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Internet de Todas as Coisas: uma 'nova' internet para uma nova era

Por| 15 de Julho de 2013 às 14h28

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Internet de Todas as Coisas: uma 'nova' internet para uma nova era
Internet de Todas as Coisas: uma 'nova' internet para uma nova era

Quando a Internet surgiu, absolutamente tudo mudou e, atualmente, a única certeza é a mudança constante, ainda que incerta. Na verdade, a Internet tem apenas 8.000 dias de idade e há dez anos não havia Facebook, Twitter, YouTube ou Instagram. E se contarmos mais dez anos para trás, nem a Internet comercial existia. A evolução ocorre cada vez mais rápido e de forma contínua. Enfim, já estamos vivendo uma nova era! Mas tudo isso é apenas o começo, já que 99% das coisas no mundo físico ainda estão desconectadas...

Diversos estudos apontam projeções de que o mercado global em 2020 terá mais de 2,5 bilhões de pessoas ligadas em rede e cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados. Segundo o relatório Visual Networking Index (VNI), devido à explosão de dispositivos conectados, o tráfego global de dados através das redes móveis deve crescer cerca de 13 vezes nos próximos cinco anos, chegando a mais de 134 exabytes por ano.

Para se ter ideia do impacto deste crescimento, este valor equivale a 30 trilhões de imagens, ou 10 fotos tiradas diariamente durante um ano inteiro por cada pessoa na Terra. E o tráfego global de dados móveis deverá crescer três vezes mais que o de dados fixos. Os motivos deste crescimento exponencial são o maior número de usuários móveis e de dispositivos conectados, além das aplicações máquina-a-máquina (M2M) que alcançarão 1,7 bilhão de conexões até 2017.

Para ligar objetos do dia-a-dia à Internet e às grandes bases de dados, é necessária uma combinação de um sistema eficiente de identificação e do uso de tecnologias sensoriais. Desta forma, é possível registrar os dados sobre cada uma das coisas e detectar mudanças em sua qualidade física. E com o avanço da miniaturização e nanotecnologia, cada vez mais pequenos objetos terão a capacidade de interagir e se conectar. Assim, a inteligência própria de cada objeto aumenta o poder da rede em devolver a informação processada para diferentes pontos.

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A combinação de todos estes elementos viabilizou o conceito da Internet das Coisas (IoT – Internet of Things), que liga os objetos de um modo sensorial e inteligente. Os principais benefícios são a informação integrada dos objetos de uso diário com suas identidades eletrônicas e equipados com sensores que detectam mudanças físicas à sua volta.

Internet de Todas as Coisas: em cinco anos, o tráfego global das redes móveis deve crescer 13 vezes

Mas como podemos aproveitar estas oportunidades geradas por bilhões de pessoas e dispositivos conectados em rede?

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Pela inovação contínua neste cenário em que todas as coisas estarão conectadas. Quando utilizarmos esta transformação de objetos estáticos em coisas novas e dinâmicas, poderemos incluir inteligência à comunicação destas informações e conectar pessoas, processos, dados e coisas. Este é o fenômeno que chamamos de Internet of Everything (IoE) – ou simplesmente a Internet de Todas as Coisas.

Por isso, a Internet de Todas as Coisas é um conceito bem mais amplo. Em outras palavras, essa “nova” internet é a evolução natural das várias transições da tecnologia atual – combinando a própria Internet of Things (Internet das Coisas) com a mobilidade crescente, a urgência pela computação em nuvem e a importância cada vez maior do Big Data. As novas tecnologias e oportunidades estão se unindo para criar uma “nova” internet para esta nova era.

Para maximizar o valor da Internet de Todas as Coisas, as empresas devem se concentrar nos recursos gerados que serão mais vantajosos de acordo com o setor. Por exemplo, no varejo exploraremos a visualização de dados, a análise preditiva, o BYOD (Bring Your Own Device, ou ‘traga seu próprio dispositivo’), a interação por meio de vídeos, pagamentos por celular e monitoramento remoto. Imagine um carrinho que conecta sua lista de compras com o estoque da loja e utiliza os dados de localização dos produtos, capturados a partir das compras de outros clientes... e assim por diante.

Em breve, poderemos usar uma escova de dentes que faz um check-up virtual a cada escovação, ou as consultas médicas poderão ser prestadas remotamente, graças a diagnósticos mais rápidos e eficientes. Poderemos usar uma roupa inteligente que se adapta às características da temperatura ambiente, ou ainda um sensor que indicará qual a manutenção que o nosso carro está precisando. A lista de aplicações é interminável.

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Mas não pense que este futuro está distante! Basta citar os testes do Google Glass – óculos conectados à Internet, que tira fotos, grava vídeos, mostra mapas e envia mensagens. Podemos citar ainda a luva Glove One, que funciona como um celular, ou o anel Ringbow, que controla dispositivos touchscreen no uso de videogames à distância. E por menos de 200 dólares, você pode comprar sensores da Netatmo que transformam seu iPad em uma estação metereológica particular.

Sergey Brin, cofundador do Google, exibindo seu Glass

Recentemente, eu me tornei usuário da Jawbone Up, um pulseira com sensores que monitoram intensidade de exercícios, quantidade de calorias gastas, referências de alimentação e a qualidade do sono. Pesando pouco mais de 20 gramas, a pulseira é integrada a um aplicativo no meu iPhone, que exibe minha performance nos exercícios e permite controlar minha dieta diariamente.

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Enfim, parece claro que este é um caminho sem volta. E basta olhar ao redor para enxergar diversas oportunidades de novos produtos e serviços para as empresas mais inovadoras. De fato, quando estes objetos conectáveis estiverem realmente conectados com as pessoas através de processos claros e dados confiáveis, a Internet de Todas as Coisas vai transformar tudo de novo. E isso vai afetar todos os tipos de empresas e setores.

Os líderes de hoje precisarão guiar suas organizações por esta mudança inevitável, enquanto moldam suas organizações para o futuro. Talvez, alguns ainda se perguntem como toda esta conectividade ajudará no crescimento de seus negócios, nas oportunidades de prestar melhores serviços e na criação de novas experiências para seus clientes.

Eu estou certo de que as respostas já estão espalhadas pelo mercado, com consumidores ávidos por empresas dispostas a inovar, arriscar e modificar seus atuais modelos de negócios. Mas não há mais dúvida a Internet de Todas as Coisas vá transformar o modo como vivemos, trabalhamos, aprendemos e nos divertimos. E assim estaremos, todos conectados, no centro da evolução desta nova era.

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*Marco Barcellos é diretor de Marketing da Cisco Brasil. Possui mais de 20 anos no mercado de Telecomunicações e Tecnologia da Informação, tendo atuado em diversas empresas do setor como Avaya, Grupo AES, Grupo Algar, entre outros.

Engenheiro de formação, é Mestre em Administração pela FGV, com MBA em Marketing pela ESPM.