudiosos, houve um incremento significativo no número de buscas relacionadas a motivos políticos no país, uma vez que não apenas o nome do ativista se tornou parte de uma “lista negra”, mas também outros termos relacionados à militância. O mesmo valeria para softwares de mensagens como o WeChat e a rede social Weibo, onde menções ao dissidente estariam proibidas.

Esse segundo aspecto estaria sendo realizado por meio de impedimentos à menção do sobrenome do militante, o que teria atingido também diversos outros cidadãos chineses não relacionados a ele. Como o bloqueio impede que mensagens e outros tipos de conteúdo sejam enviados, muita gente estaria tendo problemas até para se conectar às plataformas, com o Grande Firewall simplesmente impedindo o uso de um e-mail que contenha as palavras proibidas para login, por exemplo.

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Os bloqueios são parte de um esforço corrente do governo chinês para bloquear buscas e informações que não lhe são convenientes. Por lá, softwares como o Telegram são proibidos justamente devido à alta criptografia envolvida, enquanto outros serviços online têm uso restrito. Recentemente, uma lei passou a obrigar empresas que atuam no país a terem servidores locais para armazenamento das informações trafegadas.

Crítico literário e poeta, Liu Xiaobo foi uma das principais vozes em nome da liberdade de expressão e dos direitos humanos na China. Ele se tornou um prisioneiro político em dezembro de 2008, e em 2010 foi eleito vencedor do Prêmio Nobal da Paz. As notícias sobre a honraria, claro, também foram censuradas pelo país, com o Governo também lutando contra os protestos e comemorações que foram iniciadas em diversas cidades chinesas.

Esse é o segundo caso de censura extrema sendo aplicada pelo governo da China nas últimas semanas. Recentemente, o país também bloqueou pesquisas relacionadas ao Ursinho Pooh, da Disney, devido aos memes criados por usuários devido à semelhança entre o personagem e o presidente Xi Jinping. Imagens do desenho animado não podem ser baixadas, e assim como no caso de Xiaobo, menções ao nome também estão proibidas nas redes sociais e mensageiros.

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Fonte: The Next Web