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YouTube pode começar a bloquear vídeos de gravadoras independentes

Por| 18 de Junho de 2014 às 08h47

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O diretor de conteúdo e operações do YouTube, Robert Kyncl, não apenas confirmou definitivamente que o site está prestes a lançar seu serviço de música como deu uma péssima notícia para gravadoras e artistas independentes. De acordo com ele, todos os músicos que estiverem disponíveis na plataforma deverão aderir aos termos de sua nova plataforma ou, então, correrem o risco de desaparecer do site.

Toda essa movimentação deve acontecer ao longo dos próximos dias, de acordo com o executivo, enquanto o Google inicia os testes de uma plataforma musical que tem lançamento previsto para o final do ano. A expectativa é que o funcionamento seja semelhante ao do Spotify: com anúncios para usuários gratuitos, enquanto os pagantes se livram das propagandas e ainda podem baixar as canções para seus dispositivos.

A velocidade de aplicação de suas novas políticas e a pressa em colocar o serviço para rodar despertou a ira de gravadoras e artistas independentes, que compõem boa parte da fatia musical no YouTube. As práticas de negociação utilizadas seriam consideradas desleais, já que pedem que os envolvidos aceitem os termos do site ou, então, deixem o serviço. A imposição já motivou uma ação de classe movida por um grupo de empresas indies junto à Comissão Europeia.

Para Kyncl, por outro lado, é impossível agradar a todos. Ele considera que os termos apresentados pelo YouTube, mas não revelados em reportagem do Financial Times, são bastante justos e diz que gostaria de ver uma taxa de sucesso de 100% nessas negociações. A companhia, porém, sabe que não consegue agradar a todos e, infelizmente, até mesmo nomes proeminentes da indústria fonográfica podem acabar ficando de fora da plataforma de música.

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De acordo com ele, um total equivalente a 90% desse segmento já aderiu aos termos aplicados pelo site. A expectativa do executivo é que mesmo os desistentes nessa primeira fase acabem voltando atrás no futuro, já que a ideia da plataforma é apresentar uma opção diferenciada e relevante a seus usuários, que já constituem uma das principais audiências da internet. A todos, então, seria a união do útil ao agradável.

A associação que representa as gravadoras independentes, porém, discorda dos números apresentados por Kyncl. Segundo a WIN, os artistas indies representam hoje mais de 32% da indústria fonográfica global e boa parte deles estaria de fora da plataforma musical do YouTube.

A ideia, porém, não é bater de frente com o site, mas sim chegar a um acordo que efetivamente beneficie a todos. De acordo com Alison Wenham, ouvida pelo The Guardian, o objetivo é fazer com que o YouTube entenda o valor do mercado independente e o ônus a todos os envolvidos caso essa significativa fatia do segmento seja deixada de fora dessa torta.

A associação, por outro lado, não está disposta a aceitar contratos considerados “menores” quando comparados aos firmados pelo YouTube com empresas como Sony, Warner e Universal. A ideia é que os enormes ganhos decorrentes dessa empreitada sejam divididos entre todos os envolvidos de forma justa e que os usuários saiam ganhando com uma oferta de canções e artistas mais completa e variada.

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Essa não é a primeira vez que gravadoras e artistas independentes se voltam contra serviços de streaming ou grandes empresas envolvidas nesse negócio. As discussões normalmente circulam em torno do baixo pagamento de royalties ou desse tipo de deslealdade entre nomes da música, com grandes empresas do ramo tendo mais poder de lobby e influência para obter acordos melhores já que os serviços não podem ficar sem os grandes artistas em seu portfólio.