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Após escândalo, Ashley Madison volta a crescer e foca no Brasil

Por| 03 de Dezembro de 2018 às 13h29

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Vazamentos de dados são uma constante em um mundo amplamente tecnológico, mas esse assunto assume ares de escândalo quando a brecha é aberta em um site de encontros extraconjugais. Três anos após a exposição de mais de 37 milhões de usuários na internet, o Ashley Madison está começando a se recuperar, retornando em uma nova versão e considerando o Brasil como seu segundo principal mercado. O CEO da empresa garante que, desta vez, os utilizadores não precisam se preocupar com a própria proteção.

Ruben Buell divide as funções de CEO e CTO do serviço há cerca de um ano e diz estar à frente de um novo momento da companhia. A promessa é a mesma de antes: discrição completa na comunicação entre utilizadores e marcação de encontros extraconjugais. Entretanto, desta vez há um time de segurança especializado trabalhando nos bastidores, além de, ironicamente, um grupo contratado de hackers para garantir que todas as eventuais brechas sejam encontradas e consertadas antes de exploradas por indivíduos maliciosos.

É uma reorganização, segundo o executivo, que acompanha a da própria empresa-mãe do serviço. A Avid Life Media, da época do escândalo, se tornou Ruby Life e conta agora com um diretor de segurança da informação, outro focado em privacidade e novos dispositivos de proteção em toda sua estrutura. De acordo com Buell, a discrição e o sigilo dos dados dos usuários são a prioridade de toda a equipe que trabalha na companhia.

Depois disso, vêm os novos recursos, como forma de recuperar o espaço em um mercado que, ao contrário do que existia quanto o Ashley Madison abriu, agora tem fortes concorrentes. O serviço continua sendo pago para homens e gratuito para mulheres, utilizando sistemas de machine learning para entregar “matches” melhores para os usuários e se diferenciar dos álbuns de figurinhas oferecidos pelos rivais.

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O processo de limpeza da casa também envolveu o fim do uso de bots para atrair a atenção dos homens. Pesquisas realizadas em 2015 indicaram que o Ashley Madison contava com 5 perfis do gênero masculino para cada mulher e que pelo menos 70 mil dos 37 milhões de perfis cadastrados eram automatizados e usados como forma de atrair a atenção de usuários. Esse recurso, entretanto, não é mais utilizado e, pelo contrário, o serviço vem enxergando crescimento em seu total de utilizadores.

Crescimento próximo dos dois dígitos

Um relatório independente, publicado pela plataforma, mostra que 8,9 milhões de usuários do Ashley Madison residem no Brasil. O país é o maior em número de usuários fora da América do Norte; e São Paulo, com 1,6 milhão de cadastro, é a maior cidade do serviço, à frente de Nova York. Justamente por isso, Buell enxerga o nosso território como preferencial para o crescimento e vê com bons olhos o aumento no uso do site por mulheres, algo que, para ele, reflete o empoderamento delas.

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Após o escândalo, se manteve o perfil dos usuários do Ashley Madison. São pessoas entre os 30 e 40 anos, que têm uma vida estável, são casados e, muitas vezes, com filhos. Eles buscam aventuras e casos, mas não desejam encerrar seus casamentos. De acordo com dados internos, 61% dos utilizadores da plataforma estão em busca de sexo e trairiam seus parceiros para isso.

Sendo assim, o CEO esteve no Brasil não apenas para divulgar o serviço, mas também conhecer o mercado local e entender como a plataforma pode funcionar melhor por aqui. Segundo Buell, recursos dedicados ao mercado nacional podem chegar no futuro e a ideia é de dobrar o número de usuários até o final do ano que vem. Mas, no final das contas, o que acaba valendo mesmo é o lema do serviço, traduzido por ele: “o melhor affair é aquele que não é descoberto e é para isso que o Ashley Madison existe”.

A expectativa, logicamente, é de jamais repetir o escândalo de três anos atrás, que envolveu usuários extorquidos e com serviços pessoais invadidos após a revelação das informações por um grupo de hackers que considerava a plataforma “imoral”. Como resultado do vazamento de informações, casamentos acabaram, pessoas perderam o emprego e alguns até tiraram a própria vida. A Avid Life Media chegou a um acordo de US$ 11,2 milhões em indenizações para as vítimas nos EUA e pagou uma multa de US$ 1,6 milhão ao governo do país, que tem o maior número de atingidos.

Fonte: IDG Now