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Eric Schmidt: 'O futuro da internet é desaparecer'

Por| 23 de Janeiro de 2015 às 09h28

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Acompanhar a divulgação de vários estudos indicando como serão nossas vidas nas próximas décadas é rotina presente na vida dos usuários que acessam a internet todos os dias. Boa parte desses levantamentos aponta para um futuro totalmente conectado, com casas, veículos e cidades inteiras interligados a tudo o que a população faz ou pensa em fazer. Contudo, diante de tantas teorias, Eric Schmidt já sabe o que virá a seguir: o desaparecimento da internet como a conhecemos hoje.

Durante um debate no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o presidente do conselho de administração do Google disse que, com base no que vivemos atualmente, "o futuro da internet é que ela vai desaparecer". Não se trata de algo literal, mas sim de que a web será como a eletricidade: estará em todos os lugares mesmo sem que nós percebamos que ela está ali. "Teremos muitos endereços, dispositivos, sensores, gadgets vestíveis, coisas e ferramentas interativas que estarão em todos os lugares sem que consigamos notá-las", explicou.

Segundo o executivo, a internet será parte integral do nosso dia a dia, o tempo todo, com ambientes interativos e dinâmicos. Na visão do empresário, tamanha conectividade irá ajudar as companhias a traçar novas estratégias voltadas para essa interatividade e em novos serviços personalizados para cada tipo de consumidor.

É preciso investir

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Além de Schmidt, participaram do debate em Davos outros nomes importantes do setor da tecnologia, incluindo Sheryl Sandberg, do Facebook; Vittorio Colao, da Vodafone; e Satya Nadella, da Microsoft. Todos apresentaram suas previsões de como a internet promete uma evolução otimista para os próximos anos e ajudará bilhões de pessoas na melhoria de sua saúde, cotidiano e economias.

"No mundo dos negócios da tecnologia, é preciso ser otimista. Acima de tudo, sou otimista porque o papel da tecnologia é utilizar capital e poder humano para fazer coisas boas. E estamos conseguindo isso. A discussão precisa girar em torno de como aproveitar melhor os progressos da tecnologia para que as sociedades possam se beneficiar inteiramente dela", disse Nadella, CEO da Microsoft.

"Anteriormente, só quem fazia parte das elites podia ler ou buscar conteúdo. Com a tecnologia, qualquer pessoa pode ficar mais inteligente [ao fazer pesquisas por conteúdos] porque é de graça e quase sem custo algum", complementou Schmidt.

No entanto, os executivos destacaram que é preciso ampliar os investimentos na indústria para levar a web onde ela ainda não chegou, pois só será possível alcançar novos patamares quando mais países estiverem conectados. Além disso, eles afirmaram que a internet é uma maneira importante de dar voz às pessoas em qualquer parte do mundo. Para se ter uma ideia, apenas 40% de toda a população global têm acesso à rede.

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"Eu sou muito otimista. Imagine o que poderemos fazer quando 50%, 60% do mundo tiver sido penetrado com a internet. Incluir pessoas digitalmente é simplesmente um problema de custo. Por exemplo, custa cerca de um dólar por dia para uma pessoa estar conectada ao Facebook. Se deixarmos a tecnologia mais barata, conseguiremos que as pessoas tenham mais acesso. Para isso, as economias têm que mudar e o preço diminuir", comentou Sheryl Sandberg, CFO do Facebook.

Sheryl Sandberg, do Facebook (à esquerda), Eric Schmidt, do Google (ao centro), e Satya Nadella, da Microsoft (à direita), durante debate no Fórum Econômico Mundial em Davos. (Foto: Getty Images)

Obviamente, os custos desses investimentos são altos. E é por isso que os executivos defendem a participação não apenas das empresas de tecnologia, mas também dos governos locais. "Construir uma estrutura, uma instalação, requer um investimento muito grande. Isso sem contar no desenvolvimento de alternativas para diminuir o custo da energia e das matérias-primas. Dessa forma, o governo precisa trabalhar em conjunto com comunidades e entidades parceiras para dividir os gastos e criar soluções sustentáveis a longo prazo", disse Sandberg.

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Outra questão citada por Schmidt é que não se pode por em prática uma ideia de forma precipitada, uma vez que cada país possui uma infraestrutura diferente. "A África, por exemplo, tem um isolamento geográfico próprio que dificulta a instalação de um serviço por lá, tornando-o mais caro. As várias línguas e idiomas presentes no continente também impedem um investimento mais sólido e rápido. Antes de tudo, deve-se oferecer serviços básicos, como acesso à conta bancária pela internet nas grandes cidades, para só depois ganhar a confiança dos usuários que moram em municípios menores", disse.

E os empregos?

Apesar de muita gente ser otimista com o futuro da internet, muitos acreditam que, com a expansão da ferramenta, milhares de empregos serão extintos ou substituídos por máquinas inteligentes. Os executivos, por outro lado, discordam dessa afirmação e, para eles, ao mesmo tempo em que o número de oportunidades diminui, surgem novas chances, áreas e conhecimentos que são muito mais fortes do que o fim de determinados empregos.

"Todos precisarão de trabalho no futuro e são as mudanças em certos padrões que vão trazer esses empregos. Hoje já é possível trabalhar sozinho, em grupo, na empresa, em casa. E se você criar um negócio próprio, certamente terá ajuda da internet para reduzir diversos custos, como distribuição e marketing, por exemplo. A tarefa mais difícil vai ser criar uma companhia [que dê certo]", declarou Sandberg.

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Schmidt também deu seu parecer sobre o futuro do mercado de trabalho. Para ele, os avanços tecnológicos vão criar uma onda de empregos jamais vista na história, mas que também será preciso se posicionar e não perder oportunidades. "É a mesma coisa que aconteceu às pessoas que pararam de plantar nas fazendas e começaram a usar tratores para fazer todo o resto. Eles encontraram novas habilidades e serviços", disse.

O vídeo completo do debate com os três executivos pode ser assistido no site Daily Mail.