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União Europeia vai testar IA de detecção de mentiras em fronteiras

Por| 01 de Novembro de 2018 às 13h14

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União Europeia vai testar IA de detecção de mentiras em fronteiras
União Europeia vai testar IA de detecção de mentiras em fronteiras

A União Europeia anunciou a implantação de um projeto piloto chamado iBorderCtrl, que vai utilizar a inteligência artificial para detectar mentiras e comportamentos suspeitos durante entrevistas de imigração. A iniciativa será aplicada no começo do ano que vem nas fronteiras de países como Hungria, Grécia e Letônia como forma de, afirmam as autoridades, agilizar a triagem nos postos de controle.

Com duração de seis meses, o projeto piloto vai servir como método de triagem às verificações e entrevistas rotineiras que já são feitas hoje. Antes de chegarem a um agente de fronteiras, os viajantes conversarão com a IA, que analisará as respostas e padrões de comportamento por meio de uma webcam em busca de atitudes suspeitas ou eventuais mentiras.

Entre as perguntas feitas pelo robô estão “o que tem em sua mala?” e “se eu abrir sua mala, encontraria o que você acabou de me dizer?”. Além da fala em si, gestos, alterações de humor, expressões faciais e outros elementos de linguagem corporal também serão reconhecidos e analisados, com o sistema tendo modos específicos para gêneros, etnias e idiomas diferentes.

Os aprovados nessa verificação inicial receberão um QR Code e poderão entrar no país sem problemas, enquanto os outros podem ser levados a averiguações adicionais por um agente humano, por meio do processo tradicional que já é feito hoje. Os oficiais receberão indicações sobre as irregularidades encontradas pela inteligência artificial para que possam seguir os questionamentos nesse sentido.

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Nos estudos realizados antes da aplicação prática, o sistema teve uma taxa de acerto de 76% e, com os testes, a expectativa é que esse patamar chegue a 85%, um número considerado ideal pelos envolvidos no programa. Entretanto, a União Europeia deixa claro que as conclusões do sistema não serão usadas de forma definitiva para decidir sobre a entrada ou não de alguém nos países, mas sim como um acessório para verificações e mais uma forma de garantir a segurança dos cidadãos.

A utilização de IA deixa de lado, por exemplo, algumas conclusões subjetivas ou fatores internos dos agentes envolvidos em revistas e verificações, enquanto pode, também, indicar a eles elementos que poderiam passar despercebidos. As autoridades, porém, deixam bem claro que a verificação pela IA representa uma triagem inicial, de forma a agilizar o processo burocrático, e não uma peça fundamental desse processo.

Os testes do iBorderCtrl terão duração de seis meses, com os resultados sendo analisados e usados para aprimoramento do sistema e posterior avaliação sobre sua permanência. O experimento é liderado pela Polícia Nacional da Hungria em parceria com a European Dynamics, de Luxemburgo, e universidades do Reino Unido.

Fonte: Gizmodo